09 de setembro, de 2020 | 06:13
Bolsonaro pede que lucro de alimentos seja 'próximo de zero'
Ao afirmar que não vai tabelar preços, presidente disse esperar que preços voltem ao normal até janeiro, temporada de nova safra
O presidente Jair Bolsonaro descartou a possibilidade de "tabelar" preços por causa da alta do preço do arroz. Entre uma disparada de preços, ao lado do óleo de cozinha, leite, lacticínios em geral, feijão e outros alimentos, o principal ingrediente da mesa do brasileiro já acumula alta de mais de 100% em alguns casos. Um arroz do tipo 1, de marca pouco famosa que custava R$ 12 em julho é encontrado atualmente a R$ 26, em média, o pacote de cinco quilos. Algumas marcas já passam de R$ 40 o pacote de cinco quilos.
A principal explicação é que os países produtores, do sudeste da Ásia reduziram as suas exportações e os compradores internacionais voltaram sua demanda para o arroz brasileiro. Com o dólar acima de R$ 5 passou a ser mais vantajoso exportar em detrimento ao abastecimento interno.
O povo está assustado e deve preparar o orçamento para pagar mais caro. Pelo menos foi o que afirmaram representantes de distribuidoras, ouvidos pelo Diário do Aço, em reportagem publicada no domingo (6).
Questionado sobre a situação, o presidente Jair Bolsonaro afirmou na terça-feira (8) que tem mantido conversas com representantes do setor e donos de mercado para que reduzam os preços de produtos essenciais. Bolsonaro disse esperar que o lucro desses itens nos estabelecimentos seja próximo de zero”.
"Tenho apelado para eles. Ninguém vai usar a caneta Bic para tabelar nada. Não existe tabelamento. Mas estamos pedindo para eles que o lucro desses produtos essenciais nos supermercados seja próximo de zero." A declaração ocorreu durante uma reunião no Palácio do Planalto, com um grupo de médicos que defende o uso da cloroquina como tratamento contra o coronavírus. Tenho conversando com donos de redes de supermercados, fazendo um apelo, porque nós criamos o auxílio emergencial para exatamente poder dar a oportunidade para o pessoal que perdeu o emprego, comer”, ressaltou.
Bolsonaro apontou ainda que os preços deverão voltar ao normal até janeiro do ano que vem, quando haverá a colheita de novas safras do produto.
Acredito que a nova safra, que começa a ser colhida em dezembro e janeiro de arroz, em especial, a tendência é normalizar o preço. Outras medidas são tomadas pelo ministro da Economia bem como pela ministra Tereza Cristina, para nós darmos uma resposta a esses preços que dispararam nos supermercados”, disse.
O mandatário completou: "Imaginemos se o pessoal do campo tivesse ficado em casa. Hoje não teria o arroz. Sei que está caro, o óleo de soja já subiu, sei disso. Mas nem teríamos isso para comer. O povo com fome é um povo que não tem razão”.
Na última sexta-feira (4) Bolsonaro pediu sacrifício e patriotismo” ao setor. O presidente ressaltou, no entanto, que apostará no diálogo e não na canetada”. Está subindo arroz, feijão? Só para vocês saberem. Já conversei com intermediários. Vou conversar logo mais com a associação de supermercados para ver se a gente.... não é no grito, ninguém vai dar canetada em lugar nenhum... porque veio o auxílio emergencial, o pessoal começou a gastar um pouco mais, muito papel na praça, a inflação vem. Então estou conversando para ver se os produtos da cesta básica aí... Estou pedindo um sacrifício, patriotismo para os grandes donos de supermercados para manter na menor margem de lucro”, explicou na data, conforme publicado pelo jornal Correio Braziliense.
Dólar alto e redução das exportações no Sudeste Asiático
Os distribuidores atribuem a disparada nos preços do arroz (e outros alimentos) a dois fatores. Primeiramente, países do Sudeste Asiático, que sempre foram grandes produtores de arroz passaram a limitar exportações para garantir o abastecimento ao mercado interno. É o caso da Índia, Tailândia e Vietnã. Sem o arroz desses países asiáticos, aumentou a procura pelo arroz brasileiro.
Com o dólar acima de R$ 5 passou a ser mais vantajoso para os produtores brasileiros exportar o arroz e atender a uma demanda externa gigante, em detrimento ao abastecimento interno. Com menos arroz no mercado interno, a lei da oferta e da procura” entrou em ação e os preços subiram.
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Joanas
09 de setembro, 2020 | 17:08A estupidiz de bolsonario mostra a falta de conhecimento e despreparo pra governar um pais com tanto imposto fala em lucro zero pra supermercado e produtor.porque ele nao retira os impostos dos alimentos e rever a exportacao brasileira pra china que esta levando os alimentos e deixando o povo daqui com barriga vazia.o que adianta o brasil produzir muito alimento se povo daqui nao acesso a este alimento.tudo pra exportacao”
Zito
09 de setembro, 2020 | 12:35"Bolsonaro pede que lucro de alimentos seja próximo de zero ???? Sem noção de tudo, não tem outra explicação. Como os empresários irão manter seus funcionários, arcar com fornecedores, contas de energia e água de seus estabelecimentos, pirou Presidente. Seu governo tem seguido perfeitamente o receituário daquele outro governo que tanto vc criticou, dá com uma mão e tira com as duas, sem falar da transferência de responsabilização. Populismo a flor da pele.”
Marcelo Costa Gravessan
09 de setembro, 2020 | 10:31O governo conseguiu mobilizar seus apoiadores com a ideia que a culpa da alta nos preços dos alimentos é do isolamento por causa da pandemia e, com isso, livra-se da culpa da inoperância e falta de controle cambial. E outra coisa. Como vai atuar com mão firme sobre o agronegócio que prioriza as exportações, se esse setor é o principal financiador da campanha política dele? Preparem-se para a volta da inflação alta.”
Zé das Couves
09 de setembro, 2020 | 08:02Imprimiu dinheiro e agora que a inflação chegou tenta culpar os empresarios, típico de governos populista.”
Paulo
09 de setembro, 2020 | 07:17Isso só reforça o seu despreparo para ser presidente do país. Pedi pra empresario zerar lucro é o mesmo que pedir pra o trabalhador, trabalhar sem salário. Ele só é presidente ainda pq não manda nada, os empresários o deixam com suas bobagens ideológicas e de costumes e enquanto isto, vão passando a boiada tirando direito dos trabalhadores. As guerrinhas nas redes socias são distrações enquanto assuntos sérios vão passando desapercebidos.”