25 de novembro, de 2022 | 07:05

Perigo na pista: animais soltos nas rodovias causam transtorno, perigo e acidentes

(Stéphanie Lisboa - Repórter do Diário do Aço)
O tráfego em uma rodovia, seja ela estadual ou federal, requer do motorista atenção e cautela e, ter que lidar com a presença de animais soltos na pista, é um complicador ainda maior para o condutor, principalmente no período noturno, em que há pouca luminosidade e o perigo de um acidente é iminente. Somente no mês de novembro, o Diário do Aço noticiou dois acidentes de trânsito na região provocados pela presença de animais soltos na pista.

No dia 7 deste mês, por volta de 23h, no Km 141 da BR-458, trecho que pertence a Santana do Paraíso, um motociclista, de 51 anos, atingiu uma vaca que se encontrava na pista. O condutor da moto teve ferimentos graves e foi levado ao Hospital Márcio Cunha (HMC), em Ipatinga. Na mesma semana, no dia 11 de novembro, mais um acidente. Desta vez um carro de passeio atingiu um cavalo, no Km 242 da BR-381, trecho de Paraíso. O acidente também foi registrado no período noturno. Com o impacto da batida, o carro teve danos generalizados na parte frontal e o equino veio a óbito.

MG-760
Na rodovia estadual MG-760, que faz a ligação da BR-381 à BR-262, os motoristas também têm passado por maus bocados. Quem conta é o coordenador do grupo "Movimento LMG-760, Asfalta Já”, Ernani Bitencourt. O morador de Timóteo conta que por meio das páginas em mídias sociais e de um aplicativo de troca de mensagens chegam relatos recorrentes dos condutores por conta dos animais soltos na via. “Só no WhatsApp somos 200 membros e as informações da estrada chegam pra nós em tempo real. Os relatos são quase diários de situações de risco ou acidentes com animais”, afirmou.

Ernani contou que, apenas neste mês, foram encontrados dois animais mortos por atropelamento de veículo no trecho entre Baixa Verde e Cava Grande. “Os maiores casos de permanência de animais na pista acontecem no trecho entre o trevo de Goiabal e a comunidade de Cava Grande no município de Marliéria”, informou.

Para o coordenador do movimento, o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) deveria manter um serviço de recolhimento dos animais para um curral comunitário e aplicar multas aos seus proprietários. “Pedimos apoio às autoridades municipais e nossos deputados da região para interceder junto ao DER nesse sentido”, pediu Ernani. Por enquanto, os condutores tentam alertar uns aos outros para evitar a ocorrência de mais acidentes. “Temos orientado sempre pelas mídias para que os usuários da estrada tenham cuidado”.

Responsabilização dos donos
Quem deixa animais soltos na pista pode ser responsabilizado, explica o comandante do 1º Pelotão de Polícia Militar Rodoviária no Vale do Aço, tenente Marcelo Vieira. “O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) traz que existe a possibilidade de condução de animais pelo bojo da pista, desde que esses animais estejam com quem os conduza. Ao contrário disso, já é uma irregularidade que pode resultar em lesões e morte”.

Caso os proprietários dos animais sejam identificados, serão penalizados. “Poderão responder por crimes e também, no caso das lesões e morte, arcar com reparações civis. No caso aí de lesões corporais ou até mesmo homicídio de forma culposa (sem intenção), essas pessoas aí (proprietários) podem incorrer em pena de até três anos de reclusão”, esclareceu o militar.

Orientações
Por fim, com o objetivo de instruir os motoristas, Marcelo Vieira deixa algumas recomendações aos condutores. “Atenção máxima ao trânsito, a obediência ao próprio CTB, observância às placas de advertência que sinalizam animais ou ponto onde ocorre incidência de animais na pista. Manter a velocidade regulamentar da via, que em uma condição de emergência este condutor possa acionar os seus freios de forma eficiente e evitar o acidente e, consequentemente, lesões ou até morte”, indicou.

O militar pede também aos donos de animais que observem algumas instruções: “Que tenham todo o cuidado e cautela indispensáveis para a criação desses animais em suas terras, às margens da rodovia, mantendo cercas em bom estado de conservação, para que esses animais não acessem o bojo da via, que sejam vigilantes nesse sentido, porque vidas humanas, em alguns casos, têm sido perdidas, pessoas têm ficado lesionadas”, alertou.

Já publicado:
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