12 de agosto, de 2020 | 10:00

Rodoviários permanecem sem acerto de pagamento e sindicato volta a falar em greve

Imbróglio envolvendo salário de funcionários gerou paralisação de advertência na semana passada em Coronel Fabriciano

Silvia Miranda/Foto ilustrativa
Usuários de transporte coletivo podem ficar sem o serviço, caso situação não mude Usuários de transporte coletivo podem ficar sem o serviço, caso situação não mude

O presidente em exercício do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Coronel Fabriciano (Sinttrocel), José Antônio da Cruz, confirmou ao Diário do Aço que o pagamento dos funcionários do transporte da cidade ainda está pendente. A informação foi repassada na tarde desta terça-feira (11), quando ainda não havia sinal de regularização dos vencimentos, em atraso há dois meses. No dia 4, uma paralisação de duas horas foi registrada no município, quando motoristas e cobradores protestaram. A situação poderá se repetir, dessa vez em todo o Vale do Aço.

Conforme divulgado pelo Diário do Aço anteriormente, os trabalhadores do setor em Coronel Fabriciano não estariam recebendo a parte do salário paga pelo Governo Federal, no contexto da Medida Provisória Emergencial 936. Por essa MP, as empresas do setor de transporte de passageiros têm três possibilidades: reduzir os salários e a jornada em 25%, 50% ou 70%. Em cada uma dessas opções a empresa paga uma parte dos salários dos trabalhadores e o governo a outra.

Atualmente, as empresas que operam o transporte coletivo no Vale do Aço (Univale, Saritur e Acaiaca) fizeram adesão à MP. Dentre essas empresas, a Saritur, que opera linhas em Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo, optou, no mês de maio, por reduzir a jornada em 50%, com redução dos salários pela metade. Com isso, o governo passou a arcar com 50% dos salários. Ocorre que, do mês de junho em diante, o pagamento de junho e julho, da parte do governo, não chegou aos trabalhadores, apenas em Coronel Fabriciano.

José Antônio explica que o depósito deveria ter ocorrido na sexta-feira (7), referente ao salário do mês de junho. Outra parcela deveria ser paga no dia 23 de agosto, relativa ao salário de julho, o que não deve ocorrer, segundo o dirigente. “Entrei em contato com uma das diretoras que trabalha no transporte da Saritur de Fabriciano. Conforme informado na segunda-feira (3), o pagamento seria creditado na sexta-feira (7), esperamos até ontem (10) e nada foi resolvido. O pagamento não foi creditado nas contas dos trabalhadores da Saritur de Fabriciano. Quando o funcionário entra no aplicativo do Governo Federal, é informado sobre uma possível data, que seria no dia 18 de agosto. Mas recebi uma outra informação que existe inconsistência de valores, problemas com as informações repassadas ao governo. Não sabemos aonde está esse erro, mas acreditamos que a empresa deve ter cometido algum equívoco”, avalia o dirigente.

José Antônio entrou em contato com outro diretor do Sinttrocel para alinhar um pensamento e a decisão é que irão aguardar uma solução nesta semana. Caso não haja resposta ou uma solução, o serviço não será paralisado somente por duas horas, mas totalmente e em todas as cidades do Vale do Aço. “O Sinttrocel não tem uma resposta da empresa de onde vem esse erro. Queremos esse retorno. Por que isso está acontecendo somente na Saritur? Com a Univale temos acordos idênticos e não há problema algum. Hoje recebi a informação de que os funcionários de Ipatinga também estão com dificuldades no mesmo sentido. O problema envolve ainda o recolhimento do fundo de garantia. Há mais de quatro anos que boa parte dos rodoviários não tem FGTS recolhido, muitos não conseguiram receber os R$ 1.045 previstos pelo saque emergencial, pois não tem crédito em conta”, lamenta.

Empresa

Até o fechamento desta edição, a Saritur não deu retorno sobre a situação. Na semana passada, a empresa informou que a documentação dos funcionários de Fabriciano está em dia e não houve erro nem atraso no envio ao Governo Federal. “Não sabemos o motivo da alteração da data do pagamento do auxílio. A empresa fez sua parte corretamente e não pode se responsabilizar por eventuais atrasos por parte do Governo Federal”, destacou, em nota, a empresa.

Sobre paralisações, a Saritur disse ainda, na mesma nota, que qualquer ato tem que ser informado com antecedência de 48h, e, no caso de serviços essenciais, é necessário manter uma escala mínima para que não haja prejuízo à população.
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Comentários

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Márcio Bidi

12 de agosto, 2020 | 14:55

“DEPOIS DA" FUSÃO" DAS LINHAS FABRICIANO X ACESITA COM A DE FABRICIANO X TIMÓTEO PELA UNIVALE , QUE RETEM O MONOPÓLIO ,DO TRANSPORTE COLETIVO INTERMUNICIPAL DA REGIÃO DO VALE DO AÇO, OBRIGANDO OS USUÁRIOS DA LINHA FABRICIANO X ACESITA A PAGAREM PELA PASSAGEM 30% MAIS CARA!!! PARA OS MORADORES DO CENTRO NORTE E BAIRROS PRÓXIMOS A RODOVIÁRIA . CADÊ OS VEREADORES, PREFEITOS, DEPUTADOS ESTADUAIS E FEDERAIS PARA INTERVIREM NESTA QUESTÃO???”

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