11 de novembro, de 2025 | 06:00

De Maraçapeba, príncipe William e alívio...

Nena de Castro *


Dia! Desejo muita coisa boa pra vocês nessa manhã, apesar de tanto urubu querendo tornar amargo o nosso país. De viagem torna, da cidade de Prado na Bahia, encantada com o sossego que lá havia, retomo meus afazeres. Ficamos numa pousada chamada Novo Prado, que tem plantas ornamentais a perder de vista e no café da manhã toca bossa-nova orquestrada, que maneira esplêndida de começar o dia.

Difícil mesmo foi conviver com as lembranças das outras vezes que fui lá com meu marido, aperto no coração, fazer o quê, vida que segue...

Contei História para um menininho chamado Raul na praia e à noite ele me achou na pracinha, deixou a bicicleta de lado e me pediu mais uma. Trem mais lindo!

Agora voltando à realidade, sabem o que espero da COP30 que ocorre em Belém? Deve ser meu lado bugre ou talvez por ser uma veinha impaciente, eu espero nada com coisa alguma, essas reuniões são feitas com muito estardalhaço, depois a poeira baixa e nada acontece...

Então toquemos nossa velha bicicleta e vamo que vamo! Vocês, meus amados cinco leitores, já ouviram falar em um peixe chamado Maraçapeba? Posé, nome engraçado, bom pra gente xingar político.

Câmara Cascudo recolheu essa lenda e publicou em seu livro “Contos Tradicionais do Brasil para Jovens”. “Bão, dizem que quando Cristo andou pelo mundo, certa vez, no mar, em companhia de São Pedro, desejou saber que horas seriam, porque a maré parecia não encher nem vazar. Pedro, vendo-o assim preocupado, lhe disse: - Senhor, qualquer peixe dirá que horas serão, pois todos eles têm as horas de suas refeições marcadas. Jesus então passeou os olhos pelo mar e vendo um maraçapeba à superfície, indagou: Maraçapeba, a maré enche ou vaza? No entanto o peixe, por inexplicável desdém, resolveu imitar a voz do Salvador, e, fazendo um trejeito como quem torce o queixo para um lado, reproduziu a pergunta sem lhe dar resposta. Então Jesus assim falou: - De hoje em diante, como castigo à zombaria que fizeste ao teu Criador, para granjear o teu sustento te arrastarás na lama como uma folha que o vento atira ao lado e a tua boca será torta, a fim de que todos os teus irmãos te evitem e contigo jamais se confundam”.

Por isso é que o linguado tem a configuração de uma folha de árvore semelhante à pariparoba ou malvarisco e a boca torta... Aí euzinha comecei a pensar se a gente pudesse dar a mesma sentença aos políticos desonestos e mentirosos desse país, eita! E no mais, só para os meus cinco leitores, confesso que suspirei de alívio causa de quê o futuro rei da Inglaterra esteve aqui no Brasil, andou, pelo Rio de Janeiro e outras paragens e não foi alvejado a tiros de AK 47 ou fuzis 7.62. Ufaaaaa! E nada mais digo!

*Escritora e encantadora de histórias.
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