14 de dezembro, de 2020 | 16:00

Nova chance

Fernando Rocha

A 25ª rodada do Brasileirão foi excelente para o torcedor atleticano, que viu o time de Sampaoli vencer o Atlético-PR, na Arena da Baixada, em Curitiba, além da derrota do São Paulo, líder e maior adversário na briga pelo título, o que abriu uma chance real para poder encostar-se ao líder, ficando apenas um ponto atrás, caso vença amanhã o confronto direto contra o próprio tricolor paulista, no Morumbi.

Agora a responsabilidade fica para os jogadores e o técnico Jorge Sampaoli, pois só depende deles obter sucesso nesta caminhada rumo ao tão sonhado bicampeonato nacional, coisa que o clube persegue há quase meio século.

O time atleticano tem plenas condições de derrotar o São Paulo amanhã, e disso todos nós sabemos, mas devido à sua instabilidade quando depara com adversários mais fracos que lutam apenas contra o rebaixamento, como aconteceu contra Botafogo, Fortaleza, Sport, Ceará e por aí afora, não permite cravar que passará sem novos tropeços até o fim da competição.

O que anima o torcedor do Galo é o desempenho do time neste returno do Brasileiro, invicto com quatro vitórias e dois empates, o que pode significar uma mudança importante na direção dos ventos, agora soprando a favor do alvinegro.

Muito animado
O torcedor cruzeirense também ganhou motivos para ficar muito animado com o time, que venceu o Vitória-BA fora de casa e ainda contou com os tropeços da maioria de seus adversários, vendo a distância para o G-4 da Série B diminuir para sete pontos.

O futebol apresentado pelo time comandado por Felipão ainda não é de encher os olhos, mas tem sido o suficiente para vencer e ir somando os pontos necessários que o mantém vivo na disputa pelo acesso.

Alguns jogadores recém-contratados, como Rafael Sóbis, têm feito a diferença, fazendo subir a produção de outros como Ramon, Adriano, Filipe Machado e Airton.

Quem entrou muito bem no time, em Salvador, agradando o técnico Felipão, foi o meia Giovanni, que passa agora a ser mais uma boa opção para o meio-campo e ataque.

Hoje, às 21h30, no Mineirão, o Cruzeiro terá uma autêntica decisão contra o CSA de Alagoas, 5º colocado na tabela, com 44 pontos ganhos e um adversário direto na briga pelo acesso.

O certo mesmo é que o torcedor celeste se animou de novo, com esperanças de que o seu time ainda poderá conseguir o acesso e voltar à Série A em 2021, o ano do centenário do clube.

FIM DE PAPO
• Neste campeonato atípico, realizado em meio à maior crise sanitária da história mundial, provocada pelo novo coronavírus, pelo menos a disputa pelo título promete ser a mais acirrada desde a implantação da fórmula de pontos corridos, em 2013. Do líder São Paulo, com 50 pontos ganhos, até o 6º colocado, o Grêmio, com 41 e um jogo a menos, todos ainda tem chance. Há, ainda, uma boa briga pelas vagas nas copas continentais e o rebaixamento poderá pegar dois gigantes cariocas, o Vasco da Gama e o Botafogo.

• Certamente a diretoria do Atlético deve ter ficado com a pulga atrás da orelha, preocupada com a possibilidade de ocorrer alguma armação para prejudicar a sua equipe neste jogo decisivo de amanhã, no Morumbi, depois do que viu o árbitro Raphael Klaus fazer no clássico paulista. Na maior cara de pau, e debaixo de rasgados elogios do comentarista do “Sportv”, o ex-árbitro Sálvio Spínola, ele “administrou” o jogo no aspecto disciplinar, evitando dar cartões a qualquer uma dos 10 jogadores do tricolor paulista que estavam pendurados.

• O grau de preocupação deve ter aumentado ainda mais ao saber que a CBF escalou o goiano Wilton Pereira Sampaio para apitar amanhã, no Morumbi. Este assoprador de apito, dias atrás, recebeu muitas críticas do Flamengo, que o acusa de ter beneficiado o tricolor paulista nos jogos em que o rubro-negro foi eliminado na Copa do Brasil. Considerado “caseiro”, ou seja, na dúvida decide a favor do time da casa, Sampaio tem na sua ficha um longo histórico de prejuízos causados aos times mineiros, em confrontos com equipes do eixo Rio/SP.

• “Boa grama, vestiários limpos, jogadores que limpem as próprias chuteiras e redes bem colocadas no gol". É o que todo jogador de futebol precisa, segundo diz um dos cinco maiores nomes da história do futebol mundial, Johan Cruyjff, o mágico holandês, brilhante como treinador, que foi jogador da seleção chamada de “Laranja Mecânica” na Copa de 1974, cuja autobiografia está sendo lançada pela editora “Grande Área”, 322 páginas a R$65, muito barato pelo conteúdo espetacular, que nos leva de volta a um passado de luz do futebol. Esta é uma excelente sugestão para, neste natal, presentear a quem você ame e veja o futebol como arte. (Fecha o pano!)