03 de agosto, de 2021 | 09:07

Família alega inocência de homem preso sob suspeita de assalto em Santana do Paraíso

Reprodução
Max está preso desde o dia 15 de julho e familiares alegam que ele é inocente da acusação de roubo Max está preso desde o dia 15 de julho e familiares alegam que ele é inocente da acusação de roubo

Os familiares do administrador de empresas Maxsuel Vieira Ribeiro, o Max, de 35 anos, que trabalha como mototaxista, cobram justiça desde a sua prisão no último dia 15 de julho. Apontado como suspeito de assaltar uma mulher no bairro Parque Caravelas, em Santana do Paraíso, Max alega ser inocente desde o momento que foi preso por policiais militares e reconhecido pela vítima.

Veja atualização da notícia:
Justiça concede liberdade a Max. Ele foi recebido com festa por familiares, amigos e vizinhos, no bairro Parque Caravelas, em Santana do Paraíso

Os dados da ocorrência policial apontam que o assalto foi registrado na rua Santos, por volta das 13h do dia 15 de julho. A vítima, E.R., de 39 anos, relatou aos policiais que caminhava pelo local com o filho, quando viu uma pessoa parada próximo à uma motocicleta.

O tal indivíduo foi ao encontro da vítima e levou a mão à cintura, gesticulando e simulando estar armado. Exigiu sob ameaça de morte que a mulher entregasse os cordões de ouro. Com os objetos de E.R., o assaltante fugiu na motocicleta e desapareceu naquele momento.

A vítima relatou que o autor do roubo seria negro e cerca de 1,80 metro de altura, além de trajar calça jeans e camisa preta. Após diligências e verificações em sistemas de monitoramento residencial, os policiais constataram que o autor utilizou no crime uma motocicleta similar à Honda CG Titan, de cor escura (provavelmente cinza), com roda dianteira de liga leve e a traseira raiada.

Em diligências, os componentes de uma outra equipe viram uma motocicleta sendo conduzida por um indivíduo, com mesmas características relatadas pela vítima e identificadas nas imagens das câmeras de segurança. O suspeito foi abordado e realizada busca sendo encontrada com ele a quantia de R$ 598. Ele alegou que a quantia era dinheiro de clientes e também parte fora arrecadada com as corridas como mototaxista. Segundo os PMs, ele teria entrado em contradição ao alegar num primeiro momento que faria uma viagem para a Bahia no outro dia, mas depois teria dito que iria fazer várias corridas para diversas lojas de Ipatinga.

A vítima reconheceu o detido, por imagens feitas pelos policiais e, segundo os PMs, também de forma presencial no local da abordagem. Além do rapaz, ela afirmou que a moto que estava com o suspeito era a usada no crime, bem como os capacetes. Um deles encontrava-se em seu braço.

Os policiais sabiam de uma vítima de um assalto idêntico na rua João Patrício de Araújo, no bairro Veneza I, em Ipatinga, no dia 6 de julho. A mulher de 56 anos, que teve uma aliança roubada por um motociclista, identificou o suspeito como o autor que lhe roubou a joia.

Diante das circunstâncias, Max foi preso e encaminhado para o plantão da 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil, em Ipatinga. Mesmo alegando inocência, ele foi autuado em flagrante e recolhido no Sistema Prisional do Vale do Aço. A moto do suspeito foi removida ao pátio credenciado pelo Detran.

Sem provas

A família de Max entrou em contato com o Diário do Aço alegando que Max está preso sem provas. A analista de mídia e performance Tamires Ribeiro, de 31 anos, disse que na ocorrência da PM há divergências, como por exemplo a altura. “Maxsuel não tem a estatura informada. Ele é bem mais baixo. A roupa que ele usava é comum, qualquer pessoa pode estar usando”, comentou.

Ela apontou ainda que o primo não tem antecedentes criminais e é uma pessoa trabalhadora. “Todas as pessoas do bairro (Parque Caravelas) confiam no trabalho dele, prestando serviços para a comunidade como mototaxi, quanto serviços para empresas como entregas e depósito bancário”.

A analista e toda a família esperava que Max fosse solto na audiência de custódia para aguardar em liberdade até a conclusão das investigações, mas a soltura foi negada. “A gente pediu relaxamento de prisão e a Justiça também negou, sempre com o argumento que (Max) foi reconhecido pela vítima”, lamentou.

Para a família, Maxsuel está preso há mais de 15 dias pelo simples fato de uma vítima ter reconhecido um “homem negro, uma blusa preta e uma calça”. Tamires espera que as investigações sejam feitas corretamente para que o verdadeiro culpado seja encontrado. “Enquanto ele está preso sem poder trabalhar, provavelmente o bandido está cometendo outros crimes”, argumentou.

Ainda de acordo com a prima do administrador de empresas, a defesa de Maxsuel realizada pela advogada Juliana Bornaki Saldanha Ferreira já apresentou à Justiça vários comprovantes que ele estava trabalhando naquele dia, inclusive, no horário do assalto, ele estava fazendo um depósito no Banco Bradesco, no Centro de Ipatinga. O comprovante mostra que às 13h22 era realizada a operação no banco.

“A gente tem conversas dele com clientes, tem filmagens dele chegando nos clientes, comprovantes de depósito, toda a rotina de trabalho daquele dia. Além do depoimento dos clientes que ele atendeu”, garantiu a analista, acreditando que a vítima se enganou ao fazer o reconhecimento de Max depois da detenção pela PM.

Acorda cedo para trabalhar

Segundo a família, Max é formado em administração e, depois de formado, ficou desempregado. Ele se mudou para Santana do Paraíso para trabalhar como mototaxista, além de fazer serviços de motoboy para empresas.

Tamires disse que seu primo acorda bem cedo, por volta das 5h, para trabalhar dia todo e atender os clientes fixos do bairro para levar estas clientes para o trabalho.

“Tenho colocado nas mãos dele dinheiro para fazer pagamentos. A gente não acredita no que está acontecendo”, disse em vídeo a proprietária da casa onde mora Maxsuel há 1 ano e 5 meses.

Já uma moradora do Parque Caravelas, identificada como Cristina, afirma que Max é um rapaz honesto, trabalhador e crê que ele sofre uma grande injustiça. “Estando preso, pagando por um crime que não cometeu, sem ter provas. Com o reconhecimento quase impossível de uma pessoa usando capacete”, comentou.

Com a divulgação da hastag #JustiçaPorMax, a família conseguiu mobilizar a atenção para o caso homem preso há mais de 15 dias. Tamires informou que a vereadora Duda Salabert (PDT), de Belo Horizonte, já ofereceu apoio jurídico para os familiares.

A deputada estadual Andréia de Jesus (PSOL), da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, protocolou um ofício na Vara Criminal de Ipatinga pedindo a revogação da prisão de Max. “Estamos ainda preparando um habeas corpus para pedir que a Justiça, mais uma vez, solte o Maxsuel”, finalizou a analista Tamires.
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Comentários

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Sissi no Youtube Canal de Pobre

04 de agosto, 2021 | 06:59

“Graça a Deus que ele foi solto mais no Brasil é assim mesmo os bandidos fica solto os trabalhadores fica preso prende as pessoas sem prova nenhuma só pôrque é negro nesse país chega de racismo não podemos mais aceita que pessoas honesta traballhadores vem sofre por causa de pessoas racista vidas negras importam.”

Real

03 de agosto, 2021 | 09:27

“Absurdo ele estar preso até hoje com todas essas provas levantadas pela defesa dele, infelizmente o racismo é algo REAL. E quem nega, fala que só prendem bandidos, tá ai a prova..... Lamentavel.... #Justiçapormax”

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