17 de dezembro, de 2020 | 09:12

Uma sinuosa trajetória 4.0

Artista ipatinguense comemora a felicidade de quatro décadas de arte

O poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade disse, em um dos seus poemas, que a passagem dos anos modifica a imagem de uma paisagem, de pessoas e de percepção de mundo. 2020 foi um ano atípico e balançou as estruturas e eixos cristalizados de todos.

Em meio à pandemia, uma trajetória de vida artística se mostra madura. A atriz ipatinguense Luzia di Resende comemora 40 anos de teatro, do fazer teatral com arte e compromisso. Sua história começa e hoje se organiza na cidade de Ipatinga.

Nilmar Lage/Divulgação/ACS GTPP
Luzia di Resende, uma artista em busca de si mesma no mundoLuzia di Resende, uma artista em busca de si mesma no mundo
Luzia começou a fazer teatro em Ipatinga aos 15 anos, no Grupo Quebra-Cabeça, cuja base de trabalho era o Colégio São Francisco Xavier, sob a direção de Eliane Santos.

A partir daí se perpetuaram amizades e parcerias preciosas com artistas como Ademar Pinto Coelho, José Lopes Sobrinho (in memoriam) e Francismar Vasconcelos.

Luzia foi coreografada pela professora Zélia Olguin e conviveu com o elenco da Casa de Cultura. E participou de diversas peças, intervenções e festivais de teatro.

O estudo a levou para Juiz de Fora, onde participou do Grupo Divulgação, onde fez escola, aprendeu a arte de atuar e produzir arte. E de lá, ganhou o mundo. Foi para São Paulo, Curitiba, Salvador, fez teatro, televisão, dublagem, ministrou cursos e aprendeu com muita gente representativa do teatro nacional e internacional.

Em 2015 realizou uma residência artística no C.O.R.E., um programa internacional de compartilhamento artístico contemporâneo na Alemanha, através do Ministério da Cultura (MinC), e as provocativas trouxeram outros caminhos artísticos.

Novamente fixada em Ipatinga, coordena e dirige o Grupo de Teatro Perna de Palco que desenvolve projetos de formação artística, pesquisas, estudos e circulação de espetáculos.
Apesar da pandemia, a criatividade ainda aflora e a artista participa em diversos editais, conseguindo realizar trabalhos em vídeo - linguagem que o distanciamento oferece – e, embora a presença do público seja insubstituível, ampliar o alcance que a internet oferece.

Entre os projetos realizados pela artista em 2020 e disponíveis na rede incluem-se o vídeo espetáculo “O Dia Que Eu Fiquei Invisível” (Ocupação Hibridus); performance “Enquanto eu ainda não Acordo...” (Memorial Vale); vídeo poema “Lugar de Fala” (Funarte); cena curta em vídeo “A Mala Mágica” (Casa Laboratório).

E ainda o vídeo espetáculo “Mais Fortes” (ArteSalva); vídeo poema “Atravessa” e performance fotográfica “Vidas Perdidas”. Além disso, produziu o vídeo “Dimensões Criativas” e gravou o espetáculo “Visitas Teatralizadas” para o Instituto Usiminas.

Dani Dornelas/Divulgação/ACS GTPP
Apesar dos anos de palco, a atriz não se considera completaApesar dos anos de palco, a atriz não se considera completa
Participou do vídeo “Etarismo”, de Dani Dornelas, premiado pelo Memorial Vale, e está no elenco do processo criativo “Rasto”, do Espaço Cultural Casa Laboratório.

Outro projeto de pesquisa e experimentação cênica está sendo desenvolvido é o Rizoma, através dos recursos da Lei Aldir Blanc, edital José Lopes Sobrinho.

Aos 55 anos, com 40 de carreira, Luzia di Resende ainda não se considera pronta. Segue investigando novos processos e se reinventando a cada fazer artístico. Já dizia Guimarães Rosa:

“...O mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam, verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra montão”, avalia a atriz ainda em busca de si mesmo no mundo e do mundo dentro de si mesma.
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Comentários

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Bela

15 de janeiro, 2021 | 23:30

“Cheia de experiências, cheia de si! ?”

Cicero de Resende Mendes

17 de dezembro, 2020 | 22:57

“Parabéns Luzia.
Não é porque é minha irmã, mas transborda talento.
Já tive a oportunidade de fazer uma de suas oficinas.
No meu caso não era pra me tornar um ator, minha profissão é outra. Mas foi de muita ajuda para a convivência do dia a dia na vida real.
Parabéns mais uma vez.”

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