23 de dezembro, de 2025 | 06:00

De vagalumes e cositas maravilhosas...

Nena de Castro *


Dia, amados! Coração transbordante de gratidão, colhi as últimas mangas do dadivoso pé que tenho no jardim. Se é que pode ser chamado de jardim o espaço na frente da minha casa que parece uma pequena selva. Rs. Ali colho também limão, cajá, pitanga... e tem roseiras, samambaias , e claro, muitos passaritos que amo. Jeito não: uma vez bugra, bugra forever, amante do verde, da liberdade e do amanhecer cor de romã que traz o sol.

Hoje, contudo quero lhes contar uma história que muito fala ao meu coração! Era uma vez, um vagalume que gostava muito de voar. Só que voava à noite e como antigamente eles não possuíam aquela lanterninha brilhosa, nas noites sem lua, no voo às cegas era bzzzzzzzzz – ai! Ui! Cada voo era uma topada num galho de árvore, numa pedra da montanha, num alto barranco!

Mas seu destino era voar pelas noites e o coitado prosseguia, todo machucado! Porém, ao sair de seu esconderijo certa noite para voar, ele observou que tudo estava diferente: era uma noite diferente, bonita, o céu estava tão claro, que parecia dia! As estrelas luziam no éter de uma forma esplendorosa, o pequeno vagalume percebeu que enxergava tudo e podia voar tranquilamente. Voou feliz e parou em um galho de árvore, percebendo que lá embaixo havia quatro animais, na maior animação! Cocoricooooó – cantou o galo! JESUS NASCEU!

- Mom , moon, onde, onde? - perguntou o boi.
- Beeé, beé , em Belém! - afirmou o carneirinho.

Ah, é? Então vamos, af, af! - disse o cachorro.

E os quatro começaram a andar, sendo seguidos pelo vagalume curioso. E desta vez, ele não se machucou pois enxergava tudo na noite maravilhosamente clara, e além disso, tinha companhia. Andaram, andaram e chegaram a Belém, passando pela cidade adormecida e andando até um tipo de curral, onde numa manjedoura estava o MENINO com seu pai José e sua mãe Maria. Ao seu redor, pastores adoravam e os anjos entoavam canções celestiais.

Entraram na fila para oferecer presentes: o galo ofereceu seu canto, para que o Menino pudesse acordar ouvindo seu chamado; o boi ofertou sua força; o carneirinho ofereceu sua lã para aquecer o recem nascido; o cachorro ofertou sua lealdade e inteligência. O próximo era o vagalume, que procurou nos bolsos vazios, começou a chorar e falou: Jesus, o senhor é tão lindo! Eu queria lhe dar um presente, mas sou tão pequenininho e nada tenho! - exclamou entre lágrimas, adorando.

O Menino Jesus olhou para ele e compreendeu que o vagalume entre todos, lhe dera o melhor presente, ele lhe ofereceu AMOR! Levantou então a mãozinha molhada pelas lágrimas do bichinho e - toim! - deu-lhe um biroto no traseiro e imediatamente brilhou uma luz não só nele, mas em todos os seus iguais no mundo todo! E foi assim, meus queridos leitores, que os pequenos vagalumes passaram a ter sua própria luz! FELIZ NATAL!

* Escritora e Encantadora de Histórias.

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