16 de novembro, de 2021 | 21:29

Filho acusado de tramar a morte do pai no Bom Retiro é condenado a 20 anos de prisão

Wellington Fred
Sessão do Tribunal do Júri em Ipatinga, aberta pela manhã estendeu-se até o começo da noite Sessão do Tribunal do Júri em Ipatinga, aberta pela manhã estendeu-se até o começo da noite

Em uma sessão que terminou por volta de 20h desta terça-feira (16), o Tribunal do Júri da Comarca de Ipatinga considerou Matheus Andrade Gonçalves, de 28 anos, culpado pela morte do seu próprio pai, o aposentado Evenilson Gonçalves, de 48 anos, morto a tiros em uma emboscada, na noite de 27 de julho de 2018, na rua Martin Afonso de Souza, no bairro Bom Retiro.

Também levado a julgamento na mesma sessão, um dos outros quatro indiciados no caso, J.B.S.S. de 37 anos, foi absolvido. J.B., que respondeu o processo recolhido ao sistema prisional receberá nesta quarta-feira o alvará de soltura. Os advogados Eliseu Borges Brasil e Gerci Moreira Mendes Júnior atuaram na defesa do réu.

Conforme apurou o jornal Diário do Aço, o Ministério Público informou que não irá recorrer da decisão do Conselho de Sentença, que atacou os argumentos da defesa no sentido de entender que J.B. sabia do crime, mas não teve participação direta na execução da vítima. Neste sentido o Supremo Tribunal Federal já formou jurisprudência para manter outras decisões semelhantes do Júri Popular.

Já, Matheus Andrade, foi sentenciado por homicídio duplamente qualificado a cumprir 20 anos de reclusão. Atuaram na defesa do réu, os advogados José Farias e Wallington Gonçalves Franco. A defesa anunciou que irá recolher da decisão por entender que é contrária às provas no processo. A defesa trabalhou com a tese de negativa de autoria.

A acusação foi feita pelo promotor de Justiça, Jonas Junio Linhares Costa Monteiro e a sessão foi presidida pelo juiz titular da Vara de Execuções Penais e do Tribunal do Júri, João Paulo Júnior.
Arquivo DA
Recém aposentado da Usiminas, Evenilson Gonçalves, de 48 anos, foi morto a tiros em uma emboscada, na noite de 27 de julho de 2018, na rua Martin Afonso de Souza, no bairro Bom RetiroRecém aposentado da Usiminas, Evenilson Gonçalves, de 48 anos, foi morto a tiros em uma emboscada, na noite de 27 de julho de 2018, na rua Martin Afonso de Souza, no bairro Bom Retiro

Entenda o caso

Conforme as investigações da Delegacia de Homicídios de Ipatinga, cuja conclusão foi anunciada em 21 de setembro de 2020, o eletricista Evenilson Gonçalves foi vítima de um crime encomendado.

O filho da vítima, Matheus Andrade Gonçalves, na época com 25 anos, foi indiciado pelo assassinato como mandante para poder ficar com a herança do pai. O delegado Eduardo Vinícius, titular da delegacia de Homicídios, afirmou que as investigações apontaram uma trama para matar o homem que tinha acabado de se aposentar na Usiminas.

Os policiais apuraram com o serviço de investigação e inteligência, que o filho, Matheus associou-se a J.B.S.S., de 37 anos, E.I.S., de 24, V.P.M., 27 anos e M.G.V., de 30 anos para a execução do crime.

Nos autos do Inquérito Policial ficou comprovado que o homicídio foi praticado de forma qualificada pelo motivo torpe quanto ao investigado Matheus Andrade, que agiu motivado por pretensão financeira consistente no recebimento de herança e seguro de vida do pai.

O inquérito relata o papel de cada um dos envolvidos no crime e na emboscada para o assassinato da vítima. “Evenilson Gonçalves não possuía qualquer anotação criminal, além de ser tido como cidadão ordeiro e trabalhador, o qual inclusive não teve como aproveitar de sua aposentadoria após toda uma vida de trabalho”, informou o delegado ao jornal Diário do Aço, à época da conclusão da investigação.

O aposentado foi morto a tiros quando ia guardar o carro, um Ford Focus na garagem. Foi executado com três tiros na cabeça, três nas pernas e um na mão direita.
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Comentários

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Bom

16 de novembro, 2021 | 23:29

“enfim, a vítima era boa pessoa, a polícia fez um excelente trabalho. Aí não sei quem é pior se é o juiz ou essa maldita lei, que incentiva esses tipos de barbárie.
O peste do mandante do crime pega SOMENTE 20 ANOS.
Fica 6 anos e sai como se nada tivesse acontecido.
Esse país é mesmo uma comédia....”

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