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23 de janeiro, de 2021 | 08:20

Irmãos são autuados por morte do pai no bairro Limoeiro

Irmãos mais velho foi encaminhado ao Sistema Prisional e menor de idade teve pedida a internação

Wellington Fred
Marcelo Fernandes Pedrosa, 43 anos, foi morto com quatro tiros, dentro de sua residência, na rua Olívia Luzia da SilvaMarcelo Fernandes Pedrosa, 43 anos, foi morto com quatro tiros, dentro de sua residência, na rua Olívia Luzia da Silva

O delegado Marcelo Franco Marino, responsável pela Delegacia de Homicídios de Ipatinga informou nesta sexta-feira à reportagem do Diário do Aço, que em depoimento colhido dos dois irmãos investigados como suspeitos de matar o pai, no bairro Limoeiro em Ipatinga, na noite de quinta-feira (21) eles alegaram problemas com o pai.

Diante das provas colhidas até o momento o delegado ratificou a prisão em flagrante do maior de idade e a apreensão do irmão adolescente, que será apresentado ao Ministério Público para uma possível internação.

Marino acrescentou que a equipe da Polícia Civil esteve no local onde o menor infrator alega que a arma usada para matar o pai foi jogada, mas o revólver usado não foi localizado.

O delegado acredita que o adolescente esteja assumindo o crime por ser menor de idade e para livrar o irmão mais velho da prisão, situação que será investigada no inquérito policial, com prazo para conclusão de dez dias.

Marcelo Marino revelou ainda que os dois irmãos realizaram exames residuográficos nas mãos em busca de vestígios de metais pesados que ficam na derme quando a pessoa dispara uma arma de fogo. “Por exemplo, chumbo ou mercúrio. Com reagente é possível detectar isso e a gente tem certeza que este exame vai mostrar quem atirou”, avaliou o delegado.

Outra situação verificada pelo delegado é que a bermuda do suspeito mais velho estava com manchas de sangue. Ele nega ter entrado no quarto onde o pai foi morto, inclusive, alega que nem sequer estava na casa no momento do crime, e que ficou na calçada aguardando a chegada da polícia. “Se ele não entrou no cômodo, como teria sangue? Para ter sangue na bermuda, teria que estar a curta distância ao ter entrado no local e atirado”, concluiu.

Entenda o caso

Marcelo Fernandes Pedrosa, de 43 anos, foi morto com quatro tiros, dentro de sua residência, na rua Olívia Luzia da Silva, a antiga rua Nozes, no bairro Limoeiro, em Ipatinga.

A descoberta do crime teve início assim que uma equipe do SAMU foi acionada para atender a um suposto suicídio. No local, os paramédicos informaram a situação para a Polícia Militar e, com a chegada de uma viatura da PM, os policiais constataram que se tratava na verdade era um homicídio ocorrido no quarto da vítima.

O local foi isolado para o trabalho da perícia da Polícia Civil, enquanto eram colhidas informações de como poderia ter ocorrido o assassinato. Os policiais notaram algumas situações estranhas, pois os filhos da vítima não se preocuparam em acionara a PM e, aparentemente, estavam tranquilos, sem demonstração de qualquer sentimento com a morte do pai.

Os PMs encontraram uma ocorrência de 2019 onde constava a prisão de Marcelo por agressão à esposa. No local, com informações de populares, apurou-se ainda que a vítima era considerada violenta com os familiares. A postagem de uma foto de outra mulher no perfil do Facebook, realizada por Marcelo, teria sido o ápice da revolta dos filhos.

A reportagem do Diário do Aço esteve no local do crime e acompanhou o trabalho dos policiais. O tenente Lindomar, do Comando Tático do 14º Batalhão, informou que é muito difícil o autor do crime conseguir ter acesso ao interior da casa, que possui uma estrutura fortificada, e ir até o quarto onde estava Marcelo.

O perito Mateus Sena, da Polícia Civil, constatou pelo menos quatro perfurações, de entrada e saídas no corpo de Marcelo, tiros que acertaram o tórax, ombro, braço e o flanco, todos no lado esquerdo. Ele ainda recolheu duas bermudas dos filhos da vítima, pois havia sinais que poderiam ser de sangue. As peças de roupas serão encaminhadas para análise pericial.

Versões conflitantes dos familiares

Assim que o corpo de Marcelo foi removido ao Instituto Médico-Legal (IML) de Ipatinga, os policiais passaram a colher informações dos familiares. Eles notaram contradições nas versões, inclusive do adolescente, que alegou ter tentado acionar primeiro a PM, mas sem sucesso, e que depois solicitou o socorro do SAMU.

Os irmãos foram encaminhados para a delegacia de Polícia Civil com o objetivo de fazerem análise nas mãos em busca de algum resíduo de pólvora. Enquanto isso, os PMs ouviram novamente os irmãos, mas separados um do outro.

Nesta situação, o adolescente confessou que havia encontrado no guarda-roupas do pai um revólver, possivelmente calibre 38, com cinco cartuchos. Com esta arma de fogo, assim que a mãe e um irmão saíram de casa, por volta das 20h, ele foi até o quarto onde estava o pai assistindo pela TV o jogo do Palmeiras e Flamengo.

Ele disse que observou o pai por alguns instantes e em seguida sacou a arma de fogo. Ele disparou três vezes contra a vítima. Logo após os disparos, o jovem foi até a casa de uma tia e, ao voltar, deparou-se com o irmão já na residência, informou que o que tinha feito e repassou-lhe o revólver.

O adolescente chegou a alegar que a arma teria sido jogada em uma mata, em frente a casa dele. O local foi vistoriado pelos policiais militares, mas sem sucesso na localização da tal arma. O jovem voltou na sua história e afirmou que o irmão, M.F.C., de 21 anos, teria ficado com o revólver. Esta história foi confirmada na presença da delegada de plantão, Lívia Athaíde.

Com isso, M.F.C recebeu voz de prisão por envolvimento com o homicídio. Ele negou-se a dar informação de onde está o revólver, mesmo com o próprio irmão pedindo para ele revelar onde guardou a arma do crime. Contudo, a polícia ainda suspeita que o mais velho pode ter participação direta no caso, situação que será investigada pela Polícia Civil.
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