02 de julho, de 2023 | 07:25

Em 12 anos, população do Vale do Aço cresce apenas 0,6% e atinge 720.160 habitantes

Tania Rego/Agência Brasil
Em muitas cidades recenseadores depararam-se com as portas fechadas e resistência das famílias em responder às questões Em muitas cidades recenseadores depararam-se com as portas fechadas e resistência das famílias em responder às questões

Em 1º de agosto de 2022, o Vale do Aço tinha 720.160 habitantes, dos quais, 458.846 residentes na Região Metropolitana oficial, 570.134 domiciliados na Região Metropolitana Expandida e 150.026 moradores no Colar Metropolitano Contraído. Os números são dos primeiros resultados do Censo Demográfico de 2022, do IBGE, que foram tabulados e analisados pelo Observatório das Metropolizações Vale do Aço, do IFMG Ipatinga.

Para o Observatório, a Região Metropolitana do Vale do Aço é oficialmente composta por Coronel Fabriciano, Ipatinga, Santana do Paraíso e Timóteo. A Região Metropolitana Expandida ganha a incorporação de Belo Oriente e Caratinga. E o Colar Metropolitano Contraído é formado pelos municípios do Colar Metropolitano oficial, com a exclusão de Belo Oriente e Caratinga.

De acordo com os primeiros resultados do Censo 2022, a população do Vale do Aço ganhou apenas 4.260 novos moradores, evoluindo somente 0,6% em 12 anos. Já a população de Minas Gerais teve acréscimo de 941.388 novos residentes, crescendo 4,8% nos mesmos 12 anos. Ipatinga, o município mais populoso da região, perdeu 11.737 residentes, com parte significativa deste total passando a residir em Santana do Paraíso, o município que mais ganhou população.

Em apenas 12 anos, a população de Paraíso explodiu: foram, no total, 17.535 novos moradores, um incremento demográfico de 64,3% entre 2022 e 2010. Para o coordenador estatístico e de pesquisa do Observatório das Metropolizações do Vale do Aço, o geógrafo William Passos, que tem especialização doutoral em estatística pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE), do IBGE, a explosão demográfica de Paraíso confirma a consolidação do município como a principal frente de crescimento da metropolização da Região.

“Em 12 anos, a população de Paraíso explodiu num cenário de letargia demográfica do Vale do Aço. Letargia demográfica é quando a população cresce, mas num ritmo inferior à média estadual. Paraíso cresceu 64,3% num Vale do Aço que cresceu apenas 0,6% e numa Minas que cresceu 4,8%. A Região Metropolitana oficial cresceu 1,6%. A Região Metropolitana Expandida incrementou população em 1,8%. E o Colar Metropolitano Contraído perdeu 3,6% de população. Com isso, do ponto de vista demográfico, Paraíso, neste momento, é o único município que atrai população no conjunto da Região Metropolitana Expandida”, analisou o geógrafo.

Queda em Ipatinga
“Belo Oriente, Caratinga, Fabriciano e Timóteo apresentam letargia demográfica, enquanto Ipatinga sofre esvaziamento. Quanto à explicação, um conjunto de fatores caminham juntos: o esgotamento dos espaços desocupados em Ipatinga; a crise econômica que, há décadas, atinge o Vale do Aço; a queda da fecundidade feminina e da natalidade das crianças, com a consequente redução do tamanho das famílias mineiras; e a fortíssima emigração, com pessoas que vão tentar a vida em outras cidades, em outros estados e até no exterior.Com isso, do ponto de vista da demografia, o Vale do Aço vai ficando cada vez mais sem alternativa”, pontuou William. “A única saída passa a ser se desenvolver: estimular novos negócios, atrair investimentos e pressionar os governos federal e estadual para a abertura de universidades e a expansão das unidades educacionais públicas tecnológicas já existentes. Historicamente, o Vale do Aço sempre se projetou como um espaço industrial diferenciado, que combina oportunidades de trabalho com qualidade de vida no coração do interior de Minas Gerais, mas, com a passagem do tempo, isso vai cada vez mais se dissolvendo”, concluiu.

Colar Metropolitano Contraído
No Colar Metropolitano Contraído, Iapu (16,6%), Antônio Carlos (16,0%), Marliéria (14,5%) e Pingo-d'Água (6,5%) cresceram acima da média estadual de 4,85%, destacando-se como municípios que atraíram população. Por sua vez, Jaguaraçu (3,4%), Ipaba (2,6%), Bugre (1,2%) e Entre Folhas (0,1%) apresentaram letargia demográfica, evoluindo positivamente, porém abaixo da média estadual.

Os municípios restantes, por outro lado, perderam população, com destaque para Dionísio, que registrou uma redução populacional de 21,7%, e para Joanésia, que perdeu 20,2% de sua população entre 2010 e 2022. O Colar Metropolitano Contraído registrou perda de 5.568 habitantes, uma redução populacional de 3,6%.

Já publicado:
População da Região Metropolitana do Vale do Aço tem aumento de mais de 7 mil pessoas em 12 anos

População do Brasil passa de 203 milhões, mostra Censo 2022
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
Mak Solutions Mak 02 - 728-90

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Marcelo Moreira

03 de julho, 2023 | 08:22

“Até nisso Ipatinga se parece com Volta Redonda; cidade dependente de uma só industria, que não tem melhorias na qualidade de vida. Pararam no tempo.”

O Sábio.

02 de julho, 2023 | 23:07

“Basta circular pela cidade de Ipatinga pra saber porque a cidade tá reduzindo a população: custo de vida alto, aqui se paga pra tudo...não há nenhum lazer de graça, mendigos por toda parte, drogados em todo canto, aluguel mais caro que em BH, golpistas atacando o tempo todo...quem pode tá se mandando pro exterior. Os que ficam tão indo morar em locais menos caros e mais seguros ao redor de Ipatinga...vão ficar na cidade só os donos de mansão que vivem de explorar o povão...”

Ana Lucia Paiva

02 de julho, 2023 | 13:40

“Claro, terra de gente que não tem valor. Paga-se pouco. Não valorizam o trabalhador. Enquanto isso, os chefes estão lá com salários altos. Ipatinga em breve será novamente distrito de Coronel Fabriciano. Falta um político com visão de crescimento, para acabar com o monopólio onde somente 1 manda é todos obedecem. Vamos viajar até Uberlândia que cresceu. Mas isso e uma política de atração de empresas, indústrias e valorização da mão de obra.”

Gildázio Garcia Vitor

02 de julho, 2023 | 11:25

“A redução do ritmo de crescimento da população é uma tendência mundial, inclusive nos países subdesenvolvidos.
Estou esperando uma análise mais aprofundada do Dr. William nos números relacionados ao envelhecimento da população brasileira e suas consequências socioeconômicas.”

Jaime

02 de julho, 2023 | 08:57

“A falta de oportunidade . imposto caro como iptu cobrado pelas prefeituras acabam destimulando as pessoas morar aqui.”

Envie seu Comentário