14 de dezembro, de 2020 | 10:59
O som que vem do gueto
Projeto contemplado pela Lei Aldir Blanc estreia nesta quinta-feira
O funk, gênero artístico musical popular no Brasil atual, surgiu bem diferente do que vemos hoje. Tido como irmão” ou primo” do hip hop e do soul, o funk resultou da ascensão do movimento negro nos Estados Unidos entre as décadas de 1960 e 1980, quando a luta pelos direitos civis estava em ebulição, aumentando a discussão sobre a importância dos negros e sua cultura na sociedade americana.Em Ipatinga, Luciano de Almeida Rocha, que adotou o nome de Mc Liaro, é um dos artistas que exalta o gueto e a cultura do funk. Ele está para lançar seu álbum de estreia, intitulado Ipacit. Mesmo diante dos desafios impostos pela pandemia da covid-19, o artista comemora a chance de enfim realizar o seu projeto.
Nesta quinta-feira (17), às 20h, em transmissão no canal do artista no Youtube youtube.com/liaro, ele mostra o show Nossa História, que terá participação de artistas locais como Lanza, Mineiro e GS.
Fechado ao público, o evento será realizado com equipe reduzida e seguindo todos os protocolos de enfrentamento ao coronavírus.
De estilo curioso, Liaro mistura funk, rap e rimas, incluindo em alguns momentos textos de pensadores brasileiros. Ele já se apresentou em casas de shows no Vale Do Aço e fez turnês pelo Espírito Santo.
Artista e compositor desde adolescente, sua música tem forte apelo social e cultural entre jovens de várias classes sociais. Com trabalhos disponíveis nas mídias sociais, desponta no cenário regional e visa o mercado nacional.
Liaro veio ainda adolescente para Ipatinga, sempre teve o tino para a música e recebeu influência de vários ritmos e estilos, que o levaram a encontrar um caminho no trabalho autoral. Para ele, a presença do funk no dia a dia brasileiro é visível e o ritmo se reafirma como gênero musical e parte da cultura nacional.
Influências
Embora seja de outra geração, a música de MC Liaro carrega forte influência de sucessos da década de 1980, quando o país travou contato com o funk mais parecido com o que se ouve hoje.
Após os primeiros bailes, organizados por produtoras como a Furacão 2000, o gênero se tornou muito popular, ganhando evidência ao passo que as vertentes cariocas adotavam formas particulares, com letras e batidas mais agitadas. Assim, no Brasil inteiro, ocorreu uma adaptação para a realidade local.
Uma dessas adaptações para a realidade local é o projeto desenvolvido por MC Liaro. Nossa História, o novo projeto que será mostrado ao vivo na quinta-feira, também é título de uma das músicas...
Luciano é um artista da região, do gueto e da periferia. Gente que procura dar visibilidade aos moradores dos chamados guetos”, junto com outros profissionais que fazem isso por meio do funk e de danças urbanas como o hip hop.
A equipe por trás de Nossa História conta ainda com Thiago Guimarães (direção artística), Gabriel Victor (gravação e exibição), Joarley Henrique (fotografia e assistência de direção), Sidney Luís (cabelo e maquiagem), Sula Valgas (cenografia e ambientação).
SERVIÇO:
Live-show Nossa História
Luciano de Almeida Rocha - MC Liaro
Quinta-feira (17) - 20h
Transmissão gratuita e ao vivo
Canal youtube.com/liaro
Realizado pela Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal, Fundo e Secretaria Municipal de Cultura e Prefeitura de Ipatinga, via Edital José Lopes Sobrinho 002/2020 Lei Aldir Blanc.
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