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18 de junho, de 2020 | 08:14

Fabrício Queiroz é preso em São Paulo numa operação da PC e do MP do Rio de Janeiro

Reprodução de vídeo
O ex-policial militar ganhou notoriedade quando o órgão de inteligência financeira do governo - o antigo Coaf, rebatizado de UIF - detectou movimentação financeira com indícios de lavagem de dinheiro da Assembleia Legislativa do Rio de JaneiroO ex-policial militar ganhou notoriedade quando o órgão de inteligência financeira do governo - o antigo Coaf, rebatizado de UIF - detectou movimentação financeira com indícios de lavagem de dinheiro da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro

Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, foi preso na manhã desta quinta-feira (18) em um imóvel do advogado Frederick Wasseff, em Atibaia, no interior do estado de São Paulo. Wassef atua como defensor de Flávio e também do presidente Jair Bolsonaro.

No momento da prisão, Queiroz estava dormindo e foi surpreendido pelos policiais que arrombaram a porta. Ele disse que está doente e não pode ser preso.

No começo da manhã Queiroz foi encaminhado para o prédio do DHPP, no centro de São Paulo, onde será formalizado o mandado de prisão expedido pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Queiroz será mandado para o Rio ainda nesta quinta-feira.

A prisão ocorreu em uma operação coordenada a partir de investigações do Ministério Público do Rio com a Polícia Civil. Jornalistas que acompanham a operação informam que os investigadores apreenderam dois aparelhos de celular e documentos que eram guardados por Fabrício Queiroz no imóvel de Atibaia.

O mandado de prisão cumprido hoje foi expedido pela Justiça do Rio de Janeiro. O advogado Wassef, proprietário do sítio, é visto constantemente no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Na cerimônia de posse de Fábio Faria no Ministério das Comunicações, realizada quarta-feira (17), ele estava entre os convidados.
Foto do momento da prisão de Queiroz, divulgada pela Polícia Civil Foto do momento da prisão de Queiroz, divulgada pela Polícia Civil


Quem é mesmo ?

Amigo do presidente Jair Bolsonaro, o ex-policial militar ganhou notoriedade depois de o órgão de inteligência financeira do governo – o antigo Coaf, rebatizado de UIF – detectar movimentação financeira atípica incompatível com sua remuneração mensal quando trabalhava no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio.

Entre 2014 e 2015, foram 5,8 milhões de reais. Entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, mais 1,2 milhão de reais. O relatório também registrou que Queiroz depositou 24.000 reais na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro. A reação inicial do presidente foi admitir que era amigo de Queiroz e dizer que o dinheiro repassado a Michele fazia parte do pagamento de um empréstimo que o próprio Bolsonaro havia concedido ao amigo de longa data. O Ministério Público do Rio de Janeiro investiga o caso.

Defesa diz que prisão preventiva de Queiroz foi desnecessária

O advogado de Fabrício Queiroz, Paulo Emílio Catta Preta, considerou a prisão preventiva de seu cliente como medida jurídica exagerada e desnecessária.

“Me parece excessivo uma pessoa que sempre esteva à disposição, que está em tratamento de saúde, que ofereceu esclarecimentos nos autos, que não apresenta risco nenhum de fuga, ela sofra uma medida tão pesada quanto uma prisão preventiva. Mas eu só vou poder fazer um juízo definitivo disso, no momento em que eu tiver a decisão.”

Catta Preta refutou a arguição do Ministério Público (MP) de que a prisão se justificaria pela possibilidade de Queiroz destruir provas: “com base em que se diz isto? Poder destruir provas como uma possibilidade inexistente, distante, abstrata, não justifica prisão nenhuma. Poder destruir provas todos nós podemos, mas não podemos ser presos por isto, em termos de potencialidade. Tem que existir uma conduta concreta que revele este risco como real.”

O advogado, que conversou por 20 minutos com seu cliente, disse que ele não explicou o motivo de estar no sítio do advogado Frederick Wassef, em Atibaia. Wassef é advogado do senador Flávio Bolsonaro: “Quando eu perguntei a ele por que estava em São Paulo, ele disse que ia a São Paulo com alguma regularidade para cuidar da saúde. Desde que ele fez a cirurgia de câncer, há mais de um ano, e recentemente fez uma de próstata, há dois meses, ele tem ido, sempre que necessário, para São Paulo, mas não me disse, exatamente, porque estava na casa do advogado.”

Catta Preta disse que, enquanto não tiver acesso aos autos do processo, Queiroz não prestará depoimento. Ele descartou, ainda, a realização de delação premiada por parte de seu cliente. Por último, o advogado disse que vai pleitear um habeas corpus para Queiroz.

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), disse que Queiroz ficará em isolamento social de 14 dias, por conta da covid-19, no presídio Bangu 8. (Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil)

Já publicado:

PF fará nova investigação no Caso Queiroz, após denúncia de Marinho
Depois de longo tempo 'desaparecido', Fabrício Queiroz é encontrado em São Paulo

Nota do MPRJ

“O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), e o Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do (GAECO/MPSP), prenderam, nesta quinta-feira (18/6), Fabrício Queiroz.

A Operação Anjo, deflagrada no início da manhã, cumpre ainda outras medidas cautelares autorizadas pela Justiça relacionadas ao inquérito que investiga a chamada ‘rachadinha’, em que servidores da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj) devolveriam parte dos seus vencimentos ao então deputado estadual Flávio Bolsonaro.

Contra outros suspeitos de participação no esquema, o MPRJ obteve na Justiça a decretação de medidas cautelares que incluem busca e apreensão, afastamento da função pública, o comparecimento mensal em Juízo e a proibição de contato com testemunhas. São eles o servidor da Alerj Matheus Azeredo Coutinho; os ex-funcionários da casa legislativa Luiza Paes Souza e Alessandra Esteve Marins; e o advogado Luis Gustavo Botto Maia”.

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Comentários

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Isaac Júnior

18 de junho, 2020 | 15:20

“Os 10 mandamentos diz: " Não furtaras"”

Carlos

18 de junho, 2020 | 10:35

“Atibaia? Ironia do destino, cidade famosa, que o diga Lula e seu sítio. Parece que sítios e chácaras desta cidade escondem muita coisa podre da política brasileira. Um advogado dos Bolsonaros escondendo um fugitivo, isto é o Brasil e seu presidente! A casa está caindo...”

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