25 de janeiro, de 2021 | 14:45

Corpos das vítimas de acidente aéreo em Palmas serão levados para cidades de origem

Os corpos das seis vítimas do acidente de avião envolvendo jogadores do Palmas foram liberados na manhã de segunda-feira (25) pelo IML da capital do Tocantins. Entre as vítimas está o jovem atacante Marcus Molinari, de 23 anos, filho de Marinho, ex-jogador do Atlético e que também conquistou o Campeonato Mineiro pelo Ipatinga Futebol Clube, em 2005. Marcus pertence ao Ipatinga Futebol Clube e estava emprestado ao time do Norte.

Quem também perdeu a vida no acidente foi Guilherme Noé (ex-Corinthians e Tupi), de 28 anos. Noé atuava como zagueiro e volante e também tem passagem pelo Tigre. Curiosamente, o Palmas reúne outros dois jogadores que já passaram pelo Ipatinga: o meia Tchô e o volante Marquinhos Acreano.

Além desses dois atletas, o acidente vitimou mais quatro pessoas: o piloto, Wagner Machado Júnior; o presidente do Palmas Futebol e Regatas, Lucas Meira; o lateral-esquerdo Lucas Praxedes (ex-Marília e Botafogo-PB), de 23 anos e o goleiro Ranule Gomes dos Reis (ex-Democrata-SL e Resende), de 27 anos.

Os quatro jogadores chegaram ao Palmas neste ano.

O acidente
Os atletas seguiam no avião bimotor modelo Baron, junto com o presidente do clube e o piloto, para Goiânia, onde o Palmas enfrentaria o Vila Nova pela Copa Verde, às 16h desta segunda-feira. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) suspendeu a partida, que será remarcada em data posterior.

A queda do avião ocorreu logo após a decolagem, por volta das 8h30 deste domingo (24). Segundo testemunhas, o choque com o solo ocorreu instantes após a tentativa de levantar voo. Depois houve duas explosões. A aeronave partiu de uma pista particular da Associação Tocantinense de Aviação (ATA), localizada a 25 quilômetros de Palmas, no distrito de Luzimangues, em Porto Nacional.

Os atletas viajavam em um avião particular do presidente, separado da delegação, porque tinham testado positivo para covid-19. Pelo protocolo da CBF, após terminada a quarentena padrão de 14 dias, os jogadores precisam ficar separados dos demais membros da equipe por mais dez dias. E esses dez dias terminavam justamente nesse domingo, dia do acidente.

Por causa das explosões, os corpos das vítimas foram carbonizados, sendo necessário a documentação odontológica de cada um dos ocupantes do avião para que fosse possível identificar os corpos. O trabalho de identificação foi finalizado ainda na noite de domingo.



Causas do acidente
Uma equipe do Sexto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA VI), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), localizado em Brasília, foi acionada para investigar as causas do acidente.

Conforme o Palmas, o avião foi adquirido recentemente pelo presidente do clube, que também morreu no acidente. Porém, a fase de transferência ainda estava em curso. Por isso, o registro é de que a aeronave pertencia a uma construtora com sede no Pará chamada Meirelles Mascarenhas Ltda e não tinha autorização para realização de serviços de táxi aéreo. O clube de Tocantins também informou que o avião não estava realizando serviço de táxi aéreo.

As informações sobre o tipo de contrato feito para este voo serão apuradas em processo administrativo de investigação pela Agência Nacional de Aviação Civil.

Despedidas
O corpo do presidente Lucas Meire foi velado na sede da Renapsi, em Palmas e foi enterrado no fim da manhã de segunda-feira. Conforme o clube, os corpos das outras cinco vítimas seriam enviados as suas cidades de origem. O Palmas ainda destacou que seria feita uma homenagem às vítimas no Centro de Treinamento do clube.

Ao longo de domingo, diversos clubes brasileiros prestaram condolências aos amigos e familiares das vítimas, assim como a CBF.

Marcus Molinari estava há poucos dias no Palmas
O atacante Marcus Molinari defendeu o Ipatinga em 2020 e seu vínculo com o clube do Vale do Aço se encerraria em maio de 2022, segundo informado pelo presidente do clube, Nicanor Pires.

Marcus foi emprestado ao clube do Tocantins há cerca de dez dias e deveria cumprir contrato até novembro de 2021, destacou Nicanor, acrescentando que “o Palmas estava responsável por tudo relacionado ao atleta”. Ainda segundo o mandatário do Tigre, não há nenhum seguro de vida do jogador atrelado ao Ipatinga.

Trajetória
Marcus Molinari começou no esporte aos sete anos, no futsal do Atlético, onde ficou por seis anos. A transferência para o futebol de campo ocorreu dos 15 para 16 anos, no Tupi. A ida para o profissional foi aos 17 no Democrata-SL, quando ele disputou o Módulo B do Mineiro.

Depois o atacante foi para o júnior do Villa Nova, onde ficou mais dois anos. Na sequência ele seguiu para o Araxá, onde conseguiu ser vice-campeão mineiro Sub-20 e artilheiro dessa competição. Depois ele foi transferido para o Santos, onde ficou por um ano. Por fim, o centroavante voltou para o Tupi, em 2018, integrou o elenco do Ipatinga em 2020 e, por último, defendeu o Palmas.

Em entrevista ao Diário do Aço em janeiro do ano passado, quando havia acabado de chegar ao Ipatinga para disputar o Módulo B do Campeonato Mineiro, Marcus Molinari falou da paixão pelo esporte e da influência do pai, Marinho. “Sempre gostei muito de futebol, meu pai e minha família sempre me apoiaram. Minha mãe conta que desde os dois anos eu só sabia chutar tudo que via pela frente”.

Confira a entrevista feita com Marcus Molinari em janeiro de 2020