16 de dezembro, de 2025 | 17:03
Tempo úmido, vírus em alta: médico orienta como se proteger das doenças típicas da estação
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Médico infectologista Cirilo Neto explica que a chuva favorece a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika e chikungunya
Médico infectologista Cirilo Neto explica que a chuva favorece a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika e chikungunyaCom a chegada do período chuvoso, o clima úmido mistura o alívio do calor com uma preocupação redobrada com a série de doenças típicas dessa época. A combinação de água acumulada, ambientes fechados e maior circulação de vírus cria um cenário perfeito para arboviroses, infecções respiratórias e até problemas mais sérios, como leptospirose. Para ajudar a população a atravessar esses meses com mais segurança, o médico infectologista da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), Cirilo Neto, reforça orientações práticas que fazem toda a diferença no dia a dia.
Ele explica que as chuvas favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika e chikungunya, já que o inseto se reproduz justamente na água parada. Por outro lado, áreas alagadas trazem um risco adicional: a leptospirose, doença grave transmitida pela urina de ratos contaminada, que entra no organismo pelo contato direto com a pele ou mucosas. Em locais onde enchentes são comuns, o risco é ainda maior. O impacto das chuvas pode comprometer as redes de esgoto, e logo surgem também os casos de gastroenterites. Já o clima úmido e a tendência de as pessoas se aglomerarem em ambientes fechados favorecem a circulação de vírus respiratórios, abrindo espaço para viroses e infecções como gripes e resfriados.
Para driblar os mosquitos, Cirilo destaca medidas simples, mas essenciais. É importante não deixar água parada, eliminar recipientes que acumulem água, manter lixeiras bem tampadas, usar repelentes e apostar em telas e mosquiteiros para reforçar a proteção dentro de casa. Esse são cuidados cotidianos que, quando praticados de forma coletiva, ajudam a reduzir significativamente o risco de novos focos do Aedes aegypti”, alerta.
Quando o assunto são as doenças respiratórias, o infectologista lembra que as lições aprendidas durante a pandemia continuam valendo. Ao apresentar sintomas de doenças respiratórias é importante fazer o uso da máscara. Quem está saudável deve manter distância de pessoas com sintomas gripais. Além disso, higienizar bem as mãos e evitar locais fechados e lotados são boas medidas. São essas pequenas atitudes que ajudam a cortar a cadeia de transmissão e proteger, principalmente, quem é mais vulnerável”, orienta o infectologista da FSFX.
Outro ponto de alerta é a água das enchentes. Segundo o médico, ingerir ou ter contato direto com água potencialmente contaminada é extremamente arriscado. Essas águas contaminadas podem carregar microrganismos que causam gastroenterites e leptospirose. O ideal é evitar ao máximo transitar em áreas alagadas e, se for inevitável, usar botas ou calçados impermeáveis, além de lavar bem a pele depois da exposição”, explica.
Cirilo Neto reforça, ainda, que alguns sinais merecem atenção imediata, na qual a pessoa deve procurar uma unidade de pronto atendimento. Sintomas como tontura, sonolência excessiva, confusão mental, febre alta e persistente, dificuldade para respirar, manchas avermelhadas na pele, icterícia (pele e olhos amarelados), vômitos com sangue, presença de sangue na urina ou fezes, dores articulares incapacitantes ou dor abdominal intensa são indicativos de gravidade e exigem avaliação médica urgente”, destaca.
E se adultos já precisam redobrar os cuidados, crianças e idosos merecem atenção ainda maior. Nesses grupos, as doenças costumam evoluir com mais rapidez. Por isso, destaco a importância de manter o calendário vacinal atualizado, evitar que crianças brinquem em água de enchentes, manter a casa arejada, apostar na higienização constante das mãos e observar qualquer alteração suspeita no comportamento ou na saúde. O uso de mosquiteiros em berços e camas e o reforço no uso de repelentes também entram na lista de cuidados essenciais”, reforça.
E para esse período, o infectologista deixa uma mensagem de reflexão e atenção para a população. O período chuvoso exige cuidado, prevenção e atenção aos detalhes. Com boas práticas dentro de casa, atitudes responsáveis na comunidade e um olhar mais atento aos sintomas, é possível passar por essa fase do ano com mais tranquilidade e saúde, protegendo não só a si, mas toda a família”, pontua o médico da Fundação São Francisco Xavier.
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