15 de outubro, de 2020 | 05:58

Homem preso em Manhumirim confessa assassinato de padre

Detido como suspeito confessou que matou a facadas Adriano da Silva Barros e tentou incinerar o corpo para dificultar a identificação

Jailton Pereira / Portal Caparaó
Levado para o quartel da PM, homem preso em Manhumirim confessou que matou o padre em um desacerto por causa de dinheiro Levado para o quartel da PM, homem preso em Manhumirim confessou que matou o padre em um desacerto por causa de dinheiro

Um jovem de 22 anos foi preso em Manhumirim, na noite de quarta-feira (14) e confessou que matou de forma cruel o padre Adriano da Silva Barros, de 36 anos, que estava desaparecido desde as 13h30 de terça-feira. O corpo do vigário da Paróquia São Simão, em Simonésia, foi encontrado com marcas de golpes de faca e parcialmente carbonizado, no começo da noite de quarta-feira, no meio do mato no Córrego Pirapetinga, na zona rural de Manhumirim, na Zona da Mata mineira. Um morador das proximidades localizou o cadáver e acionou a polícia. O reconhecimento foi feito por irmãos do padre, conforme noticiado ontem pelo Diário do Aço.

A descoberta do autor confesso do crime deu-se ainda no período em que o padre era procurado. A informação é do tenente Walker, da Polícia Militar de Manhumirim. O oficial explica que, a partir de informações de populares, segundo as quais o veículo foi visto parado próximo a uma trilha, que dá acesso a uma cachoeira, onde o corpo estava, uma equipe da Polícia Militar de Manhumirim abordou duas pessoas que foram vistas próximas ao local, um adulto de 22 anos e um adolescente, de 16.

Os policiais perceberam que o maior de idade apresentou um certo nervosismo, tinha corte em um dedo da mão esquerda, o que levantou as primeiras suspeitas, mas naquele momento não havia a informação do corpo.

Entretanto, um policial que atuava nas buscas e participou da abordagem à dupla, lembrou-se que um dos indivíduos abordados, o de 22 anos, foi visto em data anterior entrando no carro da vítima, relata o tenente Walker. "Em um deslocamento pela cidade o policial percebeu isso, pois é comum que policiais observem o comportamento de determinados indivíduos (envolvidos com o crime)".

"Diante dessa informação, diligenciamos na residência do suspeito e esse suspeito mais um menor de idade foram conduzidos para o quartel para esclarecimentos. Em conversa com o maior de idade ele confessou a autoria do crime. Alegou que tinha um relacionamento com o padre e os dois se desentenderam por causa de um valor que eles estavam combinando, não teriam chegado a um acordo acerca do dinheiro. Ele então decidiu desferir várias facas no padre. Matou a vítima no meio do mato e depois colocou fogo no corpo, usando gasolina para isso", detalhou o oficial.

O assassino confirmou que a morte foi na terça-feira (13), mas na quarta-feira ele decidiu voltar ao local levando um galão com gasolina para queimar o corpo para dificultar a identificação da sua vítima.

Já o menor de idade, que foi detido na companhia do adulto, alegou não ter participação, porém sabia do fato e não relatou a ninguém. Por esse motivo, também foi apresentado na delegacia acompanhado de seu pai.

Álbum pessoal
O padre Adriano da Silva Barros, 36 anos, era Vigário da Paróquia de São Simão, em SimonésiaO padre Adriano da Silva Barros, 36 anos, era Vigário da Paróquia de São Simão, em Simonésia


A respeito do carro do padre, a polícia informou que um parente do autor confesso ficou sabendo do crime levou o Chevrolet Onix, para o estado do Rio de Janeiro, como forma de se livrar da prova do crime. Por isso o carro foi visto trafegando nas proximidades de Teresópolis, na região Serrana do RJ. O veículo ainda é procurado e a participação da outra pessoa ainda é investigada. Veja, abaixo, a íntegra da entrevista do tenente Walker.

Entenda o caso

Procurado desde terça-feira (13), quando saiu da cidade de Reduto para Simonésia, ambas cidades na Zona da Mata Mineira, o padre Adriano da Silva Barros, 36 anos, Vigário da Paróquia de São Simão, em Simonésia, foi encontrado sem vida na zona rural de Manhumirim no começo da noite dessa quarta-feira (14).

A informação foi divulgada preliminarmente pelo Delegado Regional de Manhuaçu, Paulo Roberto, conforme apurou o Diário do Aço. Entretanto, o pároco de Simonésia, Júlio César, confirmou que o padre Adriano foi encontrado carbonizado e seu corpo foi reconhecido pelos seus irmãos agora a noite.

Júlio explica que Adriano da Silva Barros tinha ido almoçar com os pais em Martins Soares e, na volta, deixou a irmã na cidade de Reduto, por volta de 13h30 para, então, continuar a viagem até Simonésia.

Testemunhas disseram que o padre saiu de Reduto, dirigindo um Chevrolet Onix, de cor branca e placas QWS-4472 (Simonésia-MG), mas não chegou ao seu destino.

Na manhã dessa quarta-feira foi iniciada uma campanha em busca do padre, que foi localizado sem vida. Até a noite dessa quarta-feira, faltava a confirmação oficial. Isso dependerá agora de um exame de DNA, mas os indícios apontam que o corpo encontrado seja mesmo do padre. Os irmãos identificaram alguns sinais que indicam a identidade de Adriano. A polícia trabalha com a hipótese de um latrocínio (roubo seguido de morte).

A investigação policial também aponta que o carro foi visto trafegando em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, levado por criminosos.



Nota oficial - Polícia Civil. Manhuaçu 14/10/2020-21h15

Foi encontrado o início da noite desta quarta-feira, 14/10/20, o corpo do Padre Adriano, Vigário da Paróquia de Simonésia.

O corpo estava em uma estrada rural próxima a Manhumirim. Exames periciais iniciais indicam ao menos cinco perfurações causadas por arma branca - possivelmente uma faca -, sendo essa a possível causa da morte. A vítima estava carbonizado e vestígios de gasolina foram encontrados no local.

Familiares fizeram reconhecimento da vítima. Pertences pessoais encontrados junto ao corpo, em especial uma aliança usada por religiosos, corroboram para identificação. Exames de DNA poderão ser realizados a critério do Delegado de Polícia que presidirá o Inquérito Policial.

A Polícia Civil trabalha com a hipótese de latrocínio, pois já se tem informações de que o veículo da vítima foi visto no Estado do Rio de Janeiro na madrugada, por volta das 2h30, do dia 14/10/20.

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