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19 de julho, de 2023 | 15:10

Homem acusado de brutal assassinato da mulher em Perpétuo Socorro é sentenciado a quase 30 anos de cadeia

Arquivo DA
Relatório do MP aponta que homem infligia grande sofrimento em Maria Odete, que acabou assassinada de forma brutal em Perpétuo Socorro, Belo OrienteRelatório do MP aponta que homem infligia grande sofrimento em Maria Odete, que acabou assassinada de forma brutal em Perpétuo Socorro, Belo Oriente

O tribunal do Júri da Comarca de Açucena julgou nesta quarta-feira (19), a acusação de homicídio qualificado pelo feminicídio, entre outras qualificadoras, contra o réu Vander Leandro Santiago, 49 anos. O criminoso fugiu no dia do crime, foi preso quase um ano depois por causa de um acidente de trânsito e um mandado de prisão expedido pela Justiça, entretanto, foi solto e desapareceu. Ele foi levado a julgamento na condição de réu foragido, conforme noticiado mais pelo jornal Diário do Aço.

Ao encerramento da sessão, no fim da manhã desta quarta-feira, Vander foi sentenciado a cumprir 27 anos de prisão em regime fechado e teve decretada a prisão preventiva. Diligências serão iniciadas de imediato para prisão e captura dele.

Vander Leandro foi julgado culpado pela morte da amásia, Maria Odete Madalena, de 54 anos, na madrugada de 27 de abril de 2014, no distrito de Perpétuo Socorro, em Belo Oriente, fato esse noticiado à época pelo Diário do Aço.

Consta no processo que depois de matar a mulher com um golpe de faca no pescoço, ele telefonou para uma de suas irmãs e confessou que tinha assassinado Maria Odete, com quem vivia. Trancou o portão da residência e fugiu.

Vander somente foi preso no dia 2 de fevereiro do ano seguinte, quando se envolveu em um acidente no trecho da BR-381 em Belo Horizonte (anel rodoviário).

Completamente embriagado, Vander conduzia um Fiat Uno e bateu contra um Ford Fiesta. De tão bêbado, não conseguiu fazer o teste do etilômetro. O condutor não portava documentos, mas a Polícia Militar Rodoviária descobriu a sua identidade e constatou que havia contra o condutor um mandado de prisão expedido pela Justiça. Apesar de ter sido preso na época, acabou colocado em liberdade enquanto respondia o processo na Justiça pela morte da mulher.

Desentendimento por causa de imóvel

Ficou esclarecido na investigação, que a motivação do crime foi o fato de a amásia querer separar-se de Vander e pleiteava também o direito a um imóvel de propriedade do amásio. Ele insistia que a propriedade era exclusivamente dele e não aceitava a partilha. Eles estavam juntos havia alguns anos e tinham um filho e uma filha em comum, ambos expulsos de casa pelo pai quando ainda novos.

A investigação também apontou e o filho do casal confirmou durante o julgamento, que o pai tinha um histórico de violência doméstica. Além de expulsar o filho e uma filha de casa, de forma reiterada agredida Odete Madalena.

“São uníssonos os relatos de que ele controlava a companheira, tendo-a submetido, por diversos anos, à situação de violência doméstica. São vários os relatos de que o relacionamento do sentenciado e da vítima foi marcado por um triste histórico de violência doméstica de Vander contra Maria Odete. Em um dos casos de violência, relatou o filho em Plenário do Júri, a vítima teve de ser levada ao hospital, em virtude de ter perdido um dente. Tais lesões nunca foram levadas ao conhecimento das autoridades policiais por medo que a vítima tinha do sentenciado. Portanto, a personalidade controladora e violenta empregada contra sua companheira deve ser valorada negativamente”, detalha o representante do MP.

Viveram como mendigos

A investigação da PCMG também apontou que, anos antes, o homem havia levado a mulher para Belo Horizonte e a obrigado a viver na mendicância, pedindo dinheiro nas ruas para lhe sustentar.

Da capital mineira, o casal foi para o Espírito Santo, onde o homem, segundo a investigação da Polícia Civil e denúncia do MPMG, obrigou a mulher à mesma prática. Nesse período, Vander não trabalhava e obrigava a mulher a lhe sustentar no vício de bebidas alcoólicas.

Ao voltar a morar em Perpétuo Socorro, a mulher, por temer pela sua vida, passou a morar com os pais do réu. Ele a convenceu a voltar a viver na mesma residência e, passados pouco mais de 30 dias do relacionamento reatado ele a matou.
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Comentários

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Tinho Mortadela

19 de julho, 2023 | 23:32

“Os rituais judiciais ainda são muitos atrasados no Brasil. A rotina no Judiciário ainda é feita com uma infinidade de carimbos, certidões e alvarás. Tá aí o resultado desta burocracia toda, a impunidade.”

Chouriço

19 de julho, 2023 | 23:28

“Ser humano... Já viu um ser tão desprezível? Nem eu.
Um ser capaz de ver algo ruin acontecendo e... Apenas observar, é um ser que desafia a ciência; como pode ser tão racional e irracional ao mesmo tempo?
Fico perplexo ao imaginar como um ser desse tipo pode "odiar" ao invés de dar amor, consegue ser egoísta até quando se trata de sentimentos. Cuidar um dos outros, cuidar de quem a gente quer bem, isso que deveríamos fazer, mas estamos fazendo?”

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