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01 de outubro, de 2022 | 16:43

Estelionatários fazem novas extorsões com o golpe do nudes

Polícia orienta a quem cair na rede dos golpistas, que não paguem nada, não transfiram dinheiro via Pix e bloqueie o contato no e-mail ou WhatsApp

Arquivo DA
Golpistas praticam extorsão com o golpe que usa supostamente menores de idade na internet, em troca de imagens de nudez com adultosGolpistas praticam extorsão com o golpe que usa supostamente menores de idade na internet, em troca de imagens de nudez com adultos

O já conhecido “golpe do nude” continua a fazer vítimas. Neste sábado, um homem de 38 anos confirmou que levou um prejuízo de R$ 2.600, pago à uma quadrilha do Rio Grande do Sul, que age na internet praticando o estelionato. A vítima conta em mensagem enviada ao Diário do Aço que só não perdeu mais dinheiro porque desconfiou do caso, foi para a internet pesquisar e descobriu que o golpe já fez outras vítimas.

A notícia “Homem escapa do 'golpe do nude', por pouco”, publicada pelo Diário do Aço no dia 28 de julho tem evitado que outras pessoas caiam na armadilha. Os membros do grupo golpista agem a partir do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

No começo do mês o jornal relatou casos de novas vítimas do golpe do nude e justamente em função as publicações, o rombo nas contas das pessoas não tem sido maior. Mas as ocorrências não pararam. Novos golpes foram aplicados.

Entenda a dinâmica do golpe



O golpe começa quando usuários das mídias sociais, principalmente Facebook e Instagram, geralmente homens adultos, são procurados por mulheres bem jovens. Elas pedem para a vítima adicioná-las com o argumento que querem amizade. No próximo passo, há uma insistência para a troca de WhatsApp. Pelo aplicativo de mensagens o golpe evolui para um plano mais avançado. Da amizade, evolui para um namoro virtual até que ocorre a troca de nudes (fotos íntimas) entre as partes. Daí o nome, “golpe do nude”.

No próximo “pulo do gato” dos golpistas entram em cena outros atores. Às vezes a vítima é procurada por um advogado e, às vezes, por um suposto delegado de polícia.

A história, em resumo é que a “menina” ou “menino” com o qual a vítima conversava e trocava imagens nuas ou eróticas era menor de idade e, para evitar um inquérito na “Delegacia de Menores” o suposto advogado ou delegado passa a exigir dinheiro para abafar o caso. Foi numa situação dessas que J.M. repassou R$ 5 mil. Pensou que estivesse livre dos golpistas, mas passou a receber ligações telefônicas, dia e noite, em que exigiam mais dinheiro, alegando, entre outras coisas que era para pagar psicólogo para a menor de idade “molestada” pelo adulto.

Em outro caso, trazido ao conhecimento da redação do Diário do Aço neste sábado, A.S. de Alfenas, no Sul de Minas, também virou alvo da quadrilha e, desde a semana que passou é vítima da tentativa de extorsão pela quadrilha. “Preciso de ajuda”, afirma a vítima.
Reprodução
Conversa do golpista com uma das vítimas; quase um mês depois falso delegado pede mais dinheiro Conversa do golpista com uma das vítimas; quase um mês depois falso delegado pede mais dinheiro

Quadrilha ataca com meninas e meninos



Uma das vítimas desta semana, A.L.D., conta à reportagem que depois do primeiro valor extorquido, os criminosos queriam mais dinheiro. “Tudo começou dia 6 de setembro, quando recebi uma solicitação de amizade no meu Facebook. Passamos a conversar. O mesmo disse que tinha 16 anos, pediu meu WahtsApp, tivermos algumas conversas, ele me mandou nudes e pediu uma foto minha. Já no outro dia mesmo o suposto delegado de Polícia, João Carlos Pinto, me ligou no WhatsApp, dizendo que a mãe estava na delegacia. O mesmo pediu R$ 2.100 e passou o número de uma chave de Pix em uma conta na Caixa, em nome de Claudia. Disse que o pagamento era para eu não ser preso. Então em paguei. Agora, dia 30/9 o suposto delegado João Carlos, mandou nova mensagem de outro WhatsApp, dizendo que a mãe veio dizer que o filho está na psiquiatra, e que era para eu ajudar nos custos. Foi então que fiz a pesquisa e descobri que se trata de um golpe”, detalha a vítima.

Na ação, a quadrilha usa a identidade do delegado de Polícia Civil, João Carlos Pinto de Abreu. Para isso, os criminosos usam uma identidade funcional da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, totalmente fora dos padrões, mas conseguem assustar as vítimas e, por isso, muitas caem na extorsão. Usando uma conta no aplicativo de mensagens, com a insígnia da Polícia Civil, o golpista faz seguidas ligações telefônicas anunciando a abertura de inquérito por pedofilia. No desespero, já foi publicado que uma vítima do Vale do Aço perdeu R$ 90 mil para os golpistas.

Conforme já noticiado, a dinâmica é sempre essa: Primeiro uma mulher bonita ou um jovem garoto faz contato com um homem, ou mulher, depois da troca de fotos nuas ou eróticas surge um suposto policial ou advogado, alega que a pessoa do outro lado da conversa era adolescente e, em seguida, vem a extorsão em dinheiro para “não dar seguimento ao inquérito”.
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Golpista usa documento falso em nome de delegado da PC para coagir as vítimasGolpista usa documento falso em nome de delegado da PC para coagir as vítimas

Alerta da polícia: não pague e bloqueie o contato



O verdadeiro comissário Abreu, da Polícia Civil de Vacaria (RS) já gravou um vídeo em que falou acerca da situação. "Estão utilizando da minha imagem e do símbolo da Polícia Civil do Rio Grande do Sul para tentar extorquir as pessoas em todo o Brasil. Usam minha foto e de outros policiais. Fiquem alertas, não caiam no golpe e registrem o boletim de ocorrência", afirma o verdadeiro comissário Abreu.

Em um alerta já publicado pela Polícia Civil, em resposta ao Diário do Aço, a mensagem às pessoas é objetiva: “Quem cair na rede dos golpistas, não pague nada, não transfira nenhum dinheiro e bloqueie o contato”.
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Comentários

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Francisco José

06 de março, 2023 | 10:04

“Também cai nesse, golpe um suposto delegado querendo dinheiro pra não min expor, peguei bloquei e o suposto delegado”

Rodrigo Mateus Santos

21 de novembro, 2022 | 12:30

“acabei de Cai Golpe do Delegado João Carlos de Abreu”

Eu

01 de outubro, 2022 | 19:44

“O cupido virtual não dá trégua aos solitários do tinder, badoo e etc...o coração leva as flechadas envenenadas com curare, mas quem morre mesmo é o saldo bancário...é o crime atiçando as p@ixões da galera e lucrando muito...”

Observador

01 de outubro, 2022 | 18:24

“O Brasil virou paraíso de golpistas graças à inércia da polícia e a má vontade dos bancos, que lavam as mãos diante da ação de criminosos.”

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