31 de março, de 2020 | 16:50

Adeus, Sérgio Roberto

Jakson Goulart *

O dia, hoje, começou triste, como uma foto desfocada.
Perdemos o nosso grande e talentoso amigo Sérgio Roberto de Oliveira, fotojornalista com quem tive o prazer de trabalhar e de conviver por muitos anos em redações, assessorias de imprensa e diversos projetos e campanhas.

Depois de vários dias internado, o flash de Sérgio Roberto espocou pela última vez, suave e discreto como ele e suas fotografias sempre foram. Entre nós, amigos e familiares, fica a dor resignada, a lamentação de não poder tê-lo por mais tempo, mas também a alegria da lembrança e a resistência da memória.

Para Sérgio Roberto, a fotografia era uma forma de compreender – e de dar a compreender – o mundo, de gritar e de liberar, uma forma, mesmo, de viver! Por sua lente, ele olhava com o coração!

Com a morte de Sérgio Roberto, nossa realidade perde muito do sonho e da fantasia que sua fotografia tão bem expressava. De consolo, resta saber que ele fez o que Leonardo da Vinci pregava: “Que o teu trabalho seja perfeito para que, mesmo depois da tua morte, ele permaneça”.

Como escreve Clarice Lispector, Sérgio Roberto se foi como um flash, como o “retrato de um côncavo, de uma falta, de uma ausência”. Adeus, amigo!

*Jornalista e mobilizador social, atualmente trabalha na NMC Projetos e Consultoria, de Belo Horizonte. Trabalhou com Sérgio Roberto no Diário do Aço, na Prefeitura de Ipatinga e em campanhas e projetos independentes.