03 de agosto, de 2021 | 17:41

Max ganha liberdade concedida pela Justiça

Tiago Araújo
Max foi recebido com festa por familiares, amigos e vizinhos, no bairro Parque Caravelas, em Santana do Paraíso Max foi recebido com festa por familiares, amigos e vizinhos, no bairro Parque Caravelas, em Santana do Paraíso

O administrador Maxsuel Vieira Ribeiro, o Max, de 35 anos, recebeu o alvará de soltura na tarde desta terça-feira (3), concedido pela Justiça, sob o argumento que sua prisão foi um erro. O homem se encontrava preso desde o dia 15 de julho suspeito de assaltar uma mulher no bairro Parque Caravelas, em Santana do Paraíso, mas ele alega inocência e apresenta provas.

Familiares, amigos e vizinhos, que passaram os dias fazendo uma campanha pedindo Justiça para Max preparam uma surpresa, em uma praça do bairro, no fim da tarde passada, para receber Max, que se emocionou com o carinho de todos.

O Diário do Aço apurou que a delegada de Santana do Paraíso, Talita Martins pediu a soltura de Maxsuel por entender que ele não é o autor do crime pelo qual foi acusado. Diante dos indícios, o Ministério Público se manifestou a favor da soltura do suspeito, o que foi atendido pela Justiça no início da tarde desta terça-feira.

Em entrevista ao jornal, Max contou como foi passar 19 dias preso e o que pretende fazer agora que está solto. “Pagar por uma coisa que você não cometeu é bem ruim. A gente chega até pensar em morrer. É muito difícil. Mas agora estou tentando me sintonizar primeiro. Não sei quais são os meus próximos planos. Eu preciso pensar direito ainda, mas agora pretendo passar um tempo com minha família e amigos. Eu sonhava com eles todas as noites na prisão”, disse.

Surpresa

Max também destacou que ficou bastante contente com a surpresa que foi preparada por seus familiares e amigos para celebrar o seu retorno, na qual contou com dezenas de participantes, que elaboraram faixas e balões em homenagem a Max. “Foi maravilhoso. Eu nem sabia que era tão querido. Foi reconfortante. Meu coração está cheio de alegria apesar de ter passado 19 dias preso, pagando por uma coisa que eu não fiz. Então ver todo esse carinho me deixou bem feliz”, ressaltou.

Repercussão do caso

Em relação à campanha que foi feita nas mídias sociais, em sua defesa, Max, conta que ficou bastante surpreso e que não tinha ideia que seu caso poderia ganhar toda essa dimensão, sendo compartilhado por várias pessoas. “Não sabia de toda essa repercussão e que essas pessoas acreditavam em mim, mesmo sem eu ter falado nada para elas. Mas foi por causa dessas pessoas que estou solto hoje, porque em nenhum momento eu fui ouvido pela polícia. Fui jogando dentro da prisão por ser um motoqueiro com uma jaqueta preta e capacete preto, com isso, me acusaram de ter assaltado uma mulher. E eu nunca roubei nada na vida. Nunca precisei fazer isso. Sempre trabalhei e levei minha vida simples”, enfatizou.

Sem ressentimentos

Depois de ficar 19 dias preso, Max revela que não está com raiva ou se sentindo revoltado com tudo que aconteceu. “No momento que eu estava preso, eu foquei em coisas boas. Eu orei muito e pedi a Deus para me dar forças. Eu espero que essas pessoas que me acusaram que paguem para Deus. Eu nem quero saber quem foi. Estou com zero ressentimentos”, afirmou. Veja a entrevista no completa no vídeo:



Entenda como a história começou



Os familiares do administrador de empresas Maxsuel Vieira Ribeiro, o Max, de 35 anos, que trabalha como mototaxista, cobravam justiça desde a sua prisão no último dia 15 de julho. Apontado como suspeito de assaltar uma mulher no bairro Parque Caravelas, em Santana do Paraíso, Max alegou ser inocente desde o momento que foi preso por policiais militares. A mulher assaltada o viu pessoalmente e o apontou como o autor do assalto praticado na rua Santos, por volta das 13h do dia 15 de julho. Com o suposto reconhecimento pela mulher, Max foi detido, levado para a Delegacia de Polícia Civil, autuado e recolhido ao Ceresp de Ipatinga. A partir dessa situação, seus familiares passaram a se mobilizar para tentar provar a inocência.

A analista de mídia e performance Tamires Ribeiro, de 31 anos, disse que na ocorrência da PM há divergências, como por exemplo a altura. “Maxsuel não tem a estatura informada. Ele é bem mais baixo. A roupa que ele usava é comum, qualquer pessoa pode estar usando”, comentou. Ela apontou ainda que o primo não tem antecedentes criminais e é uma pessoa trabalhadora.

A defesa de Maxsuel, feita pela advogada Juliana Bornaki Saldanha Ferreira apresentou à Justiça vários comprovantes para provar que Max trabalhava no dia e horário do assalto. Entre as provas há um comprovante de depósito no Banco Bradesco, feito por Max no Centro de Ipatinga, praticamente na mesma hora da ocorrência do roubo no Parque Caravelas. O comprovante mostra que às 13h22 era realizada a operação no banco.
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Comentários

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Bom

04 de agosto, 2021 | 10:18

“Com certeza cabe uma boa indenização do estado.
O problema é a nossa voz com a de um pm, como eles mesmo dizem : É MINHA PALAVRA CONTRA A SUA,
e quem é do SISTEMA, protege o outro.
É ASSIM QUE ESTÁ O PAÍS, QUEM NÃO É DO SISTEMA tá ó......”

Justiça

04 de agosto, 2021 | 08:22

“Concordo, Uma injustiça dessa não pode ficar por isso mesmo. Arruma um advogado bom e mete o processo no MP, trabalhador jamais pode ser injustiçado.”

Wenderson Pereira Silva

04 de agosto, 2021 | 01:19

“Danos morais pago pela vítima né? pois ela disse que reconheceu... Infelizmente... Se não tivesse indícios do cometimento do crime o delegado de plantão não teria retificado o flagrante... Justiça é pra isso aí... É o momento do acusado buscar provas pra tentar se safar... É o nosso sistema, infelizmente... A polícia fica de mãos atadas, se a vítima fala reconhece e fala que o sujeito foi o autor do crime, até que vc prove que bosta de passarinho não é pipoca...”

Ferreira

03 de agosto, 2021 | 19:32

“Cabe um danos morais aí né, o crime não pode ficar impune, a injustiça também não, antes de mandar um trabalhador inocente lá para o Ceresp tem que ter certeza”

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