10 de outubro, de 2021 | 08:46

Vozes da minha cabeça: youtuber afirma que covid não existe

Em depoimento à Polícia Federal no inquérito das milícias digitais, youtuber diz que covid não existe

O inquérito da Polícia Federal acerca da rede de fake News, levou a Polícia Federal a tomar o depoimento do candidato derrotado a prefeito em São Simião, no interior de São Paulo, o engenheiro Marcelo Frazão de Almeida que se apresenta como ‘analista político’.

Em interrogatório à Polícia Federal no inquérito das milícias digitais, o paulistano negou a existência da pandemia de covid-19, que até este domingo (10) tirou a vida de 600.829 brasileiros, infectou 21,56 milhões, dos quais, 20,57 são considerados recuperados da doença, conforme dados do portal do Ministério da Saúde.

Mas Frazao afirma que segue “os maiores cientistas do mundo que afirmam que não existe covid”. Frazão fez carreira como youtuber, na onda bolsonarista a partir de 2018. Ele mantem três canais de vídeo na internet e neles aborda ideias conservadoras da extrema-direita.

Aos policiais federais, Frazão disse que não segue nenhum “método”. Ele afirma que a produção é feita da seguinte forma: “liga a câmara e faz a transmissão como se estivesse em um botequim”.

Questionado pelos policiais acerca da preparação do conteúdo divulgado na internet, Frazão disse que ‘não há preparação nem edição de conteúdo’. Também afirmou que ‘não existe método de checagem’ sobre as informações disseminadas e que ele “faz a própria interpretação dos fatos”, ou seja, “vozes da minha cabeça”.

Sem emprego, o engenheiro atribui a falta de vagas a “empresas privadas ‘aparelhadas pela esquerda’ que o impedem de trabalhar”. O engenheiro também disse à PF que recebe doações de alunos e seguidores, como fazia o astrólogo Olavo de Carvalho.

O inquérito das milícias digitais foi aberto em julho do ano passado para investigar a atuação de uma organização criminosa que atua nas páginas nas mídias sociais com o intuito de produzir, publicar, financiar e distribuir conteúdo político que atente contra as instituições democráticas.
Reprodução de vídeo
O engenheiro Marcelo Frazão de Almeida apresentou-se à PF como 'analista político'O engenheiro Marcelo Frazão de Almeida apresentou-se à PF como 'analista político'

Denunciado pelo MP

Frazão já foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo por causa de um áudio com informações falsas sobre a vacina contra o novo coronavírus.

A gravação conspiratória diz que o imunizante tem intenção de reduzir a população mundial, provocar câncer, alterações genéticas, problemas de fertilidade e ‘homossexualismo’. A Promotoria imputa-lhe discriminação com base na orientação e identidade de gênero, equiparada ao crime de racismo por decisão do Supremo Tribunal Federal.

Veja também:
Perfis fakes crescem nas mídias sociais e geram problemas a usuários

Outras investigações das milícias digitais

Investigação da Polícia Federal aponta que o “influenciador” Allan dos Santos, dono do canal Terça Livre, tentou influenciar o presidente Jair Bolsonaro e parlamentares da base a darem um golpe de Estado nos atos antidemocráticos realizados em abril e maio de 2020. As informações fazem parte do inquérito das milícias digitais, relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Conforme o relatório da PF, "a partir da posição privilegiada junto ao Presidente da República e ao seu grupo político, especialmente os Deputados Federais Bia Kicis, Paulo Eduardo, Martins, Daniel Silveira, Caroline de Toni e Eduardo Bolsonaro, dentre outros, além e particularmente o tenente-coronel Mauro Cesar, ajudante de ordens do Presidente da República, a investigação realizada pela Polícia Federal apresentou importantes indícios de que Allan dos Santos tentou influenciar e provocar um rompimento institucional", relata a PF.

As ameaças às instituição vão além dos discursos dos milicianos digitais. No mês de setembro passado, o procurador-geral da República, Augusto Aras, abriu uma apuração preliminar contra o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, por ter ameaçado a realização das eleições em 2022.

Em julho passado o jornal Estado de São Paulo noticiou que Braga Neto acionou um interlocutor para enviar um recado "a quem de direito" com a mensagem de que não haveria eleições em 2022, se não houvesse impressão dos votos e contagem pública dos resultados. O interlocutor escolheu o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressista-AL), para receber o recado. A PGR apura "possível infração político-administrativa" cometida pelo ministro. A proposta do voto impresso acabou derrotada no Congresso Nacional.

O relatório da PF, já concluído e remetido ao Supremo Tribunal Federal aponta a ocorrência de ataques sistematizados às instituições e a opositores do governo. Segundo os autos, as mídias sociais são usads como instrumento de "agressão, propagação de discurso de ódio e de ruptura ao Estado Democrático de Direito".
Agência Senado
Allan é investigado no inquérito das milícias digitais e fake newsAllan é investigado no inquérito das milícias digitais e fake news

Estagiária fazia espionagem no gabinete de ministro do STF

Uma ex-estagiária do gabinete do ministro do STF, Ricardo Lewandowski passou a ser investigada pela Polícia Federal como espiã, que repassava informações privilegiadas para um dos bloqueiros bolsonaristas.

Tatiana Garcia Bressan foi descoberta porque, na quebra de sigilo telefônico de Allan dos Santos, no inquérito das Fake News, foram interceptadas mensagens da estagiária para Allan.

A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão, no dia 7/10 na casa da ex-estagiária.

Tatiana Garcia Bressan foi encaminhada à Superintendência da Polícia Federal, para prestar depoimento. O jornal Folha de S.Paulo divulgou que, em mensagens trocadas entre ela e o blogueiro, Allan Santos pediu a estudante para que ficasse como “informante” dele na Suprema Corte. Em resposta, ela afirmou que seria “uma honra” ajudá-lo.

Entretanto, no depoimento à PF, Tatiana Bressan afirmou que os dados que repassava a Allan dos Santos eram retirados da internet e que seu objetivo era “mostrar que estava informada” para conseguir emprego no gabinete de Bia Kicis. Insistindo que sua ação junto ao bloqueio era uma farsa, e que repassava “informações que ouvia em boatos”, Tatiana revelou que gostaria de pedir desculpas ao ministro Lewandowski e a todos que trabalham em seu gabinete. Com informações de agências, Polícia Federal e Metrópoles

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Comentários

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Gildázio Garcia Vitor

10 de outubro, 2021 | 10:04

“"Seria cômico se não fosse trágico". 600.000 óbitos e milhares com sequelas, sendo algumas graves e duradouras, não são apenas vozes da imprensa comunista e dos esquerdopatas. E pensar que o cidadão tem curso superior, como muitos dos meus colegas professores que apoiam este desgoverno em nome de Deus, Pátria e Família, nem os Integralistas explicam isso.”

Joanas

10 de outubro, 2021 | 09:00

“Este individuo deve acreditar tambem que gasolina oleo diesel e outras coisas esta barato e nunca tem aumento.”

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