09 de junho, de 2023 | 14:22
Projeto do Parque Ambiental da Biquinha começa a ser debatido e cobrança de entrada preocupa
Divulgação
O espaço multiuso integra o conjunto de equipamentos previstos para o Parque Ecológico APA da Biquinha
Silvia Miranda - Repórter Diário do Aço 
A Área de Preservação Ambiental (APA) da Biquinha em Coronel Fabriciano deve ganhar a construção de um parque ecológico. O local, que atualmente pertence a uma empresa privada (Arcelor Mittal), acaba de ser liberado de forma oficial para a exploração pública municipal. A assinatura do termo de comodato de bem imóvel, foi assinado segunda-feira (5) entre a Administração Municipal de Coronel Fabriciano e a Arcelor Mittal Brasil S.A., em uma solenidade na prefeitura.
Conforme divulgado em suas mídias sociais, a administração municipal afirma já ter recursos suficientes e pretende abrir uma licitação para a concessão do gerenciamento do Parque Ecológico APA da Biquinha. Com isso, foi levantada a preocupação de representantes da sociedade civil, quanto a uma possível cobrança para entrar no local, que hoje já é muito utilizado de forma gratuita para caminhadas e práticas de esportes por muitos munícipes e pessoas das cidades da região.
Mesmo sendo um terreno particular, a área de preservação sempre foi aberta ao público com entrada liberada para utilização das trilhas e cachoeiras. Falta, entretanto, uma infraestrutura de atendimento.
Agora, a administração municipal promete mudar isso e apresenta projetos para a construção de uma estrada para ligar Coronel Fabriciano à BR-381, como forma de aliviar o trânsito urbano, principalmente de caminhões que acessam o atual distrito industrial. A estrada iria tangenciar uma das laterais do parque e a promessa é que não irá interferir nas trilhas e lugares frequentados pelas pessoas. Em contrapartida haveria a criação do um parque ecológico, oferecendo uma estrutura para visitação, como banheiros, locais de convivência e pontos de apoio.
Preservação
A APA da Biquinha está localizada entre os bairros Belvedere, Giovannini e São Domingos com cerca de 330 hectares, é a única unidade de conservação dentro do perímetro urbano de Coronel Fabriciano. A região foi declarada como de proteção ambiental em 2007. A mata possui vegetação nativa em regeneração, que abriga pequenos animais silvestres e conta com trilhas, cachoeiras e nascentes.
Já publicado:
-Coronel Fabriciano ganhará Parque Ambiental na área Mata da Biquinha
-APA da Biquinha e a importante luta por sua preservação
O Parque
Arquivo Pessoal
Fernando Albeny explica que projeto tem muitos pontos positivos, mas também de preocupação
O presidente do Conselho Gestor da APA da Biquinha, Fernando Martins Albeny, explica que o projeto do parque traz estrutura aos caminhantes e visitantes da nascente da Biquinha. Serão construídos equipamentos urbanos mínimos e básicos, como banheiros e quiosques para lanches. Além de apresentar estrutura para divulgação e conscientização de proteção ao meio ambiente. Passa, também a abrigar o viveiro municipal e apresenta estrutura de aparelhamento pela Polícia Militar Ambiental. E haverá um portal com controle de entrada dos frequentadores”, detalha.
Para Fernando Albeny os benefícios são diretos e muito palpáveis, com estruturação, qualificação e segurança do acesso para todos dentro do parque, mas também há pontos de preocupação.
As preocupações também surgem com a implantação do parque, em razão da interferência humana em uma área de proteção ambiental. A área de ocupação da infraestrutura sugerida para o parque ocupa menos de 1% da área total do parque, estando limitada a aproximadamente dois hectares. O projeto prevê estruturas espaçadas para tentar diminuir os impactos internos”, explica.
Cobrança
Uma das preocupações de vários representantes da sociedade é com uma possível cobrança para entrar no parque da Biquinha. Na última semana foi realizada uma audiência pública, para apresentação do projeto do parque ambiental. E um dos pontos questionados pelos participantes é quanto à exigência de pagamento para entrar na Apa. Muito temos discutido sobre pontos como a cobrança de entrada para manutenção do parque, ainda que em um valor bem simbólico, com cadastramento de pessoas caminhantes e que teriam que ter acesso gratuito em razão de sua condição social”, argumenta Fernando Albeny.
Para o advogado e professor universitário, Moisés Arimatéia Matos, que desde o início acompanha as discussões para a preservação da área, a cobrança não deve existir, mesmo que em valor simbólico, pois pode inibir o acesso de famílias mais carentes. Há parques sem custos de entrada como o Oikós, em Timóteo, e eu defendo que nenhum cidadão tenha que pagar para entrar no Parque Ecológico APA da Biquinha. Deve haver uma discussão mais ampla sobre isso, envolvendo vereadores e toda a população para debater esse assunto”, reforça.
Manutenção
Arquivo Pessoal
Adriano Francisco representante do ecoturismo também defende questões e segurança e manutenção do parque
Para Adriano Francisco de Oliveira, do Esporte no Vale Adventure, é necessário se preocupar também com questões de conservação, segurança e manutenção do equipamento, sendo necessário equipe de brigadistas, socorristas, sinalização eficiente das trilhas, entre outros. Como representante do ecoturismo eu utilizo muito aquela área e há uma preocupação muito grande de como será a conservação após a construção do parque, para não gerar pontos de desgaste e vandalismo. Quem vai cuidar do local após a criação do parque e inauguração dos equipamentos? A divulgação será um atrativo a mais de pessoas para o local. Se alguém se perder lá dentro, nas variadas trilhas, haverá equipe de resgate? Então há muitos pontos que ainda precisam ser esclarecidos”, conclui.

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Justo
13 de junho, 2023 | 15:40Tem que cobrar, colocar câmeras e vigilância para evitar que a biquinha vire uma biqueira.”
Joesanfil Filho
12 de junho, 2023 | 19:52Não tem que cobrar nada!”
Eliana
10 de junho, 2023 | 13:55O povo parece que só conhece parque Ipanema, tem o oikos que é maravilhoso. E não cobra nada pra entrar tem trilha e outros eventos. Tem que preservar mesmo, ter um lugar de lazer para famílias. Coronel Fabriciano está pobre quanto a lazer. E áreas pra isso tem.”
Marley
10 de junho, 2023 | 09:05Tem que ser todo FECHADO , deixando uma entrada e uma saída .
Tem que cobrar para entrar SIM . Acha que
manter uma área dessa fica de graça para nós que pagamos em dia nossos impostos .?
Nada de graça funciona como deveria . É só olhar o parque Ipanema , é depredação, é roubo , é sujeira , é cachorro gagando e mixando onde crianças brinca e deitam .
Tem que COBRAR sim .
Ainda acha quem defende as coisas de graça.”
Carlos Rocha
09 de junho, 2023 | 17:37Se for pra ter um parque público e ficar no estado de degradação que está o Parque Ipanema é melhor fazer a concessão mesmo, fixar uma cobrança e usar o dinheiro para a manutenção. É triste o que está acontecendo no Parque Ipanema.”
Sr.sincero
09 de junho, 2023 | 13:56Sou favorável à cobrança de uma taxa simbólica para conservação e manutenção, inclusive acho que já deveriam ter feito isso no Parque Ipanema em Ipatinga .”
Marley
09 de junho, 2023 | 13:21Tem que cobrar sim . Nada de graça dura muito tempo .
Como disse o Marcelo Costa g. No comentário , veja a situação do parque Ipanema , é roubo , é depredação , é passeio com cachorro . É quebra de banheiro .
Tem que cobrar sim e fiscalizar constantemente .”
Marcelo Costa G.
09 de junho, 2023 | 13:11Eu seria contra a cobrança, não fosse o vandalismo e a insegurança que alguns mal educadores disseminam. Vejam o Parque Ipanema, que é público e vive pichado, todo cagado de cachorro, lixo pra todo lado, demandando mão de obra dos servidores para limpar todo dia cedo, luminparias danificadas, sem contar os furtos. Agora, por fim, interditaram os banheiros lá perto das quadras. Então, tem que cobrar e usar a receita para manutenção e vigilância sim. E não venham com essa conversa de "campanha educativa" que isso não resolve nada.”
Robert
09 de junho, 2023 | 11:22O certo seria como em algumas cidades lá fora! De não cobrar a entrada , mas sim colocar uma infraestrutura com quiosques e estes alugados e o lucro com isso , que seria revertidos para a manutenção da área com vigilância etc, e tb com apoio da prefeitura, e instalações de câmeras de segurança !”
Chouriço
09 de junho, 2023 | 09:25Para começar a área é particular e outra, tomando como exemplo algumas praças que foram entregues no município e foram vandalizadas pos inauguração, não sou contra a cobrança, desde que não seja exorbitante. Lembrando que áreas como essas dependem de zeladores, vigilância e etc. Exemplo disso é aquela trilha ecológica em Guarapari que leva a praia do Hermínio, em que há portaria e cobrança de entrada. E olha que lá não tem nada de estrutura igual o que foi apresentado na biquinha.”