14 de novembro, de 2025 | 21:00

Corte tarifário dos EUA é positivo, mas distorções persistem

Governo Trump retirou taxa global de 10% para cerca de 200 produtos

Com informações da Agência Brasil
Divulgação
Presidente dos EUA diz ter tomado decisão após considerar recomendações, andamento de negociações e demanda estadunidense por produtos que não são produzidos láPresidente dos EUA diz ter tomado decisão após considerar recomendações, andamento de negociações e demanda estadunidense por produtos que não são produzidos lá

A decisão dos Estados Unidos de reduzir tarifas de importação sobre cerca de 200 produtos alimentícios é “positiva” e representa “um passo na direção correta”, disse neste sábado (15) o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Ele, no entanto, destacou que a permanência da sobretaxa de 40%, aplicada exclusivamente ao Brasil, cria distorções e continua um obstáculo relevante para as exportações nacionais.

"Há uma distorção que precisa ser corrigida. Todo mundo teve 10% [pontos percentuais] a menos. Só que, no caso do Brasil, que tinha 50%, ficou com 40%, que é muito alto. Você teve um setor muito atendido que foi o suco de laranja. Era 10% e zerou. Isso é US$ 1,2 bilhão [a mais nas exportações]. Então zerou, ficou sem nenhum imposto", declarou Alckmin.

Ele destacou, entretanto, que alguns produtos de países concorrentes, como o café do Vietnã, obtiveram reduções mais amplas. "O café também reduziu 10% [pontos percentuais], mas tem concorrente que reduziu 20% [pontos percentuais]. Então esse é o empenho que tem que ser feito agora para melhorar a competitividade", acrescentou o vice-presidente.

A declaração, no Palácio do Planalto, ocorreu após o governo norte-americano anunciar, na noite de sexta-feira (14), a retirada da tarifa global, conhecida como “taxa de reciprocidade”, criada em abril deste ano. Para os países latino-americanos, essa tarifa estava em 10%. No entanto, como a alíquota adicional de 40% aplicada em julho aos produtos brasileiros continua em vigor, tarifas sobre itens como café, carne bovina, frutas e castanhas caíram de 50% para 40%.

Avanços
Segundo Alckmin, a medida reflete avanços diplomáticos recentes, incluindo conversas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente Donald Trump, em outubro, e reuniões entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.

"A última ordem executiva do presidente Trump foi positiva e na direção correta. Foi positiva. Vamos continuar trabalhando. A conversa do presidente Lula com Trump foi importante no sentido da negociação e, também, a conversa do chanceler Mauro Vieira com o secretário Marco Rubio", comentou.

O vice-presidente também ressaltou que os Estados Unidos mantêm superávit na balança comercial bilateral, exportando mais do que compra do Brasil. “O Brasil não é problema, é solução”, declarou.

Impacto nas exportações
Com a retirada da tarifa global, informou Alckmin, aumentou de 23% para 26% o volume das exportações brasileiras para os Estados Unidos isentas de sobretaxas, o equivalente a aproximadamente US$ 10 bilhões. A mudança ocorre após os meses seguintes ao chamado “tarifaço”, período em que o déficit brasileiro na balança comercial com os EUA cresceu 341% entre agosto e outubro.

Os efeitos variam por setor:

▪️Suco de laranja: teve a tarifa de 10% zerada, beneficiando um setor de US$ 1,2 bilhão.
▪️Café: alíquota caiu de 50% para 40%. O Brasil exportou US$ 1,9 bilhão em 2024, mas as vendas recuaram 54% em outubro na comparação anual.
▪️Carne bovina e frutas: tarifas reduziram de 50% para 40%; ganho considerado limitado devido à sobretaxa remanescente.

Posição dos Estados Unidos
O governo estadunidense justifica a redução tarifária como parte de um esforço para conter a inflação de alimentos e equilibrar a oferta interna. Em pronunciamento, Trump disse que o ajuste foi “um pequeno recuo” e afirmou não considerar necessárias novas reduções de tarifas no curto prazo. Ele declarou ainda esperar queda nos preços de produtos como o café.

Outros avanços
Alckmin também lembrou progressos recentes nas negociações comerciais. O vice-presidente citou a retirada da tarifa global de 10% e da sobretaxa de 40% sobre o ferro-níquel e a celulose, em setembro. Também destacou a redução de 50% para 40% em madeira macia e serrada e de 50% para 25% para armário, móveis e sofá, decidida no início de outubro.

No caso da madeira e dos móveis, os Estados Unidos decidiram reduzir a alíquota com base na Seção 232 da Lei de Comércio local, sob o argumento de que pretendem proteger a segurança comercial do país. Nesse caso, as reduções abrangeram todo o planeta, não alterando a competitividade entre os países.
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Comentários

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Fabricio

15 de novembro, 2025 | 16:42

“Engana trouxa, os EUA, forçou a China a voltar comprar soja americana, vai ser ótimo pro Brasileiro, janeiro ou fevereiro o óleo 9,00, vai cair 6,00, Agora café, carne, suco laranja, interesse deles tá faltando vai baixar tarifa, restante, tudo como antes no Reino encantado
Tudo é interesse, bolos que acredita jogo cena diplomacia brasileira.”

Tarifaço Continua 2

15 de novembro, 2025 | 16:33

“A bem da verdade, a redução global das tarifas recíprocas pelos Estados Unidos complicou ainda mais a situação do Brasil. Enquanto a tarifa recíproca de vários países zerou (a da China era de 34%) e eles exportam os mesmos produtos para a América do Nirte, o Brasil continuará amargando a tarifa adicional de 40%. Trump só vai aliviar a mão quando a PERSEGUICAO A JAIR BOLSONARO E SEUS SEGUIDORES ACABAR. A solução está nas mãos do atual presidente.”

Tarifaço Continua

15 de novembro, 2025 | 16:05

“A comemoração do CECAFÉ durou pouco, pois a redução das tarifas decretada pelos Estados Unidos refere-se apenas apenas às tarifas recíprocas. Assim sendo, o Brasil se beneficiar de uma redução de apenas 10% e a tarifa adicional de 40% continua. E, segundo o presidente Trump, não há mais espaço para redução e o Brasil seguirá taxado nos 40%. E sabemos o que o governo precisa fazer como contrapartida para resolver isso: ACABAR COM O ABSURDO PROCESSO CONTRA BOLSONARO.”

Mentira, Não Houve Redução.

15 de novembro, 2025 | 07:16

“Esse jornaleco de esquerda. Não houve redução, firam mantidas.”

Gildázio Garcia Vitor

14 de novembro, 2025 | 21:21

“Apesar de as Grandes Navegações terem ocorrido nos séculos XV e XVI, o Presidente Trump ainda tenta um exclusivo comercial com as nações do mundo todo.”

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