16 de dezembro, de 2025 | 06:00
De ventos, zonas e coisas bonitas...
Nena de Castro *
Olá, meus fabulosos cinco leitores! Cruzincredo na ventania que derrubou árvores, levou telhados, destruiu as barracas e danificou as instalações de Natal do Parque Ipanema na sexta-feira (12). Domingo, que é quando faço a coluna, mais vento e mais chuva. Menos mal que não houve mortes, só prejuízos materiais! Ih, gosdivento assim não, meu vento predileto é o da canção, que diz: vento que balança as foia do coqueiro/vento que encrespa as ondas do mar”...
Bão, deixando o vento de lado quando eu era criança pequena” nos lugarejos em que morei, tinha um lugar misterioso onde os homens iam, as beatas comentavam baixando sempre a voz quando a gente chegava: a zona boêmia! Lugar de pecado, lugar amaldiçoado onde as mulheres perdidas” moravam e, instigadas pelo Mardito” bebiam, fumavam e faziam aquilo” com os homens que viviam na esbórnia!
A zona de Mendes Pimentel chamava-se Coreia! Eu, brincando, ouvia as conversas das comadres sobre o antro de perdição! Um dia, uma mulher do pecado” cortou com uma faquinha, a carótida de um homem que a espancara, matando-o. (Associei a palavra Coreia a coisas ruins e fiquei muito espantada quando descobri que Coréia é o nome de um país, ou melhor dois, do Sul e do Norte!) Em Tipiti, não havia zona estabelecida, algumas mulheres recebiam os homens em casa; em Boa União, logo após o campinho de futebol saindo do centro, tinha um matagal e existia uma casa, onde era a festa”.
Às vezes elas vinham até o centro e iam à nossa padaria e lanchonete. Eu era a atendente. Tinha lá meus 9 anos e ficava olhando fascinada as roupas e o batom carmim que deixava marcas nas xícaras brancas. Mamãe exigia que tratássemos a todos com respeito, e quando fui mostrar as xícaras e as marcas feitas pelo batom daquelas prostitutas Dona Inês disse pra não falar assim, eu devia dizer aquelas donas” e se nos cumprimentassem, devíamos responder educadamente. Bão, a zona de Valadares se chamava Figueirinha, ali pelas bandas do mercado, a gente ouvia os primos contando causos acontecidos lá.
Casada, eu me mudei para Ipatinga e aqui tinha o Joá, em Fabriciano tinha o Pinga... Uai, dirão vocês, causa de que a Bugra está falando de zona? É que nos meus 76 anos de vida, nunca vi ou ouvi sobre uma zona tão mal frequentada como a que existe em Brasília! Na Câmara e no Senado ocorrem coisas que nos deixam embasbacados com tanta putaria, tanto desrespeito, tanto fordunço e roubalheira! Não preciso repetir para meus leitores o que aconteceu, orquestrado por dom Raton Hugo Mota e seus coleados! Afeeeee!
E como a vida tem coisas boas, registro aqui a visita que fiz ao Centro de Memórias Usiminas, sendo recebida com muita gentileza por Cláudio Oliveira e Eulália Sales. Na maravilhosa Cantata de Natal da APAE, me informei melhor sobre o Projeto que dispõe a cadela Luna para trabalhar com as crianças e é algo fenomenal! Um abraço para os sargentos PM Rafael, Ferreira e Marcos, que estão à frente dos trabalhos! Um abraço para Paty Barbosa e as artesãs que revi na Feira de Artesanato no Castelo! Nada mais digo, exceto que temos que tirar os ratos do poder, senão o Brasil vai pro esgoto!
* Escritora e encantadora de histórias.
Obs: Artigos assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do jornal Diário do Aço
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]















