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08 de abril, de 2020 | 14:07

Mais brasileiros retidos na Argentina são repatriados

Grupo saiu no dia em que presidente anunciou prorrogação da quarentena total no enfrentamento ao Coronavirus

Alex Ferreira
Brasileiros são recebidos em posto da Polícia Federal e do Exército na entrada de Uruguaiana, Rio Grande do SulBrasileiros são recebidos em posto da Polícia Federal e do Exército na entrada de Uruguaiana, Rio Grande do Sul

Mais um grupo dos brasileiros que estão retidos na Argentina, por causa da quarentena total imposta pelo governo do presidente Alberto Fernández, como forma de conter a proliferação do coronavirus, conseguiu nesta quarta-feira a repatriação.

Os brasileiros estavam reunidos em Buenos Aires e um grupo já cadastrado partiu às 22h de terça-feira rumo a Passo de Los Libres onde é feito o passe fronteiriço com a cidade gaúcha de Uruguaiana.

A viagem de mais 85 pessoas do Brasil foi feita em três ônibus fretados pelo Consulado Brasileiro em Buenos Aires, que ajuda no processo de repatriação dos cidadãos do Brasil. Sem a intervenção da representação brasileira hoje é impossível sair da Argentina. De Buenos Aires até a fronteira entre Passo de Los Libres e Uruguaiana foram 10 horas em ônibus leito.
Ônibus receberam os repatriados em frente à embaixada Brasileira, no centro de Buenos AiresÔnibus receberam os repatriados em frente à embaixada Brasileira, no centro de Buenos Aires

Na semana passada outros 45 conseguiram a repatriação via terrestre, já que o governo brasileiro não disponibilizou aviões, como tem feito vários outros países com pessoas retidas aqui.

A estimativa é que entre 200 e 300 brasileiros ainda estejam retidos na Argentina, onde a quarentena foi prorrogada pela segunda vez justamente no dia em que o grupo embarcou para o Brasil. A maioria tinha iniciado a jornada de repatriação no sábado, conforme noticiado pelo Diário do Aço.

A saída também se dá num momento em que, insatisfeitos com os impactos das medidas contra a Civid 19, alguns argentinos começaram a nutrir preconceito em relação a estrangeiros. A reportagem ouviu relatos de pessoas que enfrentaram situações desagradáveis por serem brasileiras. A situação piorou depois de uma publicação segundo a qual o presidente argentino Alberto Fernández quer distância do governo brasileiro na polêmica a respeito da pandemia.

Fique em casa

Com a prorrogação da quarentena total no enfrentamento ao Coronavirus, a Argentina chegará a 39 dias de paralisação das atividades econômicas e sociais.

Depois dessa data o governo já anunciou que o processo migratório voltará a ocorrer, mas de forma gradativa e mais controlada do que antes.
Brasileiros saíram no dia em que argentina anunciou nova prorrogação da quarentena; serão 39 dias com tudo paradoBrasileiros saíram no dia em que argentina anunciou nova prorrogação da quarentena; serão 39 dias com tudo parado

Até o fim de semana nem os cidadãos argentinos que estavam fora do país podiam regressar. A justificativa do governo era conter ao máximo a circulação do Coronavirus no país, que adotou medidas duras contra a Covid-19. Na avaliação do governo, as medidas resultam no adiamento do pico da doença e achatamento da curva dos que precisarão de atendimento intensivo.

Entretanto, nessa quarta-feira, em Passo de Los Libres, dezenas de argentinos estavam na fila para reingresso no seu país. Aqui a informação é que desde o começo da semana os cidadãos daqui podem voltar às suas casas.

Economia impactada

Com 44 milhões de habitantes, a Argentina tem cerca de 1.700 casos confirmados de Covid 19 e 61 mortes atribuídas à doença. Na América Latina foi o país que adotou as medidas mais duras na pandemia.
Andreia Klein
Saem brasileiros, entram Argentinos que estavam isolados no Brasil; nesse caso, o país deles não os deixava entrar. Saem brasileiros, entram Argentinos que estavam isolados no Brasil; nesse caso, o país deles não os deixava entrar.

Os reflexos na economia geram protestos. O governo teve que agir para evitar uma onda de demissões, iniciada dia 28 de março, quando a Techint, do setor siderúrgico e metalomecânico, anunciou a demissão de cerca de 1.500 metalúrgicos. O governo então baixou um decreto proibindo demissões por um prazo de 60 dias.

As agências preveem uma queda em torno de 4% no PIB argentino e superávit primário em queda de 3% ou mais em relação a 2019. Para minimizar os efeitos o governo tem anunciado medidas para o setor produtivo, entre elas, isenções fiscais e investimentos estatais maiores em infraestrutura.

O governo também tem assegurado assistência com alimentação aos desvalidos e um depósito de 10 mil pesos - equivalentes a R$ 800) para os mais pobres.

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