05 de novembro, de 2025 | 08:00
COP 30: dia 10 começa. Vai dar certo?
Antônio Nahas *
Dia 10 será o início da COP 30, este grande evento internacional que trará grande visibilidade ao país. Como sabemos, a COP é uma Conferência Temática Anual da ONU e esta edição dará continuidade à pauta relacionada a mudanças climáticas, que vem sendo debatida há décadas, em todo o mundo.
O momento em que vivemos oferece muitos desafios a serem debatidos. Vivemos na época em que o trumpismo se impõe sobre todo o mundo, abalando as relações e acordos entre países e construindo um novo modelo de relações internacionais.
Mas há notícias importantes. Segundo órgãos de imprensa, a COP deverá contar com o mesmo número de líderes do G20 presentes na COP 29, realizada ano passado em Baku. A Comunidade Europeia irá se fazer representar com líderes importantes, como Emmanuel Macron; o primeiro-ministro inglês Keir Stamer e o Chanceler alemão Friedrich Merz.
É esperada também a presença do primeiro-ministro da China; o vice-presidente da Turquia, além de ministros e autoridades da Índia; África do Sul; Turquia; Indonésia; México; Coreia do Sul, Canadá, Arábia Saudita.
As indefinições ainda são importantes: Rússia; Japão; Estados Unidos e, obviamente, seu novo país vassalo, Argentina.
A COP vai ter uma pauta longa e profunda. Os principais temas a serem debatidos serão Transição Energética e tecnologias; políticas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas; mecanismos de financiamento para mitigação e adaptação das mudanças climáticas e, por último, o mais importante: Balanço das Contribuições Nacionais dos Países. Falando em português: os países signatários dos acordos sobre redução das emissões de CO2 estão cumprindo as metas estabelecidas e propostas por eles mesmos? Está havendo redução das emissões a nível mundial? A redução verificada será suficiente para impedir que a meta estabelecida pelo Acordo de Paris seja cumprida?
Este será o ponto crítico. Para cumprir esta pauta, a COP funcionará com dois espaços principais: o chamado Salão Azul, onde os países membros irão discutir e deliberar, será o coração da COP. Lá ficará uma estrutura de 125 mil metros quadrados, que abrigará as discussões centrais do evento.
No espaço azul serão organizados oito pavilhões, que debaterão os principais temas a serem tratados durante a COP, contando com a colaboração de representantes da sociedade civil, previamente escolhidos por meio de Editais.
Simultaneamente teremos a Zona Verde, voltada ao público, com atividades culturais, exposições e eventos organizados por ONGs, empresas e demais instituições.
"Agora é acompanhar e esperar que a COP seja um sucesso."
MINERAÇÃO CUMPRIU SEU PAPEL - Para o sucesso da COP, o setor mineral brasileiro cumpriu um papel muito importante: debateu e deliberou uma pauta nacional rica e perfeitamente realizável em todo o país. Segundo o IBRAM (Instituto Brasileiro de Mineração), o Setor definiu o aumento de quinze por cento no uso de energia renovável; aumento de dez por cento das áreas protegidas em relação as áreas impactadas; redução de dez por cento no uso da água pelo setor; elaboração de trinta planos de adaptação a mudanças climáticas para territórios com mineração. Tudo isso para 2030.
Além disso o IBRAM anunciou que o setor pretende sua descarbonização em três pilares: redução das emissões diretas; redução das emissões em toda cadeia de valor e viabilização de soluções para a transição energética global por meio dos minerais críticos e estratégicos.
Estas metas incluem todas as 130 empresas filiadas ao IBRAM, que possuem localização; produção e faturamento diferentes. Incluem também empresas que produzem minerais distintos, embora o minério de ferro seja o mais importante.
É um exemplo para a indústria brasileira que, ao longo da preparação da COP manteve-se distante. A descarbonização da economia só acontecerá se houver participação de toda a sociedade: empresas; governo; associações; clubes; igrejas. Todos nós. Só assim as metas da COP serão realizadas. É um sonho. E sem sua realização, nosso futuro está ameaçado.
* Economista, empresário. Na luta pela sustentabilidade do nosso planeta
Obs: Artigos assinados não reproduzem, necessariamente, a opinião do jornal Diário do Aço
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