01 de abril, de 2021 | 15:07

Empresários vacinados de forma irregular receberam soro fisiológico em vez do imunizante

Divulgação Polícia Federal
As linhas de investigação da Polícia Federal sobre o esquema de vacinação clandestina envolvendo políticos e empresáriosAs linhas de investigação da Polícia Federal sobre o esquema de vacinação clandestina envolvendo políticos e empresários

O laudo da Polícia Federal confirma que parte do material apreendido na casa da cuidadora de idosos Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas é soro fisiológico. Ela, que é suspeita de se passar por enfermeira, teria vacinado pelo menos 57 pessoas em uma garagem da família Lessa, que comanda grande parte das empresas de transporte da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Robson Lessa e Rômulo Lessa admitiram que organizaram a imunização que seria contra covid-19. O valor cobrado por duas aplicações foi de R$ 600.

A Polícia também encontrou pacotes com informação sobre vacinas contra gripe e ampolas. Por ora, não há indícios da presença de vacinas contra a covid-19 no material apreendido.
Investigação

As linhas de investigação da Polícia Federal sobre o esquema de vacinação clandestina envolvendo políticos e empresários do setor de transporte de Belo Horizonte vem ganhando força à medida que a Operação Camarote avança.  Conforme a PF, Cláudia Mônica é a profissional responsável pela vacinação de empresários na garagem de ônibus da empresa da família Lessa , em Belo Horizonte. Ela foi presa na terça-feira (30).

Uma especialista em vacinação analisou fotos divulgadas pela Polícia Federal que mostram o material apreendido. Segundo ela, há seringas sem rótulo de identificação, o que causa estranheza. Pela embalagem, trata-se de vacina contra influenza, vírus da gripe.

Sobre embalagens de cloreto de sódio, disse que a substância é usada no preparo de soluções para injeções na veia, mas não é recomendado para as que são aplicadas via intramuscular, como no braço. As seringas de 3 ml, também encontradas na casa da falsa enfermeira, são indicadas para este fim.

Passagens
Segundo a Polícia Federal, a mulher, que fingia ser enfermeira, tem passagem por furto e também teria comercializado a vacina falsificada, importada ilegalmente ou desviado do Ministério da Saúde para outras pessoas em Belo Horizonte, além dos investigados na operação Camarote. A PF investiga a origem das vacinas vendidas pela dupla, para identificar se são realmente falsificadas ou importadas de maneira ilegal.

Já publicado

MPMG investigará vacinação de empresários em garagem de ônibus


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Comentários

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Wesley

06 de abril, 2021 | 11:32

“Eu acho que é mentira, deve esta falando isso pro povo não ficar indignado. No RJ ontem roubaram umas vacinas, será q é pra vacinar quem? Essas 'enfermeiras' q estão fingindo vacinar as pessoas estão fazendo o que com essas vacinas? Algo errado não está certo!”

Ricardo

02 de abril, 2021 | 07:47

“O tiro saiu pela culatra. Já dizia o saudoso Bezerra da Silva; malandro é malandro e mané é mané! Tem que rir. O título da matéria devia ser assim: Empresários, ricos e inteligentes, foram enganados por uma cuidadora!!”

Gildázio Garcia Vitor

01 de abril, 2021 | 17:43

“Brasil: terra dos espertos. "O melhor meio para ser enganado é considerar-se mais esperto que os outros". François de La Rochefoucauld.”

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