27 de novembro, de 2019 | 19:30

Prejuízo causado por quadrilha pode passar de R$ 2 milhões

Novas vítimas de golpistas procuraram a delegacia de Polícia Civil de Santana do Paraíso após a notícia de golpe

Divulgação PCMG
Descoberta de galpão, em Ipatinga, foi determinante para o rumo das investigações sobre atuação de quadrilha Descoberta de galpão, em Ipatinga, foi determinante para o rumo das investigações sobre atuação de quadrilha

Pode passar de R$ 2 milhões o valor do prejuízo que os golpistas provocaram para empresas atacadistas no do Vale do Aço, ao dar calote em compras no atacado. Os cálculos são do delegado Bruno Morato, que preside as investigações acerca da atuação da quadrilha. Já no começo da apuração, três pessoas foram presas por suspeitas de integrar a quadrilha responsável pelos golpes.

O alvo do grupo fornecedores de supermercados, que depois de serem vítimas de vários golpes nos meses anteriores, decidiram procurar a Delegacia de Polícia Civil, em Santana do Paraíso. A ação da quadrilha foi confirmada no dia 22 de novembro, conforme noticiou o Diário do Aço, depois da descoberta de mercadorias em um galpão, no bairro Bethânia, em Ipatinga.

As empresas que fornecem gêneros alimentícios para supermercados e mercearias no Vale do Aço foram as vítimas da ação dos estelionatários. Eles faziam a compra dos produtos, recebiam as encomendas e, em seguida, mudavam de galpão e não quitavam os débitos contraídos em nomes de empresas, utilizando para isso os chamados “CNPJs quentes”, adquiridos com quadrilhas especializadas.

O delegado Bruno confirmou ao Diário do Aço que o prejuízo inicial era R$ 200 mil, mas com a divulgação do caso na última semana apareceram novas vítimas. “A nossa estimativa era de R$ 200 mil, mas a gente estima que pode chegar a R$ 2 milhões o prejuízo”, avaliou o responsável pelas investigações.
Entre os bens apreendidos, está esse freezer industrial, avaliado em mais de R$ 8 mil Entre os bens apreendidos, está esse freezer industrial, avaliado em mais de R$ 8 mil

O policial acrescentou que as outras vítimas, ao procurarem a delegacia, reconheceram as pessoas presas. Pesa contra os detidos a acusação de montar uma empresa de fachada, inicialmente no bairro Industrial, em Santana do Paraíso. “Depois que fizeram bastante compras, eles mudaram para outro local. Além dos três presos, nós já temos identificadas ouras duas pessoas e acreditamos que tem mais pessoas envolvidas”, esclareceu Morato.

No interior de um galpão, no bairro Bethânia, em Ipatinga, foram encontradas diversas mercadorias e, entre os bens apreendidos, está um freezer industrial, avaliado em mais de R$ 8 mil. O equipamento seria usado para armazenar alimentos congelados, desviados no esquema fraudulento de compras.

Dinâmica
O golpe consistia em adquirir o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), que estaria legal e sem protestos. “Eles faziam inicialmente pequenas compras para ganhar a confiança dos vendedores e depois faziam compras maiores. Durante a madrugada, movimentavam esta compra do local transferindo para outro galpão”, explicou Bruno Morato.
Dois homens apanhados trabalhando no galpão com mercadorias desviadas e a mulher de um deles foram presos em 22 de novembro Dois homens apanhados trabalhando no galpão com mercadorias desviadas e a mulher de um deles foram presos em 22 de novembro

O alvo dos golpistas, geralmente eram produtos de supermercados, principalmente gêneros alimentícios, mas os estelionatários não tinham muito padrão. “Onde eles conseguissem fazer cadastro, compravam. Carne, bebidas, material de limpeza, feijão, café, milho e outros produtos. “As vítimas podem nos procurar com as notas fiscais para fazer um inquérito mais robusto e encaminhar o caso para a Justiça”, finalizou.

Já publicado:
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