23 de dezembro, de 2025 | 17:23
Câncer de pele lidera diagnósticos no país e exige atenção redobrada durante o verão
Divulgação
De acordo com a dermatologista Lívia de Castro Fernandes, muitos sinais iniciais acabam sendo ignorados pela população
De acordo com a dermatologista Lívia de Castro Fernandes, muitos sinais iniciais acabam sendo ignorados pela populaçãoCom a chegada do verão, o alerta para os cuidados com a pele se torna ainda mais urgente. As altas temperaturas registradas nos últimos meses, que já vêm batendo recordes históricos no Brasil, tendem a se intensificar nesse período do ano, aumentando a exposição ao sol e, consequentemente, os riscos à saúde. De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o país tem enfrentado ondas de calor cada vez mais frequentes e intensas, resultado das mudanças climáticas, o que faz com que a radiação solar atinja níveis elevados por períodos prolongados. Nesse cenário, a atenção ao câncer de pele precisa ser redobrada e fazer parte, cada vez mais, da rotina da população.
O câncer de pele é o tipo mais comum no Brasil e representa cerca de 30% de todos os tumores malignos diagnosticados no país. Segundo o Ministério da Saúde, com base em estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados aproximadamente 220 mil novos casos de câncer de pele não melanoma, por ano, no Brasil. Já a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) alerta que, embora o melanoma represente uma parcela menor dos diagnósticos, ele é o tipo mais agressivo da doença e responde pela maioria das mortes relacionadas ao câncer de pele, reforçando a importância do diagnóstico precoce.
De acordo com a dermatologista da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), Lívia de Castro Fernandes, muitos sinais iniciais acabam sendo ignorados pela população. Os primeiros sinais de câncer de pele são alterações que surgem na pele, como manchas ou lesões persistentes, pintas que mudam de forma, crescem ou modificam a cor, além de feridas que não cicatrizam apesar do uso de pomadas”, explica a médica, ao alertar que mudanças aparentemente simples merecem atenção imediata.
O diagnóstico precoce, segundo a especialista, faz toda a diferença no tratamento e no prognóstico da doença. Com o diagnóstico precoce aumentam as chances de cura e há menores sequelas cirúrgicas. Além disso, conseguimos diagnosticar lesões pré-câncer e evitar lesões futuras”, destaca Lívia.
O uso diário do protetor solar é outro ponto fundamental na prevenção e ainda gera dúvidas entre muitas pessoas. O protetor solar é indispensável e o ideal é evitar a exposição solar entre 10h e 16h”, orienta a dermatologista. Ela ressalta que, quando a exposição for necessária, é importante buscar proteção. Recomenda-se a procura por áreas cobertas, como marquises, árvores e outros locais que ofereçam sombra”, completa.
Além da exposição solar excessiva, outros fatores também contribuem para o desenvolvimento do câncer de pele. Pessoas de pele clara, olhos claros, albinos ou mais sensíveis ao sol, além daquelas com histórico pessoal ou familiar de câncer, doenças cutâneas prévias e exposição a câmaras de bronzeamento artificial, apresentam maior risco”, pontua a médica.
Embora o câncer de pele seja mais comum em pessoas de pele clara, olhos claros e mais sensíveis à ação dos raios solares, Lívia reforça que pessoas de pele mais escura também estão suscetíveis à doença. Essas pessoas também correm risco, contudo nelas são mais comuns lesões em regiões palmares e plantares”, explica.
Em relação ao tratamento, a cirurgia ambulatorial continua sendo a principal e mais indicada forma de abordagem para a maioria dos casos. A cirurgia ambulatorial é o tratamento mais indicado para o câncer de pele”, afirma Lívia. Em situações específicas, como no melanoma, considerado um câncer de pele mais agressivo, ela explica que podem ser necessários outros recursos. Em alguns casos, pode ser indicado rádio ou quimioterapia, além de novos medicamentos bastante eficazes quando há metástases”, reforça.
Diante de um verão que promete ser ainda mais quente, adotar cuidados simples no dia a dia pode fazer toda a diferença. Observar a própria pele, usar protetor solar regularmente, evitar horários de maior radiação e procurar um dermatologista ao notar qualquer alteração são atitudes que ajudam a transformar informação em prevenção e reforçam a importância de cuidar da saúde antes que o problema apareça”, pontua.
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