06 de março, de 2023 | 10:20
Homem resgatado em fazenda de café trabalhou cerca de 40 anos em condições de escravidão
Reprodução de Vídeo/TV Globo
João Ribeiro: 'Sofri e sofri muito', diz homem resgatado após 40 anos de trabalho em Minas Gerais

Identificado como João Ribeiro, um homem que também era conhecido como João do Brejo, foi resgatado após ser submetido a trabalho análogo à escravidão por quase 40 anos. O caso foi registrado no fim do mês de janeiro, mas o relato do trabalhador só veio à tona agora, com a divulgação pelo programa Fantástico, da TV Globo, na noite de domingo (5/3).
João foi resgatado na fazenda de café Boa Vista, no município de Bueno Brandão, Sul de Minas Gerais. A situação degradante do trabalhador foi descoberta quando ele precisou de atendimento médico no fim de 2022, por causa de uma suspeita de pneumonia.
No hospital, verificaram que ele não tinha documento algum. Desconfiados, trabalhadores da saúde acionaram a Assistência Social do município, que fez a denúncia ao Ministério do Trabalho e Emprego.
Os auditores-fiscais realizaram uma operação e encontraram João limpando a terra, descalço. Ele foi liberado do hospital e voltou a trabalhar na roça. Segundo os auditores, João dormia em uma espuma suja, que lhe servia de colchão.
No local não tinha eletrodomésticos ou eletrônicos, como geladeira, ventilador ou televisão. O único dinheiro encontrado com o trabalhador eram notas antigas do Brasil, como o cruzeiro.
Nessas condições, sem documentos, o homem era invisível” para o Estado brasileiro. Questionado, o fazendeiro David Aparecido de Oliveira (empregador) disse às autoridades que João do Brejo chegou à fazenda em 1984, perdido e procurando por uma oportunidade de trabalho.
Ocorre que o homem trabalhou por quase 40 anos e alega que não recebeu nada, só trabalho. Dessa forma, João viveu durante 39 anos em condições degradantes e sem salário registrado.
Levado para lar de idosos
Retirado da fazenda, João vive em um lar de idosos. Em 27 de fevereiro João do Brejo recebeu as verbas rescisórias do antigo patrão. A origem e a idade de João são incertas.
Na sexta-feira (3), o homem recebeu seus documentos como certidão de nascimento, identidade, CPF e cartão do SUS.
O caso de João do Brejo é só mais um em um ano quando casos de trabalho análogo da escravidão surge em outros lugares. No mês passado, 207 pessoas foram resgatadas em Bento Gonçalves (RS) em trabalho análogo à escravidão em vinícolas.
Veja também:
Jornalista demitido cinco minutos depois de publicar denúncia de trabalho escravo se pronuncia
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
Anderson Francisco da Silva
12 de março, 2023 | 14:17Boa tarde! Gostaria de mais informações onde se localiza atualmente o senhor João Ribeiro? Tenho um tinho que estamos sem notícias a mais ou menos 40 anos. O nome dele é Francisco, conhecido na época com Chico, nascido em Sapucaia, distrito de Caratinga MG. A semelhança dele é muito grande com outro tio, irmão de Francisco, que inclusive já faleceu. Agradeço informaçoes do Diário do Aço.”
Walter Mercado
06 de março, 2023 | 22:56Há 39 anos que o cara sofre mais tratos e a culpa é do bolsonarismo, os oportunistas e hipócritas querem fazer política em tudo...kkk”
Bom
06 de março, 2023 | 22:37Quando o FISCAL vai ,a propina fala mais alto e o povo......
O patrão tem pra perder o coitado não”
Jose Newton Starling Moreira
06 de março, 2023 | 16:56Sabem porque isto não acaba? já viram alguma reportagem ou noticia que algum destes monstros foram presos? Notaram que ninguém é preso, ninguém é punido e somente são convidados para prestar escalarecimentos? Tanto estes patrões diabólicos quanto MP, são uma máfia. E para completar tem um aí dizendo que é culpa dos eleitores de Bolsonaro....(a vítima estava presa desde a era Sarney. Oh pátria educadora, que tragédia. ) Que comentário insano.”
Tinho Mortadela
06 de março, 2023 | 14:39Situações esta como a do Sr. João do Brejo, não é como procurar uma agulha no palheiro, ou seja, não é uma coisa extremamente difícil de achar pelo país. Infelizmente somos um país onde reina a omissão do Poder Publico, na verdade somos um país de cegos. E com nossa cegueira vendemos nosso país a quem paga mais. Infelizmente essa é a minha conclusão.”
Renato
06 de março, 2023 | 14:27Tudo normal no mundo bolsonarista e para os adeptos do partido Novo...”