05 de novembro, de 2025 | 08:50

Planejadora financeira orienta sobre comportamento de consumo na Black Friday

Por Bruna Lage - Repórter Diário do Aço

Uma pesquisa da Serasa, em parceria com o instituto Opinion Box, mostra que 72% dos brasileiros dizem se planejar para a Black Friday – período com preços mais atrativos em diversos produtos -, mas 23% deles já ultrapassaram o limite do cartão em anos anteriores e 12% se endividaram. Mesmo com mais cautela, 42% dos entrevistados afirmaram que vão aproveitar as promoções, sendo eletrônicos os itens mais desejados. O cartão de crédito será o principal meio de pagamento, seguido pelo Pix.

A planejadora financeira Alice Costa, com atuação no Vale do Aço e outras cidades, alerta os consumidores para o comportamento responsável nesse período, que ocorre tradicionalmente na última sexta-feira do mês de novembro, mas pode ser iniciado dias antes.

“Sobre a Black Friday, o principal ponto é entender que essa data pode ser uma oportunidade, mas só para quem se planeja. O ideal é fazer uma lista do que realmente precisa, pesquisar os preços com antecedência e definir um valor máximo para se gastar. Assim, você evita cair na armadilha das ofertas imperdíveis, que na prática nem sempre são tão vantajosas assim. Um erro comum que eu observo é a compra por impulso, movida pela emoção do momento ou pelo medo de perder o desconto”, alerta Alice.

Outro erro é não ter um orçamento definido, que faz com que as pessoas acabem usando o cartão de crédito sem controle algum e se endividem depois. “É importante lembrar que promoção boa é aquela que não compromete o seu futuro financeiro. O ideal seria que o planejamento começasse pelo menos um mês antes, justamente para dar tempo de pesquisar, comparar preços e separar o dinheiro para as compras, sem precisar parcelar. Mas mesmo quem deixou para a última hora pode evitar prejuízos se tiver clareza sobre o que realmente precisa e se mantiver fiel ao orçamento”, salienta.


Alice Costa acrescenta que a Black Friday passa, mas a fatura fica. “Então, antes de comprar, pergunte se aquilo vai te trazer satisfação duradoura ou só um prazer momentâneo. Quando a gente compra com consciência, o dinheiro se transforma em um meio para realizar os sonhos, e não uma fonte de preocupação”, afirma a profissional, que dá mais dicas no seu perfil de Instagram @financasemdesculpa.

Reclamações
Nesse período, os órgãos de Defesa do Consumidor recebem muitas reclamações, dentre tantas, relacionadas a ofertas que não cumprem o anunciado, como por exemplo: a loja anuncia um valor, mas na hora de pagar, aparece outro; descumprimento do prazo de entrega, cancelamento da compra feita pelo fornecedor e entrega de produto diferente do que foi adquirido. E com as compras on-line, aumenta também o número de golpes no comércio eletrônico.

Em caso de problemas com a compra, o Procon-MG sugere que o consumidor reclame, inicialmente, com o fornecedor, por escrito, carta com aviso de recebimento, e-mail ou aplicativo de mensagem. Com a reclamação, encaminhe todos os documentos sobre o ocorrido. Guarde cópia de tudo. Caso a empresa não responda ou a resposta seja negativa, verifique se ela está cadastrada na plataforma Consumidor.Gov.Br (www.consumidor.gov.br) e registre sua reclamação. Caso a empresa não esteja cadastrada ou se o problema não for resolvido na plataforma, formalize reclamação no Procon de sua cidade ou no Juizado Especial de sua comarca. A reclamação perante o fornecedor, no entanto, não é essencial para que se reclame diretamente nos órgãos oficiais.

Outras informações o consumidor pode encontrar no site do Ministério Público do Estado de Minas Gerais.