02 de novembro, de 2025 | 09:05

Vale do Aço está próximo de ter seu primeiro crematório

Divulgação
Crematório do Vale da Saudade Cemitério Parque deve ser inaugurado em dezembroCrematório do Vale da Saudade Cemitério Parque deve ser inaugurado em dezembro
Por Matheus Valadares - Repórter Diário do Aço
O município de Coronel Fabriciano poderá sediar o primeiro crematório do Vale do Aço e, consequentemente, da região Leste de Minas Gerais. A expectativa é que o empreendimento entre em funcionamento ainda este ano, a partir do mês de dezembro, conforme apurado em primeira mão pela reportagem do Diário do Aço.

O crematório ficará no mesmo terreno do Vale da Saudade Cemitério Parque, na rua Três Grotas, no bairro Todos os Santos. A empresária Sonja Ione Neves Barcellos Costa, proprietária do crematório, disse que todas as licenças ambientais e autorizações junto aos órgãos públicos foram liberadas, e o local está totalmente regularizado e pronto para operar dentro das normas exigidas.

“O nosso crematório vai contar com um forno de última geração totalmente automatizado com tecnologia de ponta. Ele tem um sistema inteligente chamado Xmart, que reduz bastante a emissão de CO2, evitando a liberação de dezenas de quilos de gás em comparação com equipamentos tradicionais. Além disso, o consumo de gás é muito mais baixo, cerca de 30% menor, e o processo é limpo, não solta fumaça nem odor. É uma estrutura moderna, sustentável, que segue mais de 40 parâmetros ambientais rigorosos”, afirmou Sonja.
Enviada ao Diário do Aço
Sonja Ione Neves Barcellos Costa, proprietária do novo crematório, dá detalhes sobre o empreendimentoSonja Ione Neves Barcellos Costa, proprietária do novo crematório, dá detalhes sobre o empreendimento

A empresária também destacou a importância dessa novidade na região. “É um passo muito importante para a nossa região. Hoje o Vale do Aço e todo o Leste de Minas não tem nenhum crematório em funcionamento. O mais próximo fica em Belo Horizonte. A gente percebeu que, depois da pandemia, cresceu bastante a procura por esse tipo de serviço. Muitas famílias buscam uma alternativa mais prática, ecológica e moderna, sem deixar de lado o respeito e a dignidade. E como o Vale da Saudade já é uma referência na região, nada mais natural que oferecer também a opção de cremação, completando todos os ciclos de atendimento às famílias”, pontuou.

Lado humano
Sonja afirmou que, desde o início, o projeto foi feito para atender todas as normas ambientais, com um sistema de alta eficiência, com controle total de emissões e respeito ao meio ambiente, mas além disso, a equipe também se preocupou com o lado humano e espiritual.

“Sabemos que cada religião tem sua maneira de lidar com o luto. Então, o crematório foi planejado para acolher todos os tipos de cerimônias, respeitando a fé, as tradições e os costumes de cada família. Nosso objetivo é unir tecnologia, cuidado ambiental e, acima de tudo, respeito”, resumiu.
Enviada ao Diário do Aço
Padre vê com bons olhos a chegada de um crematório na região e fala sobre as orientações da Igreja CatólicaPadre vê com bons olhos a chegada de um crematório na região e fala sobre as orientações da Igreja Católica

Respeito à fé cristã
A Igreja Católica, por exemplo, embora priorize o sepultamento, aceita a cremação desde 1963, desde que a escolha não tenha motivação contrária à fé cristã, dentre elas a negação da ressurreição ou da vida eterna. Além disso, há algumas regras que devem ser seguidas no destino das cinzas.

“Se houve a cremação, as cinzas não podem ser jogadas no mar, jogadas no jardim, jogadas no lago, espalhadas no ar. A Igreja dá um conselho muito bonito, da gente estar guardando as cinzas, ou no próprio cemitério, ou o que nós chamamos de columbários, um lugar específico para guardarmos as cinzas. Mas a Igreja aconselha e pede até com insistência que a cinza seja colocada no espaço, no lugar sagrado, onde ali ela vai ser também bem cuidada, e não espalhada por todo canto, por todo lugar”, ressaltou padre José Cláudio, pároco da Paróquia São Sebastião, em Coronel Fabriciano.

O sacerdote revelou que há um projeto inicial para que a nova co-Catedral, no Centro de Coronel Fabriciano, tenha um columbário para que os fiéis católicos do Vale do Aço possam acondicionar as cinzas dos entes queridos cremados.

Cremação
Por ser uma novidade na região, o processo de cremação pode gerar muitas dúvidas na população, mas Sonja faz questão de frisar que é um procedimento totalmente seguro e controlado.
“Depois da cerimônia de despedida, o corpo é levado para o forno crematório, que é todo automatizado e monitorado por sistema eletrônico. A cremação dura em média 2 horas e depois são promovidos procedimentos onde as cinzas são recolhidas e colocadas numa pequena urna. Quanto ao destino das cinzas, a urna é entregue à família, que pode guardá-la em casa ou deixa-la no próprio jazigo, no cemitério, caso o tenha. Enfim, podem ser adotadas várias formas para o destino, desde que seja feito de forma respeitosa e significativa”, concluiu a proprietária do Vale da Saudade Cemitério Parque e do crematório, que passa por últimos ajustes. Em breve serão definidos o dia da inauguração, bem como valores.

O significado do Dia de Finados


A Igreja Católica entende o Dia de Finados, celebrado neste domingo (2), como um dia de esperança, em um momento de celebração da ressurreição, e não da morte, mas celebrando a vitória, a ressurreição da vida sobre a morte. “O significado principal e importante para nós é celebrar a esperança, a ressurreição. A última palavra de Deus para nós não é nem tristeza, nem morte, é alegria, é vida nova, é ressurreição. Morrer é voltar para casa, morrer é nós estarmos indo ao encontro do Senhor”, resumiu o padre José Cláudio.

O religioso fez questão de ressaltar que a morte precisa voltar a ser humanizada, por ser algo inerente ao ser humano, e repudiou as formas violentas que tiram a vida das pessoas, como feminicídio, tráfico de drogas, e demais métodos que banalizam esse processo.

“A morte é vista no horizonte da esperança cristã sob o prisma da ressurreição da nossa união com Deus. Então é importante nós termos essa consciência, porque a morte faz parte do humano, mas essa parte do humano precisa ser humanizada, catequizada, e a gente precisa ajudar as pessoas a compreender melhor todo esse grande mistério.

Missa dos Finados
Neste domingo, a Paróquia São Sebastião celebrará missas às 7h, 8h30, 18h e 19h30 no Salão Paroquial, no Centro, e às 10h no Vale da Saudade Cemitério Parque, no bairro Todos os Santos.
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