26 de novembro, de 2025 | 15:18

No HMC, voluntariado da Apirva transforma a rotina de pacientes e familiares da hemodiálise

O voluntariado oferecido pela Apirva complementa o atendimento técnico com afeto, companhia e atividades que fazem diferença na vida dos pacientes O voluntariado oferecido pela Apirva complementa o atendimento técnico com afeto, companhia e atividades que fazem diferença na vida dos pacientes

A parceria entre o Hospital Márcio Cunha (HMC) e a Associação dos Portadores de Insuficiência Renal do Vale do Aço (Apirva) tem reforçado um lado essencial do cuidado: o acolhimento humano. Enquanto o Centro de Terapia Renal Substitutiva (CTRS) da unidade se destaca como uma das maiores estruturas de hemodiálise de Minas Gerais, com mais de 30 mil sessões realizadas apenas no primeiro semestre de 2025, o voluntariado oferecido pela Apirva complementa esse atendimento técnico com afeto, companhia e atividades que fazem diferença na vida dos pacientes e de quem os acompanha.

Criada na década de 1990, a Apirva nasceu do desejo de voluntárias que buscavam oferecer mais do que a escuta. Ao perceberem as dificuldades emocionais e sociais vividas pelos pacientes renais crônicos, elas estruturaram a Associação e iniciaram um trabalho contínuo de apoio. Desde então, a parceria com o Hospital Márcio Cunha se fortalece a cada ano.

Durante a semana, voluntárias da Apirva entram nas salas do CTRS para realizar oficinas de pintura e artesanato com os pacientes, oferecendo um momento de leveza em meio às horas de hemodiálise. Enquanto isso, os acompanhantes são recebidos na sede da Associação, onde participam de bordado, crochê, pintura, bingo e outras atividades que unem aprendizado e acolhimento.

Dona Selma, voluntária e uma das fundadoras da Apirva, relembra que o movimento surgiu da vontade de ampliar o cuidado. “Eu visitava a diálise toda semana e via as mesmas dificuldades. Percebi que precisávamos fazer algo a mais. Reuni pessoas, criamos o estatuto e começamos. Hoje, muitos pacientes me consideram como parente. Os laços são profundos”, reflete.

Para os pacientes, essas atividades trazem conforto imediato. Jordana Silva, de Ipatinga, conta que a arte mudou a forma como enfrenta as sessões: “A oficina faz tudo ficar mais leve, a gente conversa, interage, o tempo passa de outro jeito”, conta.

Meire Costa, de Joanésia, que vive a segunda etapa da hemodiálise, após ter passado 20 anos com um rim transplantado, guarda lembranças especiais produzidas nas oficinas. “Uma das minhas pinturas, de pano de prato, marcou uma época boa para mim. O tratamento é minha forma de sobrevivência, e a Apirva traz força emocional,” comenta.

Entre os acompanhantes, o impacto é igualmente marcante. Dona Edilene Souza, de Belo Oriente, conta que encontrou na Associação um espaço de conforto. “A Apirva é meu porto seguro. Eu me ocupo, aprendo e me fortaleço. Hoje é como uma família para mim”, diz. Dona Aparecida Rodrigues, de Santana do Paraíso, também resume o sentimento: “A Apirva me trouxe carinho, apoio e conforto. Somos uma grande família”.

As atividades na sede também se tornaram um ponto de encontro e troca. Paulo Henrique Brasil, acompanhante e morador de Naque, reforça a união criada entre as famílias. “Aqui a gente desabafa, dá força um ao outro. Virou uma família mesmo. As oficinas distraem a mente e acolhem num momento muito doloroso. A Apirva foi um presente de Deus”, ressalta.

Para o HMC, essa parceria fortalece o cuidado integral. A enfermeira supervisora do CTRS, Maria Cecília, destaca que o voluntariado influencia diretamente no bem-estar dos pacientes. “A arte e o acolhimento emocional melhoram a convivência com o tratamento, favorecem o equilíbrio e até a adesão às orientações. O voluntariado dá humanidade ao processo”, relata a responsável técnica pelo setor.

Assim, entre pincéis, linhas, conversas e abraços generosos, a Apirva se mantém como uma aliada valiosa do Hospital Márcio Cunha. O trabalho voluntário não apenas preenche o tempo, ele preenche a alma, transforma rotinas e ajuda a tornar mais leve a caminhada de quem enfrenta a hemodiálise diariamente.

Atendimentos
No primeiro semestre de 2025, o Centro de Terapia Renal Substitutiva (CTRS) do Hospital Márcio Cunha ultrapassou 30 mil sessões de hemodiálise. Esse volume expressivo é resultado da estrutura robusta do Centro de Terapia Renal Substitutiva (CTRS) da unidade I do HMC, que conta com 80 pontos de hemodiálise e mais de 100 máquinas, sendo um dos maiores de Minas Gerais. A unidade do CTRS de Timóteo dispõe de 35 cadeiras de diálise, com capacidade para atender até 70 pacientes diariamente. Além disso, o CTRS oferece modalidades como a Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (CAPD), destacando o HMC como referência nacional no cuidado a pacientes renais.
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