15 de junho, de 2022 | 20:30

Polícia Federal encontra local onde estão restos mortais de indigenista e jornalista no Amazonas

Reprodução de vídeo
Encapuzado, pescador foi colocado em uma lancha e levado para o local onde os corpos de Dom Phillips e Bruno Pereira estariam Encapuzado, pescador foi colocado em uma lancha e levado para o local onde os corpos de Dom Phillips e Bruno Pereira estariam

Com a confissão de dois irmãos, investigados pelo assassinato do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, policiais federais encontraram nesta quarta-feira (15) o local onde foram deixados os restos mortais dos dois.

Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado e seu irmão, Oseney da Costa de Oliveira, o Dos Santos, indicaram para as equipes de busca o local onde estariam os corpos dos desaparecidos. A informação foi repassada pelo superintendente da Polícia Federal do Amazonas, Eduardo Alexandre Fontes, em entrevista coletiva à imprensa, nesta quarta-feira (15/6).

Em depoimento realizado terça-feira (14/6), Amarildo disse que o assassinato foi realizado por disparo de arma de fogo. No dia posterior ao crime, ele e o irmão resolveram incendiar os corpos, esquartejá-los e enterrá-los para dificultar a busca.

Pelado, que, assim como o irmão, está preso pela polícia, foi levado ao Vale do Javari para auxiliar na localização dos corpos. Após navegar por mais de uma hora e meia pelo rio e andar por quase 30 minutos em mata fechada, foram encontrados, no local apontado pelo preso, remanescentes humanos que serão enviados para perícia em Brasília.

A motivação dos presos ainda não foi confirmada, mas a polícia desconfia que haja relação com a atividade de pesca ilegal. Anteriormente, Bruno já havia sido ameaçado de morte outras vezes, segundo informado pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari.

"Causa da morte, circunstâncias do crime e as investigações seguem", pontuou o superintendente Fontes que ainda disse que "novas prisões devem ocorrer a qualquer hora do dia".

O delegado da Polícia Civil do Amazonas, Guilherme Torres afirmou que "um grande passo foi dado na resolução desse caso hediondo" e que "não descartamos a hipótese de que outras pessoas estejam envolvidas" no assassinato do Bruno e do Dom Phillips.

Bens pessoais de Bruno Pereira e Dom Phillips, como mochila, notebook e par de sandálias, foram encontrados pela Polícia Federal, no domingo (12/6), além de uma embarcação que teria sido usada pela dupla.

Já publicado:
Família de jornalista inglês foi informada que o corpo de Dom e de Bruno foram encontrados

Bruno Pereira e Dom Phillips estão desaparecidos desde o dia 5/6Bruno Pereira e Dom Phillips estão desaparecidos desde o dia 5/6


Dom 'era malvisto' por fazer 'matéria contra garimpeiro', diz Bolsonaro



Em entrevista na tarde desta quarta-feira (15), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o jornalista britânico Dom Phillips, desaparecido ao lado do indigenista Bruno Araújo Pereira na área do Vale do Javari, no Amazonas, era "malvisto na região" por fazer "muita matéria contra garimpeiro" ou com foco em conflitos ambientais.

A declaração foi dada em entrevista ao canal da apresentadora Leda Nagle no YouTube, ele também classificou a presença do jornalista no local como uma "excursão". Acrescentou que os dois resolveram entrar numa área completamente inóspita sozinhos, sem segurança e aconteceu o problema.

O presidente também afirmou que tem sido pressionado publicamente por opositores, por autoridades e pela mídia internacional e destacou que a região do Vale do Javari é "bastante isolada" e que "muita gente não gostava" de Dom. Para Bolsonaro, o jornalista, a quem chamou de "esse inglês", deveria "ter segurança mais que redobrada consigo próprio".
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Comentários

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Marlene Suano

15 de junho, 2022 | 21:38

“Trágica comédia de erros! O governo desmontou a fiscaslização e não cria projetos para a produtividade das populações ribeirinhas; os conservacionistas denunciam ,mas são poucos os que investem em projetos de capacitação das populações ribeirinhas, como faz o Instituto peabiru em Belém-PA; os jornalistas e indigenistas anunciam o que estão fazendo na área e ao ameaçarem o ganha-pão da população local, acabam sendo eliminados por pessoas que dependem das atividades da pesca ilegal para sobreviver. Não defe3ndo, jamais, os criminosos. Mas isso é o que sechama FALTA DE GOVERNO, falta de projetos ec0onhômico e sociais. Quatro vidas perdidas (1 jornalista, 1 indigenista e 2 pescadores presos) e PELO MENOS quatro famílias destruídas. Não adianta reclamar: temos que votar DIREITO.”

Gildázio Garcia Vitor

15 de junho, 2022 | 17:59

“Estes assassinatos, principalmente o do Jornalista inglês, são muito ruins para a - já péssima - imagem do Brasil no mundo civilizado, onde os Direitos Humanos têm espaço privilegiado nas politicas públicas e de governos constituídos.”

Dila

15 de junho, 2022 | 17:10

“Esses criminosos vão ter problemas sérios com a justiça, mas apenas porque tem o estrangeiro no negócio, se não nem preso eles estariam, o azar deles foi matar o gringo.”

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