14 de novembro, de 2025 | 08:30

Comitê do Vale do Aço organiza participação na Marcha de Mulheres Negras em Brasília

Enviada ao Diário do Aço
Movimento tenta garantir o transporte para que as mulheres da região cheguem à capital brasileiraMovimento tenta garantir o transporte para que as mulheres da região cheguem à capital brasileira


Por Isabelly Quintão - Repórter Diário do Aço

Um comitê do Vale do Aço organiza, de forma coletiva, uma forma de levar mulheres da região para participarem da II Marcha das Mulheres Negras de 2025, que ocorrerá em Brasília no dia 25 de novembro. A primeira marcha ocorreu em 2015, também na capital do Brasil, onde mais de 100 mil mulheres marcharam contra o racismo e a violência.

As pautas centrais desta edição retomam as demandas apresentadas na primeira vez, uma vez que, passados dez anos, muitas das reivindicações ainda não foram efetivadas. Ao governo federal, será entregue uma carta-manifesto que reúne as pautas históricas, cobrando o cumprimento dos compromissos assumidos.

Ingrid Ramos, de 31 anos, moradora do bairro Canaã, em Ipatinga, tenta estar junto a outras mulheres. Ela faz parte do Comitê Impulsor Vales do Aço e Rio Doce na construção da marcha.

“A marcha é quando nos reconhecemos dentro das nossas pluralidades, enxergando nas outras mulheres as nossas próprias histórias. Mesmo vindas de diferentes territórios e regiões, compartilhamos as mesmas lutas e esperanças”, pontuou à reportagem do Diário do Aço.

Ela também destacou que os desafios enfrentados pelas mulheres negras no Brasil ainda são profundos e estruturais, visto que elas ainda lutam pela garantia de direitos básicos como educação, saúde e moradia digna. “Muitas meninas e adolescentes negras ainda precisam abandonar a escola para ajudar no sustento da família ou cuidar dos irmãos mais novos. A falta de reconhecimento das mulheres negras como chefes de família, o racismo cotidiano e as várias formas de violência — sobretudo a violência doméstica. Ser mulher negra no Brasil ainda significa resistir todos os dias, mesmo quando o básico nos é negado”, enfatizou.

Como ajudar?
Ingrid relatou que tem a expectativa de que as mulheres da região voltem ainda mais capazes de desenvolver ações e se engajar nas atividades locais. Ressaltou, ainda, que a iniciativa e a consciência da população são fundamentais para fortalecer a participação das mulheres em um ato importante nacionalmente e internacionalmente.

Os interessados em contribuir podem ajudar financeiramente, doando alimentos, água e mantimentos para a viagem, ou divulgando o movimento. Há como fazer transferências para a chave Pix 31986080792, conta aberta em nome de Maria da Glória Passos, banco Sicoob CC Reg Colar Metropolitano do Vale do Aço LTDA.

Rifa
O Comitê Impulsor Vales do Aço e Rio Doce promove outras ações para garantir a participação das mulheres da região na II Marcha. Uma delas é a Rifa Solidária, com prêmios oferecidos por mulheres artesãs locais. No dia 20 de novembro, feriado nacional da Consciência Negra, será promovido o Baile de Todas as Cores, na Área de Lazer do Vila Nova Esporte Clube, em Timóteo, a partir das 19h. O evento terá como atração principal a Banda MultiShow, com convidados, e toda a renda da bilheteria será destinada ao transporte e à alimentação das mulheres que irão para Brasília. A participação nessas ações pode ser garantida contatando o perfil do Instagram @comitevalesdoacoeriodoce.

“Somos um comitê independente e buscamos, por meio de ofícios, parcerias com instituições públicas e privadas, parlamentares, coletivos e movimentos sociais de toda a região. Nosso maior desafio, no momento, é garantir o transporte para que as mulheres da região cheguem à capital no dia 25 de novembro. Até agora, ainda não temos o ônibus, e estamos a menos de 15 dias da Marcha, o que nos preocupa. Mas nossa força vem de algo maior”, finalizou Ingrid.

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