10 de agosto, de 2021 | 18:00

Policial militar é denunciado por furto em supermercado de Ipatinga

Outros dois policiais são processados por improbidade administrativa por terem sido chamados e tentado "abafar" o caso, sem conduzir o denunciado

Um policial militar, apanhado em flagrante numa tentativa de furto, foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O militar responde por furto qualificado, mediante fraude. O caso foi registrado dentro de um supermercado em Ipatinga.

Caso seja condenado, o PM pode pegar pena que varia de dois a oito anos de reclusão, além do pagamento de multa. Em outra ação, mas pelo mesmo motivo, o policial também é processado por improbidade administrativa por agir “em sentido contrário ao decoro exigido pelo seu ofício”. Nessa ação, o MPMG pede à Justiça que condene o policial, entre outras coisas, à perda da função pública.

Segundo investigação conduzida pela própria Polícia Militar, em 3 de novembro de 2020, o denunciado foi ao açougue de um supermercado de Ipatinga e solicitou dois tipos diferentes de carne, de modo que o funcionário os entregasse em sacolas separadas.

Em seguida, no setor de hortifrúti, o cliente transferiu as carnes para uma única sacola, deixando só uma etiqueta de preço, simulando assim apenas uma compra, o que levou o caixa a cobrar por somente um dos produtos.

Consta na denúncia que o policial era cliente habitual do estabelecimento, conhecido pelos fiscais, em decorrência de outras tentativas de furto, razão pela qual a sua ação estava sendo monitorada.

Nesse sentido, após o pagamento do produto, ele foi abordado, já saindo do estabelecimento. O fiscal do supermercado, então, acionou os policiais em uma viatura presente no estacionamento do estabelecimento para relatar o fato.

Entretanto, os dois policiais que estavam na viatura teriam tentado contornar o caso, primeiro, dizendo que se tratava de um mal-entendido, segundo, deixando de realizar a autuação, o que caracterizaria prevaricação.

Diante dessa conduta, o MPMG também ajuizou Ação Civil Pública (ACP) por improbidade administrativa contra esses dois policias militares que teriam deixado “de praticar, indevidamente, ato de ofício, escusando-se de prestar o devido atendimento à ocorrência” pelo fato de o envolvido pertencer aos quadros da Polícia Militar. (Ministério Público de Minas Gerais/Assessoria de Comunicação Integrada)

A PMMG não coaduna com desvios de conduta, afirma o comando do 14º BPM

Em nota enviada pela assessoria de comunicação, o comando do 14º Batalhão da Polícia Militar, no qual os militares são lotados, informou que, tão logo tomou conhecimento dos fatos, de iniciativa, instaurou procedimento administrativo apuratório, o qual, ao fim, foi remetido ao Ministério Público, que, por sua vez, apresentou a denúncia.

"Salienta-se que a PMMG não coaduna com desvios de conduta e combate veementemente todo e qualquer ato ilícito. Além do processo criminal no âmbito do Poder Judiciário, ainda tramita na Polícia Militar a fase acusatória do procedimento administrativo, que poderá, garantido o direito à ampla defesa e ao contraditório, ensejar responsabilização na esfera administrativo-disciplinar aos acusados", conclui a nota.

Outro caso:
MP ajuíza ação de improbidade contra policial militar de Ipatinga por ameaça e participação em tentativa de homicídio