13 de dezembro, de 2025 | 08:40

SES-MG atribui superlotação na rede de saúde à circulação de vírus sazonais

Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço

Nesta primeira quinzena de dezembro, as redes municipais de saúde de algumas cidades do Vale do Aço enfrentam alta demanda por atendimentos, com superlotação registrada nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de Timóteo e Ipatinga, além do Hospital Municipal Eliane Martins (HMEM), também em Ipatinga.

O caso mais recente foi no município ipatinguense, que dia 6/12 atingiu 105% de taxa de ocupação da UPA, enquanto na unidade hospitalar teve ocupada 124% de sua capacidade instalada de atendimento, refletindo um cenário intenso e de demanda muito superior à capacidade estrutural.

O Diário do Aço procurou a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), para indagar a respeito do que poderia estar causando essa superlotação, e se tem algum vírus com grande circulação na região neste momento.

A Secretaria de Saúde respondeu que o período entre novembro e março é historicamente marcado por maior circulação de vírus respiratórios e aumento das doenças diarreicas agudas, além do crescimento de casos de arboviroses como dengue e chikungunya. Esse conjunto de fatores tende a elevar a demanda tanto em unidades básicas quanto em serviços de urgência, o que pode resultar em maior pressão sobre as UPAs e os hospitais municipais.

Acompanhamento
Por meio de nota, a pasta explicou que acompanha o aumento sazonal de atendimentos por síndrome gripal em diversas regiões do estado, incluindo o Vale do Aço. Esse comportamento está associado à maior circulação de vírus respiratórios característicos deste período, entre eles influenza, covid-19, rinovírus e vírus sincicial respiratório (VSR).

“Em relação às doenças diarreicas, é importante esclarecer que este período do ano favorece o crescimento de casos, devido a fatores como altas temperaturas, escassez hídrica e risco de contaminação hídrica e alimentar”. Até o momento, não foram identificados surtos específicos ou eventos epidemiológicos incomuns nos municípios citados.

Orientação aos municípios

A SES-MG afirma manter contato regular com as secretarias municipais de saúde do Vale do Aço, por meio das referências técnicas regionais e da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Coronel Fabriciano, para monitorar a situação local e apoiar medidas de organização da rede assistencial.

Entre as orientações repassadas estão o fortalecimento da Atenção Primária, a ampliação do acesso para casos de menor complexidade, a intensificação da vigilância de síndromes respiratórias e gastrointestinais, bem como a atualização dos fluxos assistenciais para evitar sobrecarga nos pronto-atendimentos.

Orientação às pessoas

Aos cidadãos usuários dos serviços de saúde, a SES-MG reforça medidas de prevenção capazes de reduzir a transmissão de vírus respiratórios e agentes causadores de doenças diarreicas, tais como: manter o cartão vacinal atualizado (incluindo influenza, covid-19 e vacinação contra VSR para gestantes), higienização frequente das mãos, uso de máscara em caso de sintomas, evitar ambientes fechados, além de cuidados com a qualidade da água e dos alimentos. “Para quadros leves, recomenda-se buscar atendimento prioritariamente nos centros de saúde, reservando os serviços de urgência para casos de maior gravidade”, orienta a pasta.

A vigilância epidemiológica estadual, em conjunto com o acompanhamento assistencial feito pela SRS Coronel Fabriciano, monitora semanalmente os indicadores de síndromes respiratórias e doenças diarreicas, bem como a situação de atendimento nas unidades de saúde dos municípios do Vale do Aço. “Até o momento, não foram identificadas anomalias que indiquem surtos ou eventos epidemiológicos atípicos”, finaliza a pasta.