13 de novembro, de 2023 | 16:03
PC revela que idoso matou a ex-mulher com seis facadas em Joanésia
Recolhido à prisão desde o dia 10/11, Zezinho tentou alegar que agiu em legítima defesa
Wellington Fred
O investigador da Delegacia de Mesquita, Marcelo Martins e a delegada regional, Talita Martins Soares Soares
O investigador da Delegacia de Mesquita, Marcelo Martins e a delegada regional, Talita Martins Soares Soares
Um longo histórico de ameaças. Assim resumiu a delegada regional Talita Martins Soares, da 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil, em Ipatinga, em relação ao caso que culminou no assassinato de Maria Aparecida da Silva, de 45 anos, morta a facadas no dia 2 de novembro em Joanésia. O ex-marido da vítima, José Reggiani Júnior, de 66 anos, foi preso sexta-feira (10), conforme noticiado pelo Diário do Aço em primeira mão.
Zezinho, como é conhecido José Reggiani, foi preso por policiais civis de Ipatinga e Mesquita no bairro Jardim Panorama, em Ipatinga, no cumprimento de mandado de prisão expedido pela Justiça da Comarca de Mesquita. Ele havia se apresentado, com um advogado, à delegacia de polícia para dar a sua versão acerca do crime praticado na entrada de um sítio à margem da MG-232, no Povoado de Queixada, em Joanésia.
Na manhã desta segunda-feira (13), a delegada regional, Talita Martins Soares, detalhou o andamento da investigação sobre o feminicídio. O levantamento da PC aponta que a mulher foi até Joanésia para conversar com o ex-marido sobre o divórcio após uma relação de 23 anos. Era uma relação conturbada, onde o autor já vinha ameaçando e agredindo a vítima. Ela, 60 dias antes (de ser morta), colocou o autor definitivamente para fora de casa e ele foi morar na área rural em Joanésia”, revelou Talita.
Arquivo DA
Preso sexta-feira em Ipatinga, José Reggiani Júnior é acusado de matar a ex-mulher nesse trecho da MG-232, em Joanésia
Preso sexta-feira em Ipatinga, José Reggiani Júnior é acusado de matar a ex-mulher nesse trecho da MG-232, em Joanésia
Quando se encontraram, no dia 2, houve a discussão entre o casal e a vítima tentou se defender com uma sombrinha, mas o homem partiu para cima dela com uma faca. A vítima correu por aproximadamente 200 metros e foi alcançada quando tentava subir uma cerca”, detalhou a delegada.
Com a mulher caída no chão, ela foi esfaqueada por seis vezes e morreu no Local. Zezinho, segundo investigações da Polícia Civil, também ameaçava os filhos do casal. Maria teve dois filhos com José Reggiani e ainda um outro filho, fruto de outro relacionamento. Ele (Zezinho) atribuía aos filhos o motivo da mãe não aceitá-lo de volta”, aponta o relatório da PCMG.
Um dia antes do crime, o autor confesso esteve na casa da sogra. O homem teria ameaçado a mulher e ainda uma ex-cunhada com uma faca.
Zezinho alegou que agiu em legítima defesa ao ser agredido
Curiosamente, segundo a delegada, ao se apresentar na delegacia com um advogado, Zezinho teria a todo momento atribuído culpa à vítima pelo ocorrido. Ele disse que a mulher era agressiva, afirmando que a vítima é que levou a faca ao encontro dele e que partiu para cima dele”.
Os policiais civis da delegacia de Mesquita e Joanésia conseguiram localizar uma testemunha dos fatos, que desmentiu a alegação de legítima defesa relatada pelo autor. Todos os familiares foram claros em dizer que realmente ele é que era agressivo. Ele é que ameaçava e que nunca teve isso da vítima a ameaça-lo com faca, nada desse tipo”, ressaltou a delegada regional.
Delegada pede que denunciem casos de violência doméstica para evitar feminicídio
Talita pediu que as mulheres, amigos ou familiares que não deixem de denunciar os casos de violência doméstica que testemunharem, pois, esses casos podem evoluir para um homicídio, como foi o caso da Maria da Graças com o ex-marido.
Às vezes, a vítima não tem coragem de fazer a denúncia. Então que os familiares façam essa denúncia, que os vizinhos façam a denúncia ou qualquer pessoa, que perceba uma situação dessa, denuncie para que a gente possa evitar tragédias como essa”, apela a delegada.
Qualquer denúncia pode ser repassada aos telefones: disque 100, do 190 da PM ou o Disque Denúncia Unificado, 181. Além disso, as vítimas podem procurar qualquer delegacia, podem procurar qualquer posto da Polícia Militar”, finalizou Talita.
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Jose
14 de novembro, 2023 | 05:39Parabéns à equipe da polícia civil que trouxe à sociedade de forma clara, objetiva e verdadeira a narrativa deste crime com requintes de crueldade e covardia.”