08 de abril, de 2021 | 14:00
Zema diz que Minas só tem estoque de sedativos para mais três dias
Gil Leonardi / Imprensa MG
Governador afirmou que a crise dos sedativos foi causada pela mudança de procedimento adotada pelo Ministério da Saúde
Governador afirmou que a crise dos sedativos foi causada pela mudança de procedimento adotada pelo Ministério da Saúde
Durante coletiva nesta quinta-feira (8), o governador Romeu Zema (Novo) e o secretário de Estado de Saúde, o médico Fábio Baccheretti, falaram sobre a fila de espera por leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTIs) em Minas Gerais. Eles destacaram que, com a baixa no estoque de medicamentos, especialmente do chamado kit intubação, qualquer tentativa de abertura de leitos se torna mais complicada. Segundo o governador, as unidades hospitalares do estado têm estoque desse tipo de medicação para mais três dias.
Conforme Zema, após enfrentar os problemas no fornecimento de oxigênio, a falta de sedativos passou a ser alarmante. As unidades hospitalares do estado, que trabalhavam com estoque de 60 dias ou mais, hoje têm estoque para no máximo três dias. Isso é muito preocupante. Estamos correndo risco de pacientes intubados acordarem porque faltou sedativo e sabemos que isso não pode ocorrer de forma alguma”, adverte Zema, esclarecendo que a mudança de procedimento adotada pelo Ministério da Saúde foi a causadora da crise. O Ministério fez requisição administrativa desses insumos e não tem conseguido distribuir com velocidade adequada. Hoje a situação é crítica e, amanhã, podemos ter notícias desagradáveis com relação a isso caso o fornecimento não seja normalizado”, afirma.
O Governo de Minas reforça que tem buscado solucionar o problema de forma paliativa, remanejando o estoque atual. Quando uma unidade hoje tem estoque para sete dias, ela remaneja para aquela que tem só para um dia, coisa que antes não acontecia. Então, isso demanda uma sobrecarga ainda maior dos profissionais de Saúde. E estamos tentando compras alternativas, inclusive no exterior”, explica o governador.
Segundo o secretário, fiscais do Estado e também dos municípios têm apoiado na fiscalização dos estoques dos medicamentos nos hospitais para garantir a distribuição justa entre as unidades.
Temos uma rede solidária. Assim vamos garantindo, conforme a chegada dos medicamentos do governo federal, um estoque médio de três dias. Todo o estoque recebido pela secretaria já foi disponibilizado, hoje não temos nada. O que nós fazemos se alguma instituição estiver com problema de estoque é buscar na rede solidária algum hospital que está com estoque um pouco maior ou buscar alternativas. Têm vários sedativos, bloqueadores neuromusculares. Às vezes falta um, mas temos outro. É muito difícil, não era até então papel da secretaria fazer, isso era realmente algo de gestão hospitalar, mas estamos dando esse apoio para que não haja nenhum risco”, explica Baccheretti.
615 pessoas à espera de um leito
Na coletiva, o secretário informou que, hoje, 615 mineiros aguardam um leito de UTI. Esse número é o menor evidenciado nas últimas semanas. Essas aberturas (de leitos) são muito importantes e existem ainda os chamamentos abertos na tentativa de progredir nessa expansão. Em relação aos prestadores que não são do Estado, temos o financiamento com valores diferenciados para que a gente consiga aumentar os leitos em algumas regiões”, pontua o secretário, citando ainda tentativas de mais UTIs nas regiões Leste e Oeste, onde a situação é crítica.
O Estado conta, atualmente, com 4.635 leitos de UTI e 20.878 de enfermaria.
Pacientes podem ser transferidos
Depois de suspender a transferência de doentes entre as regiões devido à sobrecarga de todo o sistema hospitalar, o Estado já voltou a conseguir deslocar os doentes. Todo paciente que se encontra em um município que não tem capacidade de atender, encaminha a informação e a regulação estadual busca em outros municípios e regiões uma vaga. Estamos vendo uma queda no número de casos na regulação. Vivemos um momento difícil em que todas as regiões estavam com um sistema de Saúde muito tenso, mas agora já conseguimos o deslocamento de pacientes de locais que não conseguem dar assistência adequada”, esclarece Fábio Baccheretti.
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Celio Wilson Barbosa
08 de abril, 2021 | 15:52Com todos esses problemas e o vale do aço fazendo decretos pra abrir o que pra ficar fechado,vai entender a cabeça do ser humano.”