07 de novembro, de 2015 | 23:31
Peixes aparecem mortos depois da passagem da lama
Animais não resistiram a turbilhão provocado por passagem de onda de lama vinda de barragens de mineradora
DA REDAÇÃO - Apesar de o rio Doce continuar dentro da calha e sem transbordamento com a chegada do "mar de lama" oriundo do estouro de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco, ocorrido quinta-feira (5/11), a vida que existia no rio pagou um preço alto pela catástrofe.
Depois da passagem do pico da onda, por volta das 9h pela Ponte Queimada, localizada entre o Parque Estadual do Rio Doce e o município de Pingo D'Água, vários peixes foram recolhidos mortos à margem do rio. Entre os animais sem vida está, inclusive, uma tartaruga de água doce.
O tenente PM Átila Porto explicou que, durante todo o sábado, a Polícia de Meio Ambiente do Vale do Aço monitorou o leito do rio Doce em razão da passagem dos resíduos procedentes do rompimento das barragens de rejeitos da empresa Samarco, sediada em Mariana.
"Os danos ambientais mensuráveis estão sendo descritos em boletins de ocorrência de forma a responsabilizar a empresa. Foram identificados peixes mortos, odores fortes, água de coloração turva, e elevação do nível do rio que, em alguns locais, subiu mais de dois metros", explicou o tenente Porto.
O oficial da Polícia de Meio Ambiente acrescenta que os danos ambientais, por mais que se tente mensurar, não há como medir as consequências. "Os boletins de ocorrência, após confeccionados, serão destinados ao Ministério Público Estadual, que acompanha as causas, responsabilidades e consequências do acidente", enfatizou Porto.
Em relação à captação de água, Átila Porto lembra que, para abastecer as quatro cidades do Vale do Aço a Copasa extrai água de poços profundos, em um aquífero localizado entre os bairros Amaro Lanari e Mangueiras, onde também ocorre o processo de tratamento, uma estrutura localizada, portanto, longe dos locais atingidos pela cheia do rio Doce.
Já as cidades que fazem captação de água no rio Doce, como é o caso de Governador Valadares e do distrito de Perpétuo Socorro, em Belo Oriente, terão que suspender a captação e avaliar a possibilidade de tratar a água com a lama. Se não houver essa possibilidade, o abastecimento precisa ser suspenso até a água voltar à condição de turbidez possível de ser tratada.
Confirmada suspensão
No começo da noite de sábado, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Governador Valadares, informou que amostras da água coletadas e analisadas ainda em Ipatinga levaram à conclusão que não é possível tratar a água, devido ao seu alto nível de turbidez.
Desta forma, o abastecimento será interrompido até que a onda de lama passe. A interrupção será por, no mínimo, 48 horas. "Isso significa que a população deve economizar água ao máximo, até que o problema seja sanado e o abastecimento restabelecido", conclui nota da Prefeitura de Governador Valadares.
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