28 de março, de 2022 | 10:00

Desaparecimento de jovem em Coronel Fabriciano completa três meses

Jovem, bonita, de personalidade forte, casada e mãe de dois filhos - uma menina de um ano e oito meses e um garotinho de seis anos. Essa é Dleyce Sthefanne Santiago, de 24 anos. Moradora do bairro Santa Luzia, em Coronel Fabriciano, está desaparecida há três meses.

Dleyce Sthefanne foi vista pela última vez na véspera do Natal, na tarde do dia 24 de dezembro. Na data, a jovem saiu de casa com destino ao banco. Iria sacar cerca de R$ 2 mil para emprestar à mãe.

“Eu não falei com ela no dia 24. Eu falei com ela um dia antes, à noite. Pedi a ela um dinheiro emprestado, ela disse que iria no banco no dia seguinte, mas eu imaginei que fosse com o marido. Quando liguei na parte da tarde, do dia 24, para o meu filho, ele me informou que ela tinha ido ao banco. Quando eu cheguei por volta das 19h10 o marido já estava procurando ela”, lembrou Jaqueline Santiago, mãe da moça.

Sofrimento

Desde aquela data, a vida de Jaqueline e da família virou de cabeça para baixo. Já são três meses de dor, sofrimento e angústia, principalmente para o filho de Dleyce, que tem seis anos. “O filho clama muito por ela. Ele é muito sabido, muito esperto, então tudo o que ele vai fazer, ele lembra dela. Tudo! Não tem um minuto que ele não fala: minha mamãe me deu isso, minha mamãe fez aquilo”, conta a avó.

A mãe de Sthefanne relata que tem sido dias difíceis, pois todos da família estão sentindo falta da jovem. “Tá todo mundo dilacerado. Todo mundo partido. Cada um busca o refúgio que pode. A menininha pequena não tem muita noção, então quem cuida é mãe, chama todo mundo de mãe. Está todo mundo problemático, precisando de uma ajuda psicológica, como vou arrumar para o meu netinho. Está todo mundo mexido, porque ela faz falta”, afirma.

Falsas denúncias

Durante esses três meses, a família da jovem vem divulgando fotos e contatos nas mídias sociais, na esperança de que alguém tenha informações relevantes que ajudem a localizar Dleyce. Infelizmente, as denúncias já recebidas não eram verdadeiras. Jaqueline ia aos endereços, mas se frustrava.

“No começo, o desespero é bem maior e as pessoas se aproveitam, porque você acredita em tudo. Já cacei em mato, já cavei cova, já cavei, já tirei galho, tudo o que você imaginar. As pessoas ligando e falando que tá ali e eu ia atrás. Muitas das vezes com a polícia e muitas das vezes sem a polícia. Porque é esperança, de achar nem que seja o corpo para enterrar. Hoje eu não faço isso mais para o meu bem psicológico eu não estou indo atrás”, declarou.

Investigação

A mãe de Dleyce declara abertamente que até hoje não teve informações concretas a respeito do sumiço da filha. Ela questiona o trabalho que tem sido desenvolvido pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).

“Eu sinto um descaso no caso da minha filha. Tanto é que eu fiz a denúncia do descaso. Eu não tenho informação de nada. Aquele corpo que apareceu em Governador Valadares, disseram que era da minha filha, eu sofri a morte dela várias vezes, não era. E agora a polícia simplesmente tentou dar ela como morta e eu não aceitei e não vou aceitar. Enquanto não tem uma prova”, disse Jaqueline.

Em resposta ao Diário do Aço, a Polícia Civil informou, em nota, que os trabalhos seguem em andamento na Delegacia de Polícia Civil de Coronel Fabriciano e que os fatos estão sendo apurados. Ainda de acordo com a corporação, outras informações serão repassadas, em momento oportuno, para não comprometer o andamento do trabalho.

Personalidade da jovem

A mãe de Dleyce Sthefanne garante que a filha não tinha envolvimento com a criminalidade. “O problema dela era nos relacionamentos, que ela escolhia pessoas envolvidas (com a criminalidade). Mas ela mesmo envolvida com as coisas... Nunca foi. A Sthefanne nunca teve envolvimento com o mundo do crime. Ela tinha marido, um inclusive foi até assassinado, que era envolvido no mundo do crime, mas ela mesmo não”, assegurou.

Jaqueline também descreveu um pouco de como é a personalidade da jovem. “É uma menina de gênio forte. Não vou falar para você que é santa, porque não é santa. A gente tem os nossos altos e baixos, mas é uma menina apaixonante ao mesmo tempo. Ela é extrovertida, alegre, bonita, responsável e trabalhadeira. Ela tem o gênio forte, muito forte”, pontuou.