13 de novembro, de 2025 | 08:45
Enfermeira orienta sobre novas manobras de desengasgo em bebês, crianças e adultos
Por Isabelly Quintão - Repórter Diário do Aço
Diretrizes que determinam quais manobras devem ser feitas em casos de engasgo foram atualizadas recentemente. A divulgação foi feita pela American Heart Association (AHA), substituindo as diretrizes de 2020. A enfermeira do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e docente do curso de Enfermagem do Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais (Unileste), Kênia Boy, concedeu entrevista à reportagem do Diário do Aço, detalhando as mudanças. As manobras servem para bebês, crianças e adultos.
A partir do momento em que as diretrizes são atualizadas, as orientações passam a valer e todos os serviços de emergência as aplicam, cabendo aos responsáveis capacitar os profissionais.
Nos bebês, você mantém os golpes nas costas, mas as compressões torácicas não podem mais ser feitas com dois dedos, e sim com a palma da mão. Também nos adultos, a manobra de Heimlich foi complementada com golpes nas costas. Você administra cinco golpes dorsais entre as escápulas nas costas. Se não houver a desobstrução da via aérea, aplica as compressões abdominais, que era a manobra antiga”, exemplificou Kênia Boy.
Obstruções das vias aéreas
As obstruções de vias aéreas por corpo estranho (Ovace), popularmente conhecidas como engasgos, podem ser parciais ou totais. A enfermeira explicou que um engasgo parcial é quando o objeto obstrui a traqueia, mas não completamente, havendo um pouco de passagem de ar. Enquanto as totais obstruem completamente, e pela falta de passagem de ar, há risco de evolução a parada respiratória, tornando-se um quadro mais grave.
Se o objeto fica preso na traqueia, que dentro dela temos as cordas vocais, se o ar não passa elas não vibram e não serão emitidos sons. Uma pessoa engasgada não consegue falar. As crianças não conseguem chorar. Os engasgos quando são silenciosos são muito perigosos”, informou.
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Estímulo
A profissional também orientou que, quando há o engasgo leve, é possível estimular a tosse para a própria pessoa expelir o corpo estranho. Mas, quando o engasgo é completo, é preciso iniciar as manobras de desengasgo. Quando um bebê engasga e tosse é muito bom, porque a tosse é o mecanismo de proteção da via aérea. Isso quer dizer que o corpo estranho preso não consegue se manter na via aérea. No entanto, quando não consegue tossir, há obstrução total da traqueia, apresentando desespero, e pode ter um quadro de hipotonia”.
Técnicas
Quando houver necessidade, é recomendado pegar um bebê de até seis meses e virá-lo com a barriga em contato com o antebraço, apoiando o antebraço em uma superfície rígida, com a cabeça da criança mais para baixo. Com dois dedos (indicador e médio), é preciso fazer uma abertura da boca para o corpo estranho ser expelido quando as manobras forem feitas.
Diante disso, são administrados cinco golpes dorsais entre as escápulas do bebê e depois ele é virado de barriga para cima, aplicando cinco compressões torácicas entre os mamilos, com a mesma região da palma da mão que os golpes dorsais foram aplicados. A manobra deve ser feita até o bebê chorar ou emitir algum som, até o Samu chegar, uma vez que é muito importante chamá-lo no número 192”, pontuou Kênia.
Outra recomendação passada pela professora é não tentar retirar o corpo estranho pela boca, visto que existe um risco de empurrá-lo ainda mais para dentro da traqueia e piorar a obstrução, dificultando a remoção.
Engasgo líquido e sólido
Existem diferenças entre o engasgo líquido e sólido, normalmente para bebês com até 28 dias de vida. Se o engasgo é com líquido, o bebê é colocado de frente para quem está o socorrendo, e a pessoa deve fazer um estímulo de apertar o pé ou a mão para que a criança não engula o líquido. Se o engasgo é sólido, indica-se fazer novas manobras de desengasgo.
É muito importante que as pessoas saibam identificar um quadro de engasgo, porque as pessoas engasgadas não conseguem pedir ajuda. Se a pessoa está com uma expressão angustiante, inicie as manobras de desengasgo”, orientou a enfermeira.
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