
30 de julho, de 2016 | 18:00
Após mandato conturbado, Robson Gomes retorna à política em 2016
Ex-prefeito de Ipatinga disputará eleição para vereador
Wôlmer Ezequiel/Arquivo DA
No período em que esteve afastado dos noticiários, o ex-prefeito procurou se refazer, pois acredita que foram quatro anos desgastantes e que o exigiram muito

Ex-presidente da Câmara de Vereadores de Ipatinga e ex-prefeito, Robson Gomes (PPS) será candidato a vereador na eleição deste ano. Após um período afastado dos holofotes, o político retorna e afirma ter acompanhado os últimos acontecimentos na cidade. Em entrevista ao DIÁRIO DO AÇO, ele assegurou que sua gestão não teve interferência externa, mas que sofreu boicotes e traições. Apesar de um momento conturbado no fim de seu mandato, ele garante que ainda pode contribuir para a melhoria do cenário político e econômico de Ipatinga.
Robson, que atualmente é presidente do PPS, pontua que encerrou seu mandato em um período em que a crise econômica se iniciava. O ano de 2012 foi muito difícil. Já dizíamos naquela época que a tendência era de essa crise se aprofundar. Hoje percebemos com clareza que o nosso governo foi o primeiro a sentir os seus efeitos”, recorda.
No período em que esteve afastado dos noticiários, o ex-prefeito procurou se refazer, pois acredita que foram quatro anos desgastantes e que o exigiram muito. Diante disso, preferi não vir para reeleição e acompanhar, torcendo para que nossa cidade continuasse sendo importante no contexto regional. Sempre torci pela superação da crise”, resume.
Questionado sobre a sua motivação em retornar à política, Robson Gomes pondera que já fez muito por Ipatinga em dois mandatos como vereador e também como prefeito.
Fui vereador na gestão do João Magno e depois Chico Ferramenta. Pudemos votar leis que fortaleceram nosso município. Entendemos que temos experiência acumulada e que podemos nos colocar a serviço da comunidade para tentar melhorar as coisas”, destaca.
Sobre o seu mandato de prefeito, o ex-gestor afirma que a caneta sempre esteve em suas mãos”, e que, em momento algum, perdeu o comando da Prefeitura de Ipatinga. Para justificar a sua declaração, Robson menciona ter feito investimentos importantes como na saúde, educação e esporte e lazer.
Em razão das questões que coloquei, dos investimentos que fiz, demonstro que tinha sim o controle da cidade. Apesar do fato que governamos Ipatinga em um ambiente muito hostil. Tivemos queda de receita, mesmo assim, conseguimos gerir o município, produzimos políticas públicas que valorizaram o cidadão. A caneta estava em minha mão e esses investimentos demonstram isso”, reitera.
Nos últimos meses de sua administração, Robson Gomes teve problemas, até com o contrato de concessão do serviço de limpeza urbana. À época, o DIÁRIO DO AÇO publicou que o poder público devia à concessionária Vital Engenharia cerca de R$ 13,5 milhões. Apesar disso, o ex-prefeito acredita ter sofrido boicote. Hoje a administração municipal tem a Câmara ao seu lado e um percentual de livre remanejamento de 20%, além de uma arrecadação razoável. Fomos capazes de produzir muita coisa e gerimos o município de forma correta”, assegura.
Por contar com servidores ligados a todos os segmentos e partidos políticos, Robson Gomes acredita que houve um movimento para atrasar projetos, impedindo que os mesmos fossem iniciados e, com isso houve perda de recursos para obras importantes. Isso prejudicou, porque poderíamos ter tido mais agilidade na construção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), por exemplo. Além disso, tínhamos recursos para iluminação pública e não conseguimos fazer licitação em tempo hábil. Esqueceram-se de que era para Ipatinga, não para mim”, lamenta.
Sobre sua vida financeira, Robson Gomes salienta que não enriqueceu com dinheiro público. Abro minhas contas para quem quiser conhecer minha situação. Na verdade, sou uma pessoa que sempre se preocupou em olhar para fora, o meu semelhante. Porque não levamos nada daqui”, frisa.
Ele acrescenta não ter nenhuma condenação judicial, apenas uma prestação de contas, referente ao ano de 2012, que foi aprovada pelo Tribunal de Contas com ressalvas. Estamos trabalhando para que não seja impedimento”, relata.
Sobre o cenário político, ele vê como indefinido neste momento, o que irá começar a se alinhar após as convenções partidárias. Estamos estudando propostas de coligação. É lógico que, a partir daí, o quadro se define melhor. Então tomaremos uma decisão que venha ao encontro do anseio de nossa cidade. Precisamos recuperar o status de referência no Estado e voltar a atender as necessidades de nossos cidadãos”, conclui.
Entenda o caso
Robson Gomes, eleito vereador na eleição de 2008, virou presidente da Câmara em 2009. Acabou assumindo a prefeitura de Ipatinga, em meio a um cenário turbulento. Em fevereiro daquele ano, o prefeito Sebastião Quintão (PMDB) teve o mandato cassado pela Justiça Eleitoral, por abuso do poder político e poder econômico.
Antes, o vencedor da eleição de 2008, Chico Ferramenta (PT), foi impedido de tomar posse como prefeito, por causa de processos na Justiça Eleitoral. Por isso, o cargo foi assumido pelo segundo colocado, Quintão, também impedido depois de ficar no cargo pela segunda vez. Na condição de prefeito interino, Robson Gomes disputou a nova eleição e saiu vencedor da extemporânea.
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