27 de maio, de 2023 | 08:50

Terceiro investigado por duplo assassinato de mulheres em Ipatinga é denunciado à Justiça

O Ministério Público de Minas Gerais apresentou à Vara de Execuções Penais e do Tribunal do Júri da Comarca de Ipatinga denúncia contra mais um envolvido no brutal assassinato de duas jovens mulheres, na noite de 31 de janeiro de 2020, em uma estrada vicinal do Ipanemão, área rural de Ipatinga. O denunciado, Ramon Campidelis Correia, de 23 anos, está com mandado de prisão expedido pela Justiça da Comarca de Ipatinga e é considerado foragido. Acredita-se que ele esteja no exterior.

Consta na denúncia assinada pelo promotor Jonas Junio Linhares Costa Monteiro que o denunciado Ramon Campidelis e ainda, Ítalo Augusto Andrade Silva, de 21 anos, e João Pedro Faustino de Almeida, de 22 (ambos já condenados pelo Tribunal do Júri), mataram Aspásia Hilary Moreira Ferreira e Aline Rodrigues de Souza (ambas com 20 anos), com disparos de arma de fogo. Ítalo foi preso na Espanha, dia 13 de maio e será extraditado para o Brasil em breve.

João Pedro também era foragido e foi preso segunda-feira 22/5 em Guarapari, no Estado do Espírito Santo. O MPMG já pediu à Justiça que seja determinada a transferência do condenado para cumprir pena em Minas Gerais.

Envolvimento com o tráfico

Afirma o representante do MP que “o denunciado é um dos líderes do tráfico de drogas no bairro Esperança, conhecido no meio popular, em especial na comunidade onde reside, por ser um indivíduo de alta periculosidade”. Pesam contra o denunciado diversas passagens pela polícia e processos por crimes diversos.

Atraídas para serem assassinadas

Ainda conforme a denúncia, desconfiado que as vítimas estavam envolvidas com membros de facções rivais, do bairro Bom Jardim, bem como repassando informações sensíveis referentes à movimentação do tráfico de entorpecentes e outros crimes, o denunciado decidiu matá-las. Para isso contou com o apoio dos outros dois indivíduos, já sentenciados, que se aproveitaram da confiança das vítimas e as levaram para a área rural, onde foram executadas.

“O delito foi cometido com emprego de meio cruel, dada a multiplicidade de disparos efetuados pelos autores, aliada ao terror provocado nas vítimas, que foram conduzidas descalças pela mata, sob constantes ameaças de morte para o local onde foram brutalmente assassinadas.

Constatou-se, ainda, que o homicídio foi cometido mediante dissimulação e recurso que dificultou as defesas das ofendidas, já que, ocultando a real intenção de matá-las, o denunciado as convidou para um encontro sexual, e, em vez de levá-las ao motel, conduziram-nas para o córrego do Ipanemão, local onde foram executadas”, detalha a denúncia.

As duas vítimas assassinadas no Ipanemão deixaram quatro filhos. Aline Rodrigues tinha dois meninos e Aspásia Hilary duas meninas.

Vida marcada por drama familiar

Uma das vítimas desse brutal assassinato, Aline Rodrigues, tinha um histórico de dramática desestrutura familiar. Conforme relatam conhecidos da família ao Diário do Aço, Aline foi criada pela avó, pois quando tinha dois anos a mãe, Roseli Gonçalves de Souza, foi assassinada pelo marido, pai de Aline, no ano de 2002, em Braúnas. Anos depois, Divino do Carmo Rodrigues também foi assassinado.