20 de novembro, de 2019 | 12:30

Tempestade de 138mm causou estragos em Ipatinga

Diversos pontos da cidade foram tomados pela lama e houve transbordamento do córrego Gerasa, o que causou inundações no Canaã e Canaãzinho

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Ao longo do dia, equipes das secretarias municipais trabalharam na limpeza da cidadeAo longo do dia, equipes das secretarias municipais trabalharam na limpeza da cidade

A tempestade ocorrida em Ipatinga desde a noite de terça-feira (19) e se prolongou por toda a madrugada de quarta-feira (20) causou estragos em diversos pontos da cidade. Durante o temporal, o córrego Gerasa transbordou e parte dos bairros Canaã e Canaãzinho foi inundada pela água. Além do transbordamento, a falha no escoamento de água na avenida Selim José de Sales deixou um trecho da via inundado.

Além disso, grande quantidade de lama que desceu de regiões altas obstruiu alguns pontos como a Estrada do Taúbas e vias das Chácaras Madalena e bairro Forquilha.

A respeito da elevação do nível de água na avenida Gerasa, a administração municipal de Ipatinga apontou que os danos poderiam ter sido piores sem as intervenções feitas recentemente no local, como a limpeza em uma extensão de mais de 4,5 quilômetros da avenida.

Conforme o governo, o volume de chuva que desabou em poucas horas (138 mm) equivale ao total aguardado para todo o mês de novembro. E, por causa disso, os cuidados preventivos tomados pelo governo não foram suficientes para evitar os transtornos, que demandaram serviços emergenciais ao longo da quarta-feira.

O atendimento às ocorrências foi feito por equipes das Secretarias de Obras (Semop), Serviços Urbanos e Meio Ambiente (Sesuma) e Segurança e Convivência Cidadã (Sescon). Os principais serviços foram a limpeza e desobstrução de vias em função de lama carreada de encostas que ficaram desprotegidas e desestabilizadas, sem qualquer cobertura vegetal, por causa das queimadas que se multiplicaram durante o tempo seco, destacou o Executivo, acrescentando que cortes irregulares em barrancos, realizados por proprietários de imóveis em partes altas da cidade, também agravaram a situação em certos pontos da área urbana.

Ainda conforme a Defesa Civil, o volume da tempestade que provocou inundações nas regiões do Canaã e Bethânia representa 37% do que foi registrado em 11 meses. No período de julho a novembro de 2019 o volume de chuva no município foi de 273 mm, ou seja, apenas entre a noite de terça e a madrugada de quarta choveu mais da metade da precipitação registrada em cinco meses ou 150 dias.

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A Estrada do Taúbas ficou tomada pela lama depois do temporal A Estrada do Taúbas ficou tomada pela lama depois do temporal
Mais chuva

“A previsão era de que o volume de chuva atingisse 30 milímetros, no máximo, mas por causa de um conjunto de nuvens que se formou no fim da noite de terça-feira e se ampliou pela madrugada de quarta, a precipitação chegou a 138 milímetros, o que era esperado para o mês de novembro inteiro”, esclareceu o meteorologista Ruibran dos Reis, do site Climatempo.

O pluviômetro da Prefeitura de Ipatinga, instalado na região do Bethânia/Canaã, foi o que registrou a maior precipitação pluviométrica: foram 138 mm. Outros registros pluviométricos setorizados foram: 60 mm no Veneza/Caravelas e 40 mm no Bom Retiro/Horto.

A previsão é de que a chuva dê uma trégua nesta quinta (21) e sexta-feira (22), mas deverão voltar no fim de semana. “Devemos nos precaver e esperar muita chuvarada até o final do mês. O solo está bastante saturado. Então, o risco de deslizamentos é muito alto”, adverte Ruibran.

Atendimentos

A Defesa Civil recebeu 21 chamados para vistorias. Contudo, nenhuma família precisou ser desalojada ou ficou desabrigada. Desde as 6h30 desta quarta-feira, cinco máquinas foram acionadas simultaneamente para desobstrução de vias. Um dos pontos mais críticos nestas condições foi observado na Estrada do Taúbas, onde após os serviços emergenciais de limpeza com maquinário pesado, os veículos puderam trafegar normalmente.

A mesma situação foi registrada na rua Tucanuçu, nas Chácaras Madalena, e na avenida Maanaim, entre os bairros Canaã e Caçula. Além da limpeza, os agentes realizaram na Maanaim a manutenção da grade de proteção da ponte sobre o ribeirão Ipanema, que foi danificada pelo volume de chuva. Ainda no local, a administração sinalizou pontos onde o asfalto cedeu.

O secretário de Serviços Urbanos e Meio Ambiente, Agnaldo Bicalho, relata que as equipes checaram cuidadosamente as condições de bocas de lobo em locais de registro de inundações, após a redução do nível das águas nesta quarta-feira, e não se verificaram obstruções por qualquer forma de lixo, exceto alguns galhos de árvores presos às grelhas. “O que aconteceu foi o grande volume de chuva desta madrugada. Infelizmente, o próprio canal da Gerasa não comportou a quantidade de água, se encheu e ficou no mesmo nível da rede de drenagem pluvial da rua. Assim, não acontecia o escoamento”, disse Agnaldo.

O Executivo informou que equipes continuarão empenhadas até que a limpeza das vias se complete inteiramente. Contudo, há previsões de mais chuva sobre a cidade, o que significa que o pleno restabelecimento das condições normais só será possível após a estiagem. Como o tempo continua instável e sujeito a outras tempestades, é necessário que todos estejam em alerta.

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Cidadão Indignado

21 de novembro, 2019 | 11:22

“Eu quero saber é por quê até hoje a Prefeitura não conseguiu abrir um canal de escoamento na Avenida Caetana América de Menezes, próximo à placa do Sítio do Zaca, perto da intercessão com a Avenida José Anatólio Barbosa, entre os bairros Limoeiro e Barra Alegre?
Toda vez que chove aquela região inunda em cima do cruzamento. No ano passado morreu uma vaca ali(afogada em um metro de água), e uma Ford F1000 encalhou no meio da água, que estava pra cima dos pneus da picape inundando todo o assoalho e os bancos do veículo.
Por quanto tempo mais vão esperar? Por uma vítima humana?”

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