05 de fevereiro, de 2024 | 05:58

Entenda por que o Vale do Aço é endêmico para dengue

Clima tropical, urbanização e condições ambientais estão ligados à proliferação dos mosquitos Aedes transmissores de vírus

Fiocruz/Divulgação
Arboviroses causaram seis óbitos em 2023, segundo balando da SES-MGArboviroses causaram seis óbitos em 2023, segundo balando da SES-MG
Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço
O Vale do Aço tem passado por uma epidemia de arboviroses, sobretudo no que diz respeito a dengue e a chikungunya. Segundo dados do painel de monitoramento da Secretaria Estadual de Saúde Minas Gerais (SES-MG), até o dia 2 de fevereiro foram confirmados 2.019 casos de dengue e outros 6.306 de chikungunya. Há ainda 14 óbitos sob investigação, 7 de cada doença.

É comum ouvir que a região é endêmica para arboviroses, mas o que isso significa? Por que isso ocorre?

Primeiro, é preciso esclarecer que a endemia não está relacionada a uma questão quantitativa. Uma doença é classificada como endêmica (típica) de uma região quando ocorre com muita frequência no local. As doenças endêmicas podem ser sazonais.

Desde 2015, o Vale do Aço registra mais de mil casos de dengue por ano, com o pico ocorrendo, geralmente, no verão, quando há um alinhamento entre altas temperaturas e períodos chuvosos.

A médica infectologista Carmelinda Lobato aponta que o fato da região ter muitas matas, clima úmido e quente, favorece para este cenário. “Nós vivemos numa região que tem muita mata, muita floresta. Então, tem mosquitos aqui, insetos, biologicamente falando, é uma região que favorece a proliferação do mosquito. É de longa data que nós enfrentamos aqui epidemias de dengue, até porque sempre teve Aedes aegypti aqui e o Aedes haemagogus e outros tipos de Aedes também. Em virtude dessa questão ambiental e com esse processo de urbanização, juntando todos esses fatores, isso infelizmente favorece para que o Vale do Aço se torne uma região onde nós temos uma circulação frequente e contínua dos arbovírus com o mosquito transmissor aqui”, explica.

Além da urbanização e das condições ambientais, o crescimento desordenado da população, o saneamento básico deficitário e os fatores climáticos mantêm as condições favoráveis para a presença do vetor, com reflexos na dinâmica de transmissão desses arbovírus. De acordo com o Ministério da Saúde, a dengue tem padrão sazonal, com aumento do número de casos e o risco para epidemias, principalmente entre os meses de outubro de um ano a maio do ano seguinte.


Já publicado:
Região tem média de 197 casos de dengue ou chikungunya por dia
Distribuição da vacina contra a dengue começa na próxima semana

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Comentários

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Maria das Graças Batista Lima

06 de fevereiro, 2024 | 11:45

“O que favorece o aparecimento do mosquito transmissor ,é a quantidade de entulhos nos locais indevidos. aqui no Bom Retiro por exemplo, os moradores transformaram, as margens do Rio Piracicaba em lixões, São entulhos como sofá , fogões velhos, pneus descartados , e toda sorte de entulho que retiram de suas casas, juntando isso com chuvas e calor, tá explicado o alto número de infecções.”

João Comentarista

05 de fevereiro, 2024 | 13:55

“Jaime deve ter problema de interpretação de texto. A especialista afirma que área com muitas matas favorecem a existência de mosquitos e insetos. Isso junto ao processo de urbanização (cidade, grande aglomerado de população), às altas temperaturas, o descuido dos moradores, todos esses fatores favorecem PARA TODOS OS ANOS ter casos. Tem regiões que por conta das características, é endêmico para determinada doença, como no Norte com febre amarela, aqui no Vale do Aço, devido a matas e os fatores já ditos aqui, é endêmico para as arboviroses.”

Jaime

05 de fevereiro, 2024 | 10:30

“Dengue acontece em cidades nao em floresta.”

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