14 de março, de 2016 | 18:00

Acordo Salarial da Usiminas será votado a partir de hoje

Assembleia definirá se trabalhadores aprovam ou rejeitam proposta da empresa


IPATINGA – Após diversas reuniões e debates sobre a Campanha Salarial da Usiminas, os termos propostos pela empresa finalmente serão apreciados em assembleia. Os metalúrgicos poderão votar entre hoje e amanhã (15 e 16 de março), nas portarias do Centro, Doap (Bom Retiro), Cariru e Usiminas Mecânica. Na primeira audiência do dissídio coletivo, que ocorreu dia 8, o desembargador responsável pelo processo determinou a realização de assembleia como condição para continuar com o dissídio.

Na Usiminas, a votação ocorre no dia 15 das 21h30 às 23h30 e, no dia 16, das 5h40 às 8h e das 13h30 às 16h. Na Usiminas Mecânica, as urnas estarão disponíveis das 5h30 às 8h, e das 13h30 às 16h30. Apesar de não concordar com os termos, o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Ipatinga e Região (Sindipa), promoverá a votação, por determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

A proposta da Usiminas aos trabalhadores é a seguinte: sem reajuste; R$ 4.200 de abono salarial com R$ 2.700 pagos cinco dias úteis após a assinatura do Acordo Coletivo, e R$ 1.500 pagos em maio de 2016; garantia de emprego ou remuneração para 98,4% dos empregados, com base em apuração mensal do efetivo; manutenção do retorno de férias de 20 dias; manutenção das cláusulas sociais como adiantamento quinzenal, adicional noturno; salários mantidos conforme valores atuais.

Já para a Usiminas Mecânica a proposta é de R$ 3.700 de abono: R$ 2.700 pagos cinco dias após a assinatura, e R$ 1.000 no mês de maio, além dos outros termos propostos para a Usiminas, com exceção da garantia de emprego. Conforme o sindicato, novamente se confirmou a intenção da Usiminas de não pagar o que deve aos trabalhadores. Na audiência, a empresa fez uma proposta que aumenta R$ 200 no abono.
A Usiminas tem destacado, ao longo dos últimos meses, que a siderurgia passa pela pior crise de sua história, e que as vendas de aços planos na rede de distribuição registrou, em 2015, os piores patamares desde 2006. Para 2016, o Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (INDA) espera uma queda de 5%. O sindicato defende a rejeição da proposta, para dar continuidade ao processo de dissídio.

Perdas
Conforme divulgação do sindicato, em um ano sem receber os 10,33% - reposição das perdas com a inflação – o trabalhador que recebe R$ 2.500 perderia R$ 3.357,25 só de salário. Desse montante, somente de retroativo da data-base (novembro), o trabalhador perderia R$ 1.549,50, contando com o mês de março. Perde-se também nas férias, 13º salário, retorno de férias, FGTS e nos adicionais durante o ano. “Vamos mostrar também para o Judiciário que sabemos o valor do nosso trabalho. A empresa quer arrochar ainda mais os salários. Pedimos que o trabalhador vote não, que rejeite a proposta”, destaca o presidente do Sindipa, Hélio Madalena Pinto.
 

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