16 de dezembro, de 2025 | 09:35

Família de atleta que morreu afogada na Usipa aponta falhas e negligência no atendimento prestado

Enviada ao Diário do Aço
Diuliene era estudante de natação e frequentava o clube há mais de 12 anosDiuliene era estudante de natação e frequentava o clube há mais de 12 anos

Os familiares da atleta Diuliene Caroline Quites Rodrigues, de 32 anos, do bairro Caravelas, que morreu após um afogamento na piscina olímpica da Associação Esportiva e Recreativa Usipa, em Ipatinga, no último dia 9/12, cobram esclarecimentos acerca das circunstâncias do ocorrido. Os advogados da família apuram possíveis falhas e negligência no atendimento prestado à nadadora.

À reportagem do Diário do Aço, a irmã da vítima, Diulia Caroline Quites Rodrigues, afirma que os relatos recebidos pela família sobre o que teria ocorrido na piscina são desencontrados. Em um deles, teria sido dito que crianças que participavam da aula chamaram a atenção dos professores para socorrer Diuliene, sendo que eles precisavam estar atentos aos alunos em tempo integral.

Diulia também questionou a versão oficial divulgada pela Usipa, que a atleta teria apresentado apenas um mal-estar. “Isso não condiz com os exames de tomografia do pulmão e do coração realizados na UTI, que apontaram água nos pulmões e comprometimento do cérebro por lesões bilaterais, por falta de oxigênio, o que indica que ela ficou um período prolongado sem respirar”, explicou.

Para a família, o laudo do Posto Médico-Legal (PML) reforça as suspeitas ao apontar asfixia por afogamento como a causa da morte. “Não teve relação com mal-estar. Há diversos pontos que precisam ser esclarecidos. Talvez o mais importante é o motivo de não ter sido identificado desde o início que a Diuliene estava se afogando. E os protocolos em caso de emergência estão realmente de acordo com as normas de segurança?”, indagou a irmã.

Entenda o caso:
-Atleta morre após ter mal-estar em piscina de clube recreativo em Ipatinga

Outro ponto questionado pela família é a divulgação de uma nota oficial pela instituição sem comunicação prévia com a família. Os familiares alegam que os profissionais do clube estavam cientes do prontuário médico da atleta, que desde o princípio indicava afogamento. “Somos consumidores do serviço. Houve uma falha, e a segurança da Diuliene não foi garantida como deveria. Já temos advogados que estão nos auxiliando com os problemas”, afirmou Diulia.

Enviada ao Diário do Aço
Familiares de Diuliene Caroline, no centro da foto, afirmaram que advogados estão auxiliando no casoFamiliares de Diuliene Caroline, no centro da foto, afirmaram que advogados estão auxiliando no caso

Mãe
A dor da perda também foi expressada pela mãe da atleta, Maria da Conceição Quites Rodrigues. “Ela tinha facilidade de fazer amigos, ajudava a cuidar das crianças, adorava nadar, fazia caminhada com o pai todos os dias. Estava ensaiando para o casamento da irmã, que será no ano que vem. Ela adorava fazer planos”.
Diuliene era aluna de natação e frequentava o clube há mais de 12 anos.

Defesa
A advogada da família, Stephany Araújo Bicalho, enfatizou ao jornal que, no momento, o que se busca é a apuração dos fatos para verificar se todas as medidas de segurança exigidas pela legislação e pelos protocolos aplicáveis estavam efetivamente implementadas. “E se elas eram adequadas ao porte da piscina e à atividade realizada, se funcionaram como deveriam. Qualquer responsabilização eventual somente pode ser discutida após essa análise, dentro do devido processo legal”.

Relembre o caso
A atleta morreu no dia 9/12, no Hospital Márcio Cunha. Ela estava internada desde 5/12, após o afogamento. Familiares relataram que receberam uma ligação informando que a atleta havia sido encaminhada ao hospital pelo Samu. Em nota, a Usipa informou que Diuliene teria apresentado um mal-estar e que foi prontamente atendida, e que todos os procedimentos necessários foram feitos.

Até o fechamento desta notícia, a Usipa não respondeu o Diário do Aço sobre os questionamentos feitos pela família nesta segunda-feira.

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