11 de novembro, de 2020 | 05:54

STF determina que Anvisa explique em até 48 horas suspensão dos testes da Coronavac

Divulgação
A Coronavac é uma das quatro candidatas a vacina contra o novo coronavírus que estão em fase de teste no Brasil.A Coronavac é uma das quatro candidatas a vacina contra o novo coronavírus que estão em fase de teste no Brasil.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve explicar, em até 48 horas, os motivos que levaram à suspensão dos testes da vacina contra o coronavírus. A determinação partiu do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.

Segundo a agência, as experiências foram interrompidas na segunda-feira (9) depois de “um evento adverso grave”.

O ministro do STF também quer detalhes sobre “critérios utilizados para proceder aos estudos e experimentos” da vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac e a ser produzida pelo Butantan.

A decisão do STF ocorre depois do andamento de duas ações movidas pela Rede Sustentabilidade e pelo PT, que tratam da forma como o governo federal vem se comportando no desenvolvimento da imunização contra a covid-19.

“Determino à Anvisa que, no prazo de 48 horas, preste informações complementares àquelas já ofertadas pela Presidência da República e pela Advocacia-Geral da União (AGU), acerca dos critérios utilizados para proceder aos estudos e experimentos concernentes à vacina referida, bem como sobre o estágio de aprovação desta e demais vacinas contra a COVID-19”, escreveu o magistrado.

Em tom de crítica à decisão anunciada pela Anvisa, o diretor do Butantan, Dimas Covas, disse que o alegado “evento adverso grave”, citado pela Anvisa, não tem relação com a vacina.

Um boletim de ocorrência da Polícia Militar apontou que a causa da morte de um voluntário que participava dos testes da vacina foi suicídio.

Segundo uma relação divulgada pela Anvisa, são considerados eventos adversos graves "morte, evento adverso potencialmente fatal, incapacidade ou invalidez persistente, internação hospitalar do paciente, anomalia congênita ou defeito de nascimento, qualquer suspeita de transmissão de agente infeccioso por meio de um dispositivo médico e evento clinicamente significante".

A Coronavac é uma das quatro candidatas a vacina contra o novo coronavírus que estão em fase de teste no Brasil. Os testes contam com a participação de especialistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O governo de São Paulo firmou acordo para compra de 46 milhões de doses e para transferência de tecnologia para o Instituto Butantan.

Desde os primeiros testes da vacina contra a ação ao coronavírus SARS Cov-2, o assunto está envolvido em discussões partidárias, que têm como protagonistas principais o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Dória.

Ontem o Brasil atingiu 5.700.044 de casos confirmados da covid-19, conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde. O número de mortes pela covid-19 chegou a 162.829.

Já publicado:
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