12 de abril, de 2022 | 20:38

Professores da rede estadual encerram greve depois de um mês

Categoria mantém o estado de greve e aguarda homologação da decisão que assegura reajuste de 33% aos profissionais; volta ao trabalho deverá ocorrer na próxima segunda-feira

Guilherme Bergamini/ALMG
Trabalhadores em educação acompanharam sessão na ALMG nesta terça-feira Trabalhadores em educação acompanharam sessão na ALMG nesta terça-feira

Representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (SindUte) anunciaram que a greve dos servidores da rede estadual de Educação em Minas Gerais foi encerrada nesta terça-feira (12). Após a derrubada (na Assembleia Legislativa) do veto do governador Romeu Zema (Novo) que manteve o reajuste aos profissionais em 33%, os professores devem voltar às salas de aula na segunda-feira (18).

O governador Romeu Zena criticou a decisão dos deputados e indagou quem vai assinar o cheque de R$ 9 bilhões para pagar a conta do reajuste aos servidores acima do planejamento do governo. Atribuiu a derrubada do veto a um velho modelo de fazer política. Acrescentou que, criar despesa sem definir a fonte da receita é inconstitucional.

A coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute), Denise Romano, esclareceu que, apesar do fim da paralisação, a categoria se mantém em estado de greve.

"Nós vamos dar uma oportunidade ao governo de Minas de compreender a legislação do Estado, e cumprir o que foi aprovado aqui na Assembleia Legislativa. Caso o governador não faça a homologação em 48 horas, nós temos o compromisso de que a Assembleia o fará, e mantemos a possibilidade de retomar a greve", explicou em entrevista à imprensa, no começo da noite.

Além da derrubada do veto, foi rejeitada uma proposta que vinculava a recomposição do calendário escolar ao cumprimento do piso salarial estabelecido. Para a líder sindical, o ato representa "respeito à comunidade escolar".

"Nós vamos discutir parâmetros com a Secretaria de Educação. Nossa categoria é a única que faz reposição de carga horária que devemos aos alunos, e o Estado é muito cruel com esse processo. Queremos evitar perseguições, pressões, assédios que ele pratica contra a categoria, e o que deliberamos aqui é que vamos discutir com a secretaria parâmetros mínimos para essa reposição", pontua.
Guilherme Bergamini/ALMG

O sindicato aprovou ainda uma mobilização contra o programa Mãos Dadas, o combate à implantação das escolas cívico-militares; e em defesa da participação na promulgação, caso seja feita pela ALMG, além da manutenção da mobilização de caça ao governo em todas as regiões do Estado.

Nesta quarta-feira (13), o Sind-Ute/MG fará um ato inter-religioso na Praça 7, no Centro da capital, às 10h. O sindicato vai reunir grupos religiosos para disseminar as ideias do movimento, e reforçar o pedido para que a aprovação desta tarde seja homologada.

Entretanto, o contencioso deverá ter outros capítulos. Isso porque depois da derrubada do veto na ALMG, o governo estadual confirmou que vai acionar a Justiça contra a decisão dos deputados. (Com informações da Rádio Itatiaia Belo Horizonte e Sind-Ute/MG)

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Comentários

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Thav

13 de abril, 2022 | 08:22

“Quem vai pagar? Nós que trabalhamos a pandemia inteira com lojas fechadas, nos virando do jeito que dava para não quebrar e pagando impostos altos....que não ficamos em greve...”

Tião Aranha

12 de abril, 2022 | 22:06

“Pela tradição histórica, segundo Marx, grupos religiosos jamais apoiariam uma classe trabalhadora: estão querendo transformar uma greve em uma luta de classes. Risos.”

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